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Marco Aurélio se diz contra o impeachment de Bolsonaro e critica a CPI

‘Eu estou percebendo a CPI, a esta altura, como um palco, como um palanque visando as eleições em 2022’, afirmou

O ex-ministro Marco Aurélio Mello, do STF. Foto: Evaristo Sá/AFP
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O ex-ministro do Supremo Tribunal Federal Marco Aurélio Mello, que teve a aposentadoria publicada no Diário Oficial nesta sexta-feira 9, afirmou que é contra o impeachment do presidente Jair Bolsonaro.

Em entrevista ao Valor Econômico, o jurista criticou o senador Omar Aziz (PSD-AM), presidente da CPI da Covid, e disse que a comissão virou palanque para as eleições de 2022.

“Nós temos um presidente, ele, inclusive, é o meu presidente. Temos alguém que foi diplomado, tomou posse para um mandato de quatro anos. Que se espere o término do mandato. Não é bom para o Brasil afastar o dirigente maior. Ficamos aí figurando como uma ‘repupliqueta de bananas'”, declarou.

“A repercussão interna é ruim, em termo de insegurança jurídica, e é pior ainda no âmbito internacional. Nós não nos tornamos respeitáveis na comunidade internacional a partir dessa pseudo correção de rumo. Aguardemos. As regras do jogo democrático precisam ser observadas. E, claro, com as instituições funcionando e afastando mazelas que possam surgir”, acrescentou.

Para ele, a Comissão Parlamentar de Inquérito que investiga as ações omissões do governo federal durante a pandemia virou um palco.

“Está um disco arranhado. Eu já cansei. Só estão aparecendo fatos conhecidos. Eles vão apresentar um relatório, o relatório será encaminhado ao titular de uma possível ação penal, que é o Ministério Público, e veremos o que dará. Agora, não pode a CPI servir unicamente como plataforma política para os integrantes se credenciarem junto aos eleitores. Acabam se desgastando. Eu estou percebendo a CPI, a esta altura, como um palco, como um palanque visando as eleições em 2022”.

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