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Kassab diz que não há mais preocupação com impeachment de Bolsonaro

‘A tendência agora é que Bolsonaro siga até as eleições, quando será derrotado’, afirmou o dirigente do PSD após nota do presidente

O ex-ministro Gilberto Kassab. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
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O presidente do PSD, Gilberto Kassab, que recentemente colocou o partido para analisar um possível apoio ao impeachment, vê agora a possibilidade de abertura do processo minguar com a nota de recuo divulgada pelo presidente Jair Bolsonaro. A análise foi feita em entrevista ao Valor Econômico.

“Com a carta que ele assinou e que de viva voz endossou, não há mais essa preocupação com o impeachment, que se justificaria com um fato concreto, mas houve uma ducha de água fria com relação às mobilizações”, afirmou.

Para ele, a mobilização em torno do impedimento se justificava pela continuidade do tom de ameaça dos discursos do dia 7 de setembro, quando Bolsonaro disse que não cumpriria decisões do Supremo Tribunal Federal proferidas por Alexandre de Moraes. Com o recuo, o líder da legenda diz que é preciso dar um voto de confiança ao atual presidente.

É preciso dar ‘o voto de confiança de uma manifestação por escrito e depois verbal’, que, segundo ele, ‘enterra aqueles acontecimentos do dia 7’. Para ele, no entanto, o episódio pode servir de alerta ao presidente, já que teria ‘estremecido’ o apoio dos cerca de 200 deputados que compõem a base de governo, em maioria do Centrão.

“A tendência agora é que Bolsonaro siga até as eleições, quando será derrotado”, acrescenta na análise.

É justamente essa derrota a principal aposta de Kassab ao lançar um candidato da chamada ‘terceira via’. Até o momento, o nome sonhado pelo partido é de Rodrigo Pacheco (DEM-MG), atual presidente do Senado. Para o líder do PSD, o senador seria um nome viável contra Lula e Bolsonaro. As pesquisas, no entanto, não indicam grandes chances do parlamentar.

Na entrevista, o chefe da sigla minimizou também o apoio que o PSD tem dado aos projetos bolsonaristas no Congresso e até mesmo a nomeação de correligionários a cargos no governo. Os mais recentes episódios foram o apoio de parlamentares ao voto impresso e a nomeação do senador Carlos Viana (PSD-MG) como vice-líder do governo.

“Eu mesmo fui cobrado na minha família por ser contra o voto impresso”, minimizou. “Se depois das convenções do próximo ano, quando o partido tomará um rumo, o senador continuar na vice-liderança, aí você pode me cobrar”, acrescentou, tentando justificar a não oposição.

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