Cultura

Um dia após incêndio, governo busca entidade para gerir e preservar Cinemateca

O depósito atingido pelas chamas abriga parte importante do acervo, como filmes de 35 mm e 16 mm, feitos de material altamente inflamável

. Foto: Ronaldo Caldas/Divulgação/MinC
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Um dia após incêndio em um galpão da Cinemateca Brasileira, em São Paulo, na quinta-feira 29, o governo do presidente Jair Bolsonaro fez um “chamamento público” para escolher uma “entidade privada sem fins lucrativos” para gerir o órgão por cinco anos. O edital foi publicado nesta sexta-feira 30 no Diário Oficial da União.

De acordo com o edital, a organização social contratada deverá executar “atividades de guarda, preservação, documentação e difusão do acervo audiovisual da produção nacional por meio da gestão, operação e manutenção da Cinemateca Brasileira”.

O contrato de gestão anterior havia sido encerrado em 31 de dezembro de 2019 e a sua renovação foi descartada pelo Ministério da Educação, órgão supervisor do contrato à época. Após a transição da Secretaria Especial de Cultura do Ministério da Cidadania para o Ministério do Turismo, a Cinemateca Brasileira foi reabsorvida pela pasta, liderada por Gilson Machado.

A Secretaria Especial da Cultura é comandada há mais de um ano pelo ator Mario Frias. Ele é a quinta pessoa a ocupar o posto no governo e substituiu a atriz Regina Duarte.

​Frias já havia sido cotado para comandar a pasta em janeiro de 2020, logo após a saída de Roberto Alvim, que foi demitido após gravar um vídeo repleto de referências à Alemanha nazista. Bolsonaro acabou apostando em Regina, exonerada em menos de três meses.

Na época da chegada de Frias, auxiliares do presidente afirmaram que a nomeação dele refletia uma nova tentativa do Palácio do Planalto de manter a ala ideológica no comando da área.

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