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Em áudio, esposa de Queiroz questiona: “Qual problema? Vão me matar?’
Na gravação, Márcia Queiroz fazia um desabafo sobre as investigações do esquema de rachadinha no gabinete de Flávio Bolsonaro
Mais um áudio que aponta como operava a família do presidente Jair Bolsonaro no suposto esquema de rachadinha foi revelado nesta terça-feira 6. Desta vez, a gravação traz um desabafo de Márcia Aguiar, que chora e questiona se ela seria morta caso optasse por retomar sua vida durante as investigações.
Márcia é esposa de Fabrício Queiroz, suposto operador do esquema, e chegou a ser presa junto com o marido em 2019. O áudio foi divulgado pelo portal UOL.
Na declaração, Márcia questiona o fato de estar longe da família e pergunta se será morta, caso volte para sua rotina. Na ocasião, Queiroz era mantido na casa do advogado da família Bolsonaro, Frederick Wassef, em Atibaia, no interior de São Paulo. O advogado a pressionava para se mudar do Rio de Janeiro para São Paulo durante as investigações.
“Só que eu também não tô aguentando. Tá entendendo? Eu tô muito preocupada com ele. A minha saúde também está abalada, tá entendendo? A gente não pode mais viver sendo marionete do ‘Anjo’ [Wassef]. Ah, você tem que ficar aqui, traz a família. Esquece cara, deixa a gente viver a nossa vida! Qual o problema? Vão matar?”, desabafa em áudio enviado a uma amiga.
“Ninguém vai matar ninguém, se tivesse que matar já tinha pego um filho meu aqui, você tá entendendo? Então deixa a gente viver a nossa vida aqui com a nossa família”, acrescenta.
O áudio é de novembro de 2019, quando o Supremo Tribunal Federal julgava a legalidade do compartilhamento de dados entre Conselho de Controle de Atividades Financeiras e Ministério Público.
Os relatórios mostraram movimentações suspeitas de Flávio Bolsonaro. A Corte decidiu por 10 votos a 1 não acatar a tese de Wassef, que considerava o compartilhamento uma quebra de sigilo ilegal.
Meses depois, o Supremo Tribunal de Justiça anulou a quebra de sigilo dos investigados, o que pode anular as provas colhidas pela investigação até o momento.
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