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Irmão de Luís Miranda diz que levou detalhes da Covaxin a Bolsonaro e confirma pressão
‘O presidente da República disse que ao término da reunião iria ligar para o DG da Polícia Federal para investigar’
O servidor Luís Ricardo Miranda, do Ministério da Saúde, reforçou em depoimento à Polícia Federal que recebeu pressão de seus superiores para autorizar a importação da vacina Covaxin, negociada pelo governo de Jair Bolsonaro com uma intermediária, a Precisa Medicamentos.
Ele é irmão do deputado federal Luís Miranda (DEM-DF), com quem disse ter levado os indícios de fraude no contrato do imunizante a Bolsonaro. À PF, o servidor afirmou em 14 de julho que apresentou ao presidente os nomes de funcionários responsáveis pela pressão e uma cópia do contrato, segundo o jornal O Globo.
Luís Ricardo Miranda disse que a pressão recebida por ele se dava por meio de “insistentes” telefonemas ou mensagens de Alex Lial Marinho, então coordenador-geral da área de Logística da Saúde; Roberto Ferreira Dias, então diretor do Departamento de Logística; e uma pessoa identificada como “Coronel Pires”, que seria assessor da secretaria-executiva do ministério.
Conforme o depoimento do servidor, obtido pelo jornal, “o presidente da República ouviu o relato, leu algo nos documentos apresentados e fez anotações”.
“O presidente da República disse que ao término da reunião iria ligar para o DG (diretor-geral) da Polícia Federal para investigar”, afirmou ainda Miranda.
Bolsonaro, porém, não encaminhou à época as denúncias à PF. Por isso, o presidente se tornou alvo de uma investigação de possível crime de prevaricação. O inquérito, aberto pela PF em 12 de julho, foi autorizado pela ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal.
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