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Rodrigo Maia: Bolsonaro ataca o STF para tentar golpe

O ex-presidente da Câmara analisou os ataques de Jair Bolsonaro contra o STF e faz duras críticas ao seu sucesso Arthur Lira

O ex-presidente da Câmara, Rodrigo Maia. Foto: Maryanna Oliveira/Câmara dos Deputados
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O deputado federal Rodrigo Maia (sem partido) afirmou que os ataques recentes do presidente Jair Bolsonaro aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) são uma forma que o presidente encontrou de ‘criar um clima’ para um possível golpe. A declaração foi dada em entrevista ao Congresso em Foco.

“Eu acredito que ele pode [tentar o golpe] nessas ações de ‘prender o Roberto [Jefferson]’, ‘prende outro’, porque eles estão estimulando a prisão, ele pode inventar uma narrativa que está tendo um golpe contra ele e tentar trazer um contragolpe, uma reação”, afirma Maia. “Um golpe líquido, vamos dizer assim, solto, acho que ele não tem coragem porque ele sabe que não tem força. O que ele pode tentar com as Forças Armadas é numa reação”, acrescentou o deputado.

Segundo Maia, Bolsonaro tem feito declarações e usado seus apoiadores para testar os limites da Corte e expor possíveis fraquezas dos ministros.

“Acho que é isso que o Bolsonaro quer. Ele quer que o Supremo tome uma decisão dessa [prender seus aliados], quer que o TSE avance em alguma daquelas investigações sobre a chapa. Eles já vão criando essa narrativa para ser uma ‘reação’ e não uma ‘ação’”.

O parlamentar também analisou a atuação de seu sucessor Arthur Lira (PP-AL) no comando da Câmara e teceu duras críticas ao colega de parlamento. Para ele, o alagoano tem tido atitudes ‘mesquinhas’ e é muito mais próximo de Bolsonaro do que aparenta.

“É muito parecido um com o outro, há uma convergência entre os presidentes da Câmara e da República, que atuam com o mesmo intuito. Bolsonaro mais transparente, mais agressivo. O presidente da Câmara tentando diálogo com o Supremo, mas quando viram as costas dá facada no Supremo e no Tribunal Superior Eleitoral. As políticas deles são muito parecidas”, afirmou.

Na entrevista, Maia novamente justificou os motivos de não ter pautado o processo de impeachment durante seu mandato na Câmara. Segundo explicou, não havia votos suficientes e uma vitória de Bolsonaro só aumentaria sua força.

“O resultado do voto impresso foi uma demonstração que não há voto pro impeachment. Colocar o impeachment pro Bolsonaro ganhar talvez tenha a mesma função que teve pro Trump. O Trump arquivou e ficou muito forte, depois a pandemia tirou a eleição dele. É muito simplista, mas é real. O processo de impeachment não é só o presidente da Câmara deferir”, explicou. “Nós vimos essa semana que o presidente está muito longe de ter menos que um terço da Casa”, completou.

Maia ainda disse ter certeza no surgimento de uma candidatura de centro-direita capaz de vencer as eleições em 2022 e defendeu uma chapa entre João Doria (PSDB) e Ciro Gomes (PDT) para superar a ‘polarização’ entre Lula e Bolsonaro.

 

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