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Em Aparecida, Bolsonaro ouve sermão sobre Covid-19 e desemprego
Antes da chegada do presidente, arcebispo fez críticas ao armamento da população, às fake news, corrupção e discurso de ódio
O presidente Jair Bolsonaro compareceu ao Santuário Nacional Aparecida, no interior de São Paulo, e ouviu sermão de solidariedade às famílias vítimas da Covid e que também citou o desemprego. Sua presença nesta terça-feira 12 foi marcada por vaias de opositores e gritos de apoio de bolsonaristas.
Mais cedo, antes de sua chegada, o arcebispo Orlando Brandes fez críticas aos discursos de ódio, ao armamento da população, à corrupção e às fake news, sem citar nominalmente o presidente.
“Para ser pátria amada, não pode ser pátria armada”, disse. “Para ser pátria amada seja uma pátria sem ódio. Para ser pátria amada, uma república sem mentira e sem fake news. Pátria amada sem corrupção. E pátria amada com fraternidade. Todos irmãos construindo a grande família brasileira”, completou.
Durante a missa, Bolsonaro ficou encarregado de fazer a primeira leitura, a liturgia da palavra. Posteriormente, foi convidado pelo arcebispo Brandes a fazer a consagração da imagem de Aparecida. O presidente estava acompanhado dos ministros Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia) e João Roma (Cidadania). Durante a cerimônia, o chefe do Executivo fez uso de máscara.
O presidente também ouviu o discurso do padre José Ulisses, que fez referências às vítimas da Covid e abordou a situação de desemprego no País.
“Este é o santuário da palavra de Deus e da Sagrada Família. Bom, você que está aqui hoje, neste 12 de outubro de 2021, pode agradecer por estarmos aqui, vivos. Ela [Nossa Senhora] enxuga as lágrimas de muitas famílias. Muita gente morreu, mas hoje é o momento de olhar a imagem da nossa Mãe e dizer obrigada”.
“Ela [Nossa Senhora] nos ensinou a seguir em frente. Se ela pudesse, chegaria perto de cada um de nós para dar um abraço fraterno”, completou o padre.
“Há várias mesas vazias, desemprego. Mas Nossa Senhora está aqui hoje para repartir o bolo do seu aniversário, sem distinção. Somos o povo de Deus. E a maior dignidade que temos deve prevalecer ao povo de Deus. Só assim poderemos construir um país e, assim, sonhar com a paz e a justiça.”
O padre também defendeu o desarmamento da população, na direção oposta ao que discursa Bolsonaro. “Que haja mais desarmamento, mais felicidade e mais humanidade”, disse ele olhando na direção de Bolsonaro e de seus ministros. “Em seu aniversário, tudo que Nossa Senhora deseja é avida.”
Bolsonaro deixou o Santuário sem falar com a imprensa.
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