CartaExpressa

Ex-juíza de Haia compara caso de Bolsonaro com de ex-presidente do Sudão

Sylvia Steiner citou condenação de sudanês por crimes de guerra e contra a humanidade: ‘A justiça tarda, mas não falha’

Foto: EVARISTO SA / AFP
Apoie Siga-nos no

A ex-juíza brasileira do Tribunal Penal Internacional de Haia, Sylvia Steiner, citou o caso de Omar al-Bashir, ex-presidente do Sudão, ao comentar as acusações contra o presidente Jair Bolsonaro que devem chegar à Corte.

Em entrevista ao UOL na quinta-feira 21, Sylvia lembrou que o sudanês foi condenado por crimes de guerra e contra a humanidade. “Falaram que ele nunca seria preso e, ao sair do cargo, ele está hoje preso no Sudão. A justiça tarda, mas não falha”, declarou.

No relatório final da CPI da Covid, os senadores imputaram a Bolsonaro nove delitos, entre eles o de crime contra a humanidade, que deve chegar ao tribunal.

“São processos que duram em média de três a cinco anos. Se há condenação, é pena de prisão de até 30 anos, dependendo do crime. Em excepcionalidade, é possível aplicar prisão perpétua”, esclareceu Sylvia.

Para ela, “o crime contra humanidade é a política utilizada para atingir parte da população civil”. “Pode ser ataque armado ou ataque por discriminação, pelas omissões que verificamos, descumprimento de decisões do STF [Supremo Tribunal Federal], mas faltou o que chamamos de elemento especial, que é a intenção de eliminar aquela população por essas condutas”, declarou.

 

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Relacionadas

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Os Brasis divididos pelo bolsonarismo vivem, pensam e se informam em universos paralelos. A vitória de Lula nos dá, finalmente, perspectivas de retomada da vida em um país minimamente normal. Essa reconstrução, porém, será difícil e demorada. E seu apoio, leitor, é ainda mais fundamental.

Portanto, se você é daqueles brasileiros que ainda valorizam e acreditam no bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando. Contribua com o quanto puder.

Quero apoiar