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Pílulas Opinativas 2

A coluna, sem itinerários a percorrer e impressões coloquiais a contar, entra na série ‘Pílulas Opinativas’

Terei que me acostumar a apenas usar o que noticiam as folhas e telas cotidianas. Pelo menos, até que vírus e verme vão embora (Foto: iStock)
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Durante os 15 anos de participação no site de CartaCapital tentei fixar um título para a coluna. Comecei com “Andanças Capitais”, mas há um ano a pandemia impediu-me ser capaz de ir e vir para lá e para cá para relatar novos causos a vocês.

Enviada que foi para a seção de opinião, a coluna, sem itinerários a percorrer e impressões coloquiais a contar, entra na série “Pílulas Opinativas”. Terei que me acostumar a apenas usar o que noticiam as folhas e telas cotidianas. Pelo menos, até que vírus e verme vão embora.

Do primeiro, aos 76 anos, creio estar perto de, pelo menos, amenizar as apreensões. Não de forma completa, porém. Em Brasil assim governado, é possível surgirem variantes, mutantes, replicantes e, sem dúvida, meliantes para aumentar o tamanho da tragédia.

Do verme, nem as eleições de 2022 trazem-me alguma esperança. Desconfiava, mas em 2018, tive certeza de quanto nós, os brasileiros, somos fáceis em contrariar o óbvio da História. 

Para Azia

Afinal, como declarou em 02/03/21 ao jornal Valor, a demógrafa Márcia Castro, única brasileira professora titular em Harvard, “O Brasil corre o risco de ficar isolado do mundo (…) devido à negligência do governo federal”. Foi mais longe: “É inadmissível que o presidente da República, num dos dias de mais óbitos no país, se pronuncie contra o uso das máscaras e provoque aglomerações”.

Isso é o que o país tem para hoje: um insano, um trapalhão logístico, e fardas em postos que deveriam ser ocupados por jalecos de cientistas, pesquisadores e professores.

Mas, felizes, comemora-se os decretos para melhor armar as milícias. 

Vitamina D

Sol e mar no Rio de Janeiro, que completou em 1º de março 451 anos. Continua lindo e, apesar de tantos desaforos, nunca deixará de o ser.

Ácido acetilsalicílico

A economia brasileira continua baseada nas exportações de commodities agrícolas suportadas por cotações internacionais e câmbio. Qual novidade se afirmo isto há anos?

Das grandonas, duras de engolir

Culpar os produtores de hortaliças, legumes e frutas pelo aumento dos preços em supermercados e feiras-livres. Não. O engasgo se deve a adversidades climáticas pontuais, em regiões e culturas, o reajuste dos preços de combustíveis que reflete nos fretes, e da equiparação, tanto em produtos primários como nos agroindustriais, com preços de exportação, favorecidos por cotações externas e câmbio.

Mato a cobre e mostro o pau: em quatro anos as exportações de feijão cresceram 45%.

Cápsula de pólvora redonda

Do economista Armando Castelar Pinheiro, no Valor (17/02/2021): “É difícil imaginar que veremos candidatos à Presidência com plataformas puramente tecnocráticas em 2022”. Uai! Mineiramente, espanto-me.

Antidepressivo A (serão frequentes)

O número de registros de agrotóxicos químicos, entre 2016 (o Golpe) e 2020 (RIP) cresceu 201%. Biológicos (consciência e tendência de futuro, com grandes empresas entrando no segmento), 143%. No entanto, ainda representaram 19% do total.

Inté!  

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