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YouTube tira do ar canal usado por Allan dos Santos para driblar punição ao Terça Livre

O blogueiro bolsonarista, que está nos Estados Unidos, é alvo de um mandado de prisão autorizado por Alexandre de Moraes

O blogueiro bolsonarista Allan dos Santos. Foto: Reprodução
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O YouTube tirou do ar nesta sexta-feira 22 o canal Artigo 220, que estava sendo utilizado pelo blogueiro bolsonarista Allan dos Santos para driblar os bloqueios impostos pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, ao canal Terça Livre.

Agora, ao tentar acessar a página, o usuário se depara com a seguinte mensagem: “Este canal não está disponível em seu país”. Segundo o YouTube, o canal “foi removido em cumprimento a uma decisão proferida em processo judicial sob segredo de justiça”.

Allan dos Santos, que está nos Estados Unidos, é alvo de um mandado de prisão autorizado por Moraes. O magistrado mandou o Ministério da Justiça iniciar imediatamente o processo de extradição e ordenou que a Polícia Federal inclua a ordem em uma lista da Interpol.

O bolsonarista é investigado em dois inquéritos que tramitam no STF: o que apura a divulgação de fake news e de ataques a integrantes da Corte e o que mira a ação de milícias digitais que atuam contra a democracia.

“Como se vê, a utilização de seu canal nas redes sociais, usado como verdadeiro escudo protetivo para a prática de atividades ilícitas, aliado ao fato de ter se ausentado do território nacional durante as investigações, passando a perpetrar suas condutas criminosas dos Estados Unidos da América, tem conferido a Allan Lopes dos Santos uma verdadeira cláusula de indenidade penal para a manutenção do cometimento dos crimes já indicados pela Polícia Federal, não demonstrando o investigado qualquer restrição em propagar os seus discursos criminosos”, diz trecho da decisão de Moraes.

Sobre o blogueiro, o magistrado também escreveu que “o poder de alcance de suas manifestações tem contribuído, de forma inequívoca, para a animosidade entre os Poderes da República e para o ambiente de polarização política que se verifica no Brasil, com verdadeiro incentivo para que as pessoas pratiquem crimes”.

Horas após a divulgação da notícia na quinta-feira 21, o relator da CPI da Covid, senador Renan Calheiros (MDB-AL), celebrou a ordem de prisão.

“Apoiamos a prisão e a extradição do Allan dos Santos determinada pelo ministro Alexandre de Moraes. É a primeira prisão de um dos indiciados da CPI. Fake News, como sustentamos no relatório, também matou muitos brasileiros”, escreveu Renan nas redes sociais.

Em seu relatório, Renan recomenda o indiciamento de Allan dos Santos – indicado como “blogueiro suspeito de disseminar fake news” – por incitação ao crime. A prática é prevista no artigo 286 do Código Penal: “Incitar, publicamente, a prática de crime. Pena: detenção, de três a seis meses, ou multa”.

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