CartaExpressa
Promotora diz que homem que ameaçou atirar em Lula ‘se comoveu com polarização’
No vídeo, o empresário aparece com uma arma e diz que o petista irá ‘ter problemas’ se não ‘devolver o dinheiro que roubou’
A promotora Maria Paula Machado de Campos requereu a rejeição da queixa-crime por calúnia e difamação feita pelo ex-presidente Lula (PT) contra o empresário José Sabatini, que gravou um vídeo ameaçando o petista com uma arma. Na manifestação, a promotora alega que o homem pode ter se ‘comovido com a polarização’, mas não é um criminoso. A informação é do jornal Folha de S. Paulo.
No vídeo, o empresário aparece com uma arma e diz que Lula irá ‘ter problemas’ se não ‘devolver o dinheiro que roubou’. Na gravação, Sabatini chega a disparar o revólver após as ameaças.
A defesa de Lula alega que o empresário sabia que o ex-presidente não havia roubado 84 bilhões dos fundos de pensão como acusa no vídeo e mesmo assim o ameaçou. Os advogados também dizem que o ex-presidente foi xingado durante a gravação.
Mesmo com o vídeo, a promotora afirma não haver provas das acusações. Para pedir a rejeição da queixa, ela alega ainda que o empresário pode ter apenas ‘se comovido com o atual momento de polarização do País’, fato que não faria dele um criminoso. Maria de Paula argumenta também ‘livre manifestação de pensamento’ de Sabatini.
Em março deste ano, o juiz Fernando de Oliveira Domingues Ladeira, da 7ª Vara Cível do Foro de São Bernardo do Campo, aceitou um pedido de liminar e determinou a proibição da reprodução e do compartilhamento do vídeo.
“Trata-se de usar o próprio argumento utilizado para a defesa de uma liberdade de expressão ‘irrestrita’ para justificar a interdição dos discursos de ódio”, escreveu o magistrado ao aceitar o pedido de Lula na ocasião.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Os Brasis divididos pelo bolsonarismo vivem, pensam e se informam em universos paralelos. A vitória de Lula nos dá, finalmente, perspectivas de retomada da vida em um país minimamente normal. Essa reconstrução, porém, será difícil e demorada. E seu apoio, leitor, é ainda mais fundamental.
Portanto, se você é daqueles brasileiros que ainda valorizam e acreditam no bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando. Contribua com o quanto puder.