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Maioria dos brasileiros acredita que Bolsonaro é corrupto, diz pesquisa

A desconfiança é ainda maior com integrantes do governo, seis em cada 10 brasileiros acreditam que aliados do presidente são corruptos

Para população, presidente é medalha de ouro no quesito corrupção. Foto: AFP
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A maioria dos brasileiros acredita que Jair Bolsonaro está envolvido em corrupção na compra de vacinas. O dado é da pesquisa da consultoria Atlas Político, divulgada nesta segunda-feira 2 pelo Valor Econômico.

Ao todo, o levantamento aponta que 54,3% dos entrevistados atribuem participação direta do presidente nas suspeitas de irregularidades e crimes durante a aquisição de imunizantes. Apenas 35,4% não vê envolvimento direto de Bolsonaro com corrupção e 10,3% não souberam responder.

A desconfiança da população é ainda maior com integrantes do governo. Segundo o Atlas, para 61,2%, há corrupção associada a aliados do presidente no Congresso e no meio empresarial.

A pesquisa também questionou os entrevistados se acreditam que o presidente estaria acobertando os casos. Ao todo, 56,4% acreditam que sim.

As principais suspeitas de corrupção no caso das vacinas foram reveladas pela CPI da Covid no Senado Federal. A comissão apura denúncias de propina, sobrepreço, omissão, pressões irregulares, adulteração de documentos, entre outras irregularidades.

Três negociações de vacinas estão na mira dos senadores: Covaxin, com sobrepreço de 1.000%; 400 milhões de doses de AstraZeneca com propina de 1 dólar por dose; e imunizantes da CanSino a 17 dólares a dose com uma intermediária ligada a integrantes do governo.

Também são alvos de inquéritos nomes da alta cúpula do governo federal, como o líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros (PP-PR), e o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello.

O envolvimento direto de Bolsonaro e sua família também são investigados. Há suspeitas não apenas de prevaricação ao não investigar indícios de corrupção na compra da Covaxin, mas de participação direta do presidente nas negociações de 400 milhões de doses da AstraZeneca, alvo da CPI por um suposto pedido de propina. A primeira-dama Michelle Bolsonaro também teria intermediado o negócio.

A pesquisa foi realizada pela internet e contou com 2.884 entrevistados. A margem de erro é de apenas dois pontos.

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