CartaExpressa
Partidos se unem contra voto impresso em resposta à ameaça de Braga Netto
‘Essa coisa [ameaça] acaba reforçando a articulação contra’, garante ACM Neto, presidente do DEM
Em resposta à ameaça do ministro da Defesa, Walter Braga Netto, de que sem voto impresso não haverá eleições em 2022, presidentes de partidos se articulam para reprovar a proposta o quanto antes, ainda na comissão especial da Câmara que analisa o tema.
O movimento contrário ao voto impresso já existia e era formado por diversas legendas, incluindo algumas da base bolsonarista. Mas, com as ameaças do general reveladas na quinta-feira 22, líderes do DEM, MDB, PSD, PSDB e Solidariedade decidiram ampliar a articulação contra o tema.
Na semana passada, o deputado bolsonarista Paulo Eduardo Martins (PSC-PR), em uma manobra regimental, conseguiu adiar a sessão de votação na comissão. A intenção era ganhar tempo para tentar evitar a reprovação.
Com a ameaça governista, porém, os presidentes das legendas se movimentam para evitar que a manobra se repita. Com a articulação, a principal bandeira política de Bolsonaro corre sérios riscos de nem chegar ao Plenário.
“Essa coisa do Braga Netto acaba reforçando a articulação contra”, explicou ACM Neto, presidente do DEM, ao jornal O Estado de S. Paulo.
A articulação também foi confirmada por Fábio Trad, deputado federal pelo PSD e integrante da comissão. O parlamentar destaca que o projeto já não era visto com bons olhos na Casa e que o episódio aumentou ainda mais a objeção ao tema:
“Esta ameaça do Braga Netto aumentou a indisposição com a PEC”, destacou o congressista.
Sem o voto impresso, Bolsonaro e aliados já afirmaram diversas vezes que não haverá eleições. O presidente cogita até nem concorrer ao pleito se o sistema não for implementado, como confirmou recentemente reportagem de CartaCapital.
(Com informações da Agência Estado)
Relacionadas
CartaExpressa
Comissão da Câmara aprova convite para ouvir Elon Musk sobre suposto abuso de autoridade no Brasil
Por Wendal CarmoCartaExpressa
Lira encaminha ao Conselho de Ética pedido de cassação contra Glauber Braga
Por Wendal CarmoCartaExpressa
Fazenda estima alíquota média do IVA em 26,5% após a reforma tributária
Por CartaCapitalCartaExpressa
Barroso: Brasil vive um momento de estabilização democrática e as instituições prevaleceram
Por CartaCapitalUm minuto, por favor…
O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.
Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.
Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.
Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.
Assine a edição semanal da revista;
Ou contribua, com o quanto puder.