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Nova presidente da Capes é reitora de universidade onde o ministro da Educação se formou
Claudia de Toledo assume vaga deixada por Benedito Guimarães Aguiar Neto, indicado de Weintraub e defensor do criacionismo
A nova presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, a Capes, a advogada Claudia Mansani Queda de Toledo é reitora da faculdade em que os ministros Milton Ribeiro (Educação) e André Mendonça (Advocacia-Geral da União) se formaram em Direito.
O Centro Universitário de Bauru, atual nome do Instituto Toledo de Ensino (ITE) foi fundado pela família de Cláudia.
Em agosto do ano passado, logo após assumir o cargo, Milton Ribeiro foi homenageado pela faculdade. Uma foto do ministro foi colocada no hall de entrada da instituição e ele recebeu uma medalha concedida a ex-alunos destaques
Segundo o currículo lattes, Claudia tem mestrado em Direito das Relações Sociais pela PUC-SP e doutorado em Direito Constitucional pelo mesmo Instituto Toledo de Ensino, do qual é herdeira. O sistema Capes, responsável por avaliar a pós-graduação em todo o País, classificou com conceito 4 tanto o mestrado quanto o doutorado da instituição.
As notas concedidas pela Capes variam de 1 a 7, sendo que o conceito mínimo para funcionamento de um programa de mestrado é 3, e para o doutorado, 4.
A nova presidente da Capes ainda registra ser sócia de um escritório de advocacia e autora do livros Educação: uma nova perspectiva para o Estado de Direito e Ensino Jurídico no Brasil e o Estado Democrático de Direito.
Cláudia assume vaga deixa por defensor do criacionismo
A nova presente da Capes assume a vaga deixada por Benedito Guimarães Aguiar Neto. Ele estava no cargo desde janeiro de 2020, por indicação de Abraham Weintraub.
A Capes é responsável por regular e fomentar a pós-graduação. Ao entrar no órgão, Aguiar neto determinou a revisão dos pisos e tetos da redistribuição de bolsas e impôs reduções entre 10% e 50% para os cursos de acordo com suas notas.
Reitor da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Aguiar Neto causou polêmica como defensor do criacionismo, ou seja, uma natureza teológica do universo. O professor dizia que queria disseminar o entendimento na educação básica.
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