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Jornalista acusa Exército de promover censura em posto de vacinação

A mulher foi questionada por se manifestar contra Bolsonaro em um cartaz colado em seu carro. Oficial do Exército removeu a peça

Créditos: Divulgação Redes Sociais Créditos: Divulgação Redes Sociais
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A jornalista Roberta Rodrigues afirma ter sido vítima de censura por integrantes do Exército nesta quinta-feira 8, em São Paulo, em um posto de vacinação drive-thru da capital. Rodrigues, de 39 anos, compareceu ao Memorial da América Latina, na zona Oeste da cidade, para ser imunizada, e levou um cartaz de manifestação colado em seu carro.

A peça dizia: ” 528.540 não tiveram chance. Não desperdice a sua: vacine-se. Essas mortes poderiam ter sido evitadas. Não foram e só tem um culpado, Jair Bolsonaro. SUS Salva, Ele não”.

A CartaCapital, a jornalista afirma que, enquanto esperava na fila, dentro do carro, percebeu que dois integrantes do Exército que circulavam pelo local leram o cartaz e comentaram um com o outro: “Ela está falando do Bolsonaro”.

Depois disso, Roberta conta ter sido abordada por um dos homens dizendo que ela tinha que retirar o cartaz do carro, já que ela não podia falar de Bolsonaro. A jornalista perguntou: “Não posso falar do Bolsonaro ou não posso falar mal do Bolsonaro?”. Ao que o militar teria respondido: “Não pode falar do Bolsonaro”.

A jornalista disse à reportagem que, por medo de descer do carro, perguntou ao homem se ele poderia então retirar o cartaz para ela do automóvel. O militar retirou a peça e a devolveu.

“Me senti coagida a questionar a ação, sou mulher, estava sozinha, então preferi me calar”, narrou.

A reportagem procurou a assessoria de imprensa do Exército para comentar o caso e aguarda manifestação.

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