CartaExpressa

Militares usavam perfis falsos no Facebook e Instagram para mentir sobre Amazônia

Dois integrantes das Forças Armadas mantinham dezenas de perfis e páginas nas redes para defender teorias falsas sobre a preservação ambiental no Brasil

Apoie Siga-nos no

Dois militares, que ainda não tiveram suas identidades reveladas, mantinham dezenas de páginas e perfis falsos no Instagram e Facebook usados para mentir e espalhar teorias falsas sobre questões ambientais no País.

A rede foi desmontada pela Meta e, segundo reportagem da rádio CBN nesta quinta-feira 7, que teve acesso antecipado a um relatório trimestral de transparência da empresa, era formada por 14 perfis e nove páginas no Facebook, além de 39 contas no Instagram.

“A dona do Facebook não revelou a identidade destas pessoas, mas disse que encontrou os reais responsáveis pelas páginas. Eles apareciam de farda e identificavam inclusive onde trabalhavam, dentro do ambiente militar”, diz um trecho da reportagem.

De acordo com a publicação, a operação da rede de perfis mantida pelos dois militares atuou mais ativamente no período entre abril e junho de 2020 e foi reativada entre maio e junho do ano seguinte. As páginas continham nomes de usuários falsos e fotos de perfis geradas por inteligência artificial ou computação gráfica.

A dupla, de acordo com a rádio, chegou a criar uma entidade ambiental falsa para defender o sucesso do Brasil na luta contra o desmatamento com o apoio do Exército. Nos últimos três anos, no entanto, o País tem acumulado recordes negativos na área. As publicações falsas tiravam a responsabilidade do governo e das Forças Armadas sobre os números e atribuíam a culpa por problemas climáticos a cidadãos comuns.

Entre as publicações ainda havia exaltação de militares, a celebração de operações reais do Exército, como a distribuição de água ao semiárido brasileiro, e até algumas críticas à condução do governo de Jair Bolsonaro (PL) na pandemia.

Conforme destaca a reportagem, pelo documento da Meta, não fica claro se a empresa levou o caso para a Justiça brasileira. Questionada, a empresa disse estar à disposição das autoridades. Também não fica claro se a ação dos militares foi uma iniciativa pessoal ou ocorreu a mando de um terceiro envolvido. Ainda de acordo com a reportagem, além do Brasil, o relatório menciona situações de infração dos termos de uso das redes no Azerbaijão, nas Filipinas e na Rússia.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , , , , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Relacionadas

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Um minuto, por favor…

O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.

Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.

Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.

Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.

Assine a edição semanal da revista;

Ou contribua, com o quanto puder.