CartaExpressa
Milton Ribeiro será convocado a explicar proposta de fragmentar institutos federais
A Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara acatou requerimento do deputado federal Elias Vaz (PSB)
A Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara acatou requerimento do deputado federal Elias Vaz (PSB-GO) para convocar o ministro da Educação Milton Ribeiro. O parlamentar quer explicações sobre as mudanças pretendidas pelo governo junto aos institutos federais.
No início do mês, o MEC convidou dez reitores de institutos federais do País para discutir uma suposta proposta de ampliação da rede. Mas, ao invés de propor mais investimentos, construção de novas unidades e aumento dos estudantes atendidos, a pasta anunciou a criação de novas dez reitorias, o que alteraria a organização da Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica, a EPT.
A justificativa é a proximidade geográfica das reitorias com as unidades. Teme-se que a chegada de novos reitores ao Conselho Nacional das Instituições que compõem a Rede Federal, o Conif, abre caminho para que o governo indique reitores alinhados ideologicamente e promova interferências futuras na rede.
No requerimento encaminhado à Câmara, Vaz destaca que os novos reitores seriam indicados pelo governo, e não eleitos democraticamente. “Essa medida representa o desmonte da autonomia dos institutos federais. O presidente Bolsonaro já vem ameaçando essa autonomia desde que assumiu, nomeando reitores que não foram os mais votados em eleições internas das instituições e rompendo uma tradição em vigor desde a década de 1990”, acrescentou.
Reitores e sindicatos estimam que o custo da criação de cada nova reitoria pode chegar a R$ 8 milhões ao ano. Para o parlamentar, trata-se de uma contradição já que os IFs vêm sofrendo com cortes no orçamento que passam de 20%, resultando na falta de recursos para implementação de laboratórios, refeitórios e até mesmo bolsas para os estudantes.
“O orçamento hoje é proporcionalmente o mesmo de 2013, quando os Institutos não atendiam nem a metade dos alunos matriculados atualmente. E aí o MEC decide gerar mais gastos apenas com objetivos eleitoreiros, sem nenhuma preocupação com a realidade dos IFs”, assinala Vaz.
Relacionadas
CartaExpressa
Ministério da Educação autoriza J&F a criar faculdade
Por CartaCapitalCartaExpressa
Formação de professores terá que ser pelo menos 50% presencial, decide Conselho Nacional de Educação
Por CartaCapitalCartaExpressa
Gilmar: CPI para investigar o STF seria inadmissível e inconstitucional
Por CartaCapitalCartaExpressa
PF diz ao STF que investigados fizeram lives no X mesmo com contas bloqueadas
Por CartaCapitalUm minuto, por favor…
O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.
Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.
Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.
Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.
Assine a edição semanal da revista;
Ou contribua, com o quanto puder.