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Apoiadores de Bolsonaro agridem jornalistas em Fortaleza

Violência contra a imprensa, no entanto, não se restringe às ruas: assessor de imprensa do presidente eleito usou o WhatsApp para ofender jornalistas

Repórter agredida teve ferimentos na mão e nos braços
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Duas jornalistas, uma do jornal O Povo e outra do Sistema Verdes Mares, afiliada da Rede Globo em Fortaleza (CE), foram vítimas de agressões físicas e verbais durante a cobertura da festa de militantes do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL).

De acordo com O Povo Online, as duas repórteres estavam no comitê de Bolsonaro no bairro Joaquim Távora, na capital cearense, quando uma delas foi derrubada de cima de um equipamento de som da organização do evento. Na queda, ela feriu dedos e machucou os braços. Ela ainda teria sido agarrada pelo rosto e agredida verbalmente, assim como um repórter que a acompanhava, agarrado pelos braços. A mulher, de acordo com a reportagem, também foi assediada por militantes.

Já a repórter do Sistema Verdes Mares sofreu ataques verbais enquanto trabalhava na cobertura da comemoração. Um carro da mesma emissora foi apedrejado. Os nomes das repórteres não foram divulgados para preservar a segurança das vítimas.

Em nota, o jornal O Povo repudiou “qualquer forma de assédio ou qualquer tipo de violência contra os profissionais de imprensa, bem como agressões e atos de preconceito”.

Leia também: Mais de 140 jornalistas agredidos nas eleições; diretor do Datafolha é alvo

A violência contra à imprensa, no entanto, não se restringe aos apoiadores de Bolsonaro que atacam jornalistas no exercício de seu trabalho. Na noite do domingo 28, logo após a divulgação dos primeiros resultados da apuração dos votos,seu assessor de imprensa Carlos Eduardo Guimarães, encaminhou uma mensagem com ofensas a jornalistas. Guimarães questionou se a eleição não estava empatada, chamou os jornalistas de “engodo” e “lixo”.

WhatsApp Image 2018-10-28 at 20.09.30.jpeg (Reprodução/WhatsApp)”UÉ…. não tava quase empatado? Vocês são o maior engodo do Jornalismo do Brasil!!!! LIXO”, escreveu Guimarães, ao encaminhar uma foto com o resultado da pesquisa boca de urna indicando 56% para Bolsonaro e 44% para Fernando Haddad (PT).

A mensagem foi encaminhada pelo assessor para uma lista de transmissão pela qual ele encaminhava também a agenda do presidenciável e respostas a demandas coletivas de jornalistas.

Segundo informações do jornal O Globo, Guimarães está formalmente vinculado ao gabinete de Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidenciável, mas atende os dois deputados. Ele ocupa um dos cargos mais altos no gabinete, SP25, e teve remuneração bruta de 8 mil reais em setembro, de acordo com os dados da Câmara.

Apenas na tarde da segunda-feira 29 Guimarães, pediu desculpas. “Gostaria de apresentar minhas sinceras desculpas junto aos jornalistas brasileiros, que por ventura se sentiram atingidos, no tocante ao meu excesso verbal, ontem, onde visivelmente empolgado com o resultado da apuração eleitoral usei palavras absolutamente inadequadas, extrapolando na minha manifestação”, afirmou em nota enviada para lista de transmissão que mantém com repórteres no WhatsApp.

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