Fashion Revolution

Trabalhadores e indústria da moda: um semestre de pandemia no Brasil

Safras recordes de algodão e flexibilização da CLT com a precarização das condições de trabalho marcam realidade do setor

Foto: Arquivo pessoal
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por Bárbara Poerner*

Moda é muito mais sobre gente do que sobre roupa. E roupa não começa na máquina de costura, mas, muitas vezes, começa no campo. O Brasil é um dos maiores produtores e exportadores de algodão – fibra natural mais utilizada e comercializada no mundo. Mas com uma pandemia sem precedentes, que abalou a ordem social, econômica e moral do planeta, a produção mantém-se a mesma? E mais: como estão os agricultores e agricultoras que aram o solo e são as primeiras pessoas que dão início às nossas roupas?

O cultivo de algodão emprega 7% da força de trabalho agrícola (OIT/2017) e movimenta US$ 12 bilhões por ano, mundialmente (ABRAPA). O número de trabalhadores no campo é expressivo, mas ainda assim grande parte da produção é ancorada em sistemas industriais com maquinários especializados. A relação com o agronegócio é intrínseca: a fibra é produzida em um sistema de agricultura rotativa com soja e milho, sendo a maior parte dos grãos utilizada para alimentar animais que viram carne em muitos pratos brasileiros. E quanto custa? O mercado quem diz. O algodão é uma commodity e seus valores são definidos na Bolsa de Valores. 

Falta algodão ou sobra descompasso?

“Nós colhemos a maior safra da história da cotonicultura brasileira [cultivo de algodão] ”. Essa é a afirmação de Milton Garbugio, presidente da Abrapa, sobre a colheita neste ano pandêmico (2019-2020). Ou seja: a fibra, em si, não está em falta, mas sim existe um descompasso com a produção do tecido. O tempo do algodão é diferente e acontece de junho a junho, compreendendo o período de plantio e colheita. Isso explica a grandiosa safra mesmo durante a pandemia: quando começamos a quarentena no Brasil, meados de março, o algodão de 2019-2020 já estava plantado e em andamento para ser colhido. 

Garbugio explica que o descompasso acontece por conta da repentina volta do consumo e girada da economia, pois “a indústria e o varejo não previam o ritmo da retomada”. Os números mostram a retração industrial no consumo de algodão: ela foi de 19,8%, em comparação com o mesmo período do ano passado. Além disso, a indústria de vestuário diminuiu 36%, e as vendas no varejo foram 37,6% menores, (ABIT). A informação é confirmada por empresários do setor têxtil, como Claudio Rocha, diretor da EcoSimple: “apesar da safra recorde da fibra temos a falta de beneficiadores como fiações para suprir as tecelagens e a cadeia têxtil”, afirma.

“Hoje sabemos o valor que nós, agricultores, temos e nosso trabalho é fundamental.”

Rita Ambrosio, agricultora

Outro ponto a ser considerado é a variação cambial e alta do dólar. Com uma cotação que ultrapassa R$ 5,00, o valor interfere no preço do algodão e nas dinâmicas de compra e exportação, e a fibra teve um aumento de até 20% no final de agosto. “O pessoal brincava que foram preços de ‘dia da mentira’”, comenta Marenilson Batista da Silva, pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA). Como é uma commodity agrícola, o cotonicultor não tem agência sobre esses valores. 

As exportações não tem tanta relação com a falta do algodão fiado e tecido. Marenilson explica que “como o Brasil é o segundo maior produtor mundo, ele tem uma parte que vai para exportação, mas em torno de 700 mil toneladas ficam no consumo interno, e teoricamente isso daria para suprir o mercado.”

A Covid-19 e os trabalhadores e trabalhadoras do campo

Rita Ambrosio, antes da colheita. Foto: Acervo pessoal.

As mãos que aram o solo, diferente das mãos do mercado, são bem visíveis. Sem os trabalhadores do campo a cidade não come e as pessoas não se vestem. “Hoje sabemos o valor que nós, agricultores, temos e nosso trabalho é fundamental”, conta Rita Ambrosio. Agricultora desde muito cedo, ela mora com a família em um assentamento na Cachoeira do Peixe (CE), e produz, além de milho, feijão e outras culturas, o algodão agroecológico; “tudo sem veneno”, levando “uma vida bem simples, mas com muito amor, carinho e responsabilidade”.

A produção de algodão agroecológico no Brasil ainda é um desafio. “A agroecologia envolve toda a vida, não só ser orgânico e não ter agrotóxico, […] são todas atividades que contribuem para respeitar a natureza e a sociedade”, explica Francisco Renê Mota, agricultor na Comunidade de Estação (Cratéus – CE). 

Durante a pandemia, o agricultor relata que a produção não foi tão afetada: “quem vai para o campo é nossa família, eu, minha mãe, meus irmãos; então não teve muito essa coisa de parar, não.” Para Rita, houve períodos de dificuldade, mas a maior preocupação era o “medo que a doença se espalhasse” no interior, na comunidade.

Francisco Renê Mota e produtores. Foto: Acervo pessoal.

A dinâmica da produção de algodão é bastante diferente da dinâmica dentro das fábricas de tecidos ou roupas: é ao ar livre, o que facilita o enquadro nas medidas de prevenção ao coronavírus, permitindo o distanciamento social. Além disso, “as lavouras são regidas por ciclos pré-fixados do plantio até a colheita e isso não permitiu que o setor demitisse ou reduzisse salários”, conta Garbugio. “Em termos da produção em si, ela continuou acontecendo”, complementa Marenilson.

Quanto às medidas de amparo aos trabalhadores e trabalhadoras partindo das representações patronais, o presidente explica: “temos a Abrapa, a associação nacional, que dá as diretrizes e cria os programas macro. Além disso, temos dez associações estaduais, que implementam e administram a execução desses programas nos estados, e que também criam os seus próprios.”

Rita e Francisco foram amparados por organizações como a Esplar, que realiza um trabalho de base no sertão cearense desenvolvendo atividades para a agroecologia e agricultura familiar, e também pelo Estado, com kits de higiene, cestas básicas e formação e orientação para se proteger e remediar o contágio do vírus. 

Os trabalhadores do campo – assim como todos que compõem a base da cadeia produtiva da moda – são frequentemente invisibilizados. Empresas de vestuário ainda não se responsabilizam e não divulgam informações publicamente sobre seus fornecedores de fibras e tecidos, como revelado no Índice de Transparência da Moda Brasil 2019: somente 17% das 30 marcas analisadas publicam quais são seus fornecedores de matéria-prima e/ou se estão rastreando uma ou mais matérias-primas específicas – que normalmente são fibras naturais, como o algodão. 

A realidade nas fábricas

Se no campo a realidade parece ser mais fácil de ser contornada, nas fábricas e confecções – onde está a maior parte da indústria da moda – não é tão simples, e os trabalhadores e trabalhadoras do vestuário tem sido negativamente impactados desde o início da pandemia. No primeiro semestre de 2020, fábricas e lojas foram forçadas a reduzir drasticamente suas atividades e só as vendas digitais não deram conta; de maio a setembro mais de 4,1 milhões de brasileiros perderam o emprego e no último mês o Diário Oficial da União (DOU) incluiu as atividades da indústria da moda entre as 40 mais impactadas pela pandemia. 

Hoje, meses depois, a flexibilização da quarentena, uma injeção na economia com o auxílio emergencial e a retomada do comércio são alguns dos fatores que permitem um aquecimento no quesito produtividade e consumo. Cida Trajano, presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Vestuário (CNTRV-CUT), relata que aproximadamente 35 mil trabalhadores formais do vestuário perderam o emprego, mas não tem precisão do número devido a falta de obrigatoriedade da rescisão após um ano de contrato. Ela destaca como principais regiões afetadas o nordeste, com o Ceará e a Paraíba, e o Rio Grande do Sul. 

Para Vivian Pedrozo, estilista de uma grande varejista do país, tudo mudou da noite para o dia. “A gente segue um calendário, e de um dia pro outro fiquei sem rumo”, conta. A estilista relata que muitos colegas de profissão tiveram redução de salário ou foram demitidos, mas que a fábrica está recontratando funcionários pois o volume de produção tem aumentado. Já Ana Paula Miyagi, que tem uma marca focada em jeans na região do Brás, bairro popular de São Paulo (SP), conta que chegou a ficar 3 meses sem vender uma única peça; a solução encontrada pela lojista foi distribuir o trabalho entre alguns funcionários e desligar alguns outros. 

Passando a boiada da flexibilização

“Essa é a pior situação que os trabalhadores estão vivendo”. Trajano não hesita na afirmação, e complementa: “parece que a questão da pandemia caiu como uma luva para precarizar as condições”. A recontratação de funcionários por parte das empresas tem sido prática recorrente, mas muitos trabalhadores voltam às fábricas com flexibilizações trabalhistas, menos direitos e tendo que dar conta de toda a produção. “Quando o próprio empresário fala ‘você decide se quer trabalhar’, em um momento de desemprego desse, pandemia, surge necessidade de botar comida dentro de casa”, comenta a presidenta. Ela ressalta, porém, que em algumas regiões a recontração foi zero.

O trabalho intermitente também tem se mostrado promissor nesse cenário. Medida aprovada na reforma trabalhista de 2017, ele se caracteriza por uma jornada de trabalho esporádica, sujeita a intervalos e sem horários fixos. Além disso, Cida destaca um descaso sanitário por parte das empresas; “elas [trabalhadoras] têm que levar seu álcool, sua máscara; elas quem tem que se preocupar com sua saúde.”

As flexibilizações vieram amparadas pelo Estado, com a medida provisória que permite a redução de jornada e até suspensão de contratos para trabalhadores formais do setor privado; publicada em abril e legislada em julho, ela prevê que a reposição salarial seja feita pela União. De acordo com o Ministério da Economia, mais de 15 milhões de trabalhadores tiveram alterações nos seus contratos (até início de agosto de 2020). 

A maioria dos trabalhadores da moda, porém, não são formais e com carteira assinada. De 8 milhões de trabalhadores da indústria têxtil e do vestuário, 6,5 milhões são informais (ABIT). O cenário da indústria também é outro: a maioria das empresas são de médio e pequeno porte. 

A realidade nas casas

A informalidade e a terceirização fazem casa virar trabalho. São diversas confecções que se misturam com a vida familiar. A terceirização, que consiste basicamente na transferência das atividades-meio de uma empresa é muito recorrente e são diversas marcas de vestuário que contratam oficinas especializadas em determinada função (corte, costura, acabamento, etc.) para realizarem alguma etapa da sua produção. Isso fragmenta os processos, onde muitos trabalhadores ficam condicionados aos preços de intermediários sobre aquele serviço, já que não tem autonomia para realizarem outros, e normalmente recebem por peça e não por hora ou dia trabalhado. Esse modelo de trabalho – que acometia 38 milhões de brasileiros até 2019 – faz parte da cadeia da moda há um bom tempo, mas suas fragilidades ficaram ainda mais visíveis com a pandemia. 

No início da crise, diversas marcas globais milionárias cancelaram pedidos já prontos ou em andamento de suas oficinas terceirizadas. Outras médias e pequenas marcas, sofrendo com a crise e para equilibrar a balança, também deixaram de fazer novos pedidos e muitos trabalhadores informais ficaram sem demandas e consequentemente sem salário e condições materiais de vida. Essa prática explica também o descompasso do algodão:houve casos de grandes marcas quebrando contratos com as indústrias, e, muitas destas, postergando a compra de insumos como [a fibra]”, explica Garbugio.

Nilton Vargas em sua oficina. Foto: Acervo pessoal.

“Foi um pesadelo”, relata Nilton Vargas. Costureiro imigrante, ele tem sua própria confecção e trabalha como terceirizado atendendo pedidos de marcas variadas, no bairro do Bom Retiro, em São Paulo (SP). “No início ficamos felizes pois descansamos por uma semana”, diz, mas depois enfrentou dificuldades e foi até vender na feira da madrugada para conseguir pagar as contas e seus 7 funcionários. “Sobrevivemos.”

Cristina Filizzola, coordenadora do Programa Tecendo Sonhos (Aliança Empreendedora), que atua com amparo ao empreendedorismo de imigrantes costureiros em São Paulo, relata que haviam “oficinas mais estruturadas que conseguiram se manter, e outras que fecharam e faliram”, com nuances que variam de negócio para negócio. A transição para a produção de equipamentos de proteção individual, como máscaras, aventais e viseiras, não é tão simples pois requer um maquinário especializado, que as confecções não têm. Nilton conta que até tentou a transição, “mas o preço é muito baixo.” Para muitos, a produção desses itens vinha acompanhado de mais exploração, com costureiras recebendo até R$ 0,10 por máscaras, conforme reportagem do Repórter Brasil de junho. 

Hoje o cenário produtivo é diferente, com um aumento do volume de demanda, produção e consumo. Nilton até recusou clientes, mas reconhece que as condições de trabalho mudaram com a pandemia. “Tenho uma ficha de R$ 15,00 a camiseta; agora a mesma camisa está R$ 2,00 a menos”, explica.

E a preocupação das contratantes com os trabalhadores? “Totalmente a Deus dará”, responde Cristina, que comenta o surgimento de casos de infecção pelo vírus nas confecções por “falta de informação e de cuidados”. “Eles te cobram muito, mas nessa pandemia fecharam tudo e esqueceram de nós”, desabafa Nilton, que precisou se manter firme para valorar corretamente seu trabalho. “Quando começou nem ligaram e perguntaram, e agora que voltou querem que eu trabalhe sábado e domingo?”, lamenta. 

O agreste pernambucano, que também concentra grandes polos produtivos (destaque para Toritama, Caruaru e Santa Cruz do Capibaribe) vive a mesma realidade com outras nuances. Por lá, mais de 100 mil pessoas trabalham com produção de vestuário e conforme Cristina “o perfil é bem parecido [com São Paulo], mas a diferença lá é que tem trabalho infantil.” 

Além disso, as feiras, onde muitas roupas eram comercializadas, foram suspensas por conta da pandemia e impactaram muitos pequenos negócios que dependiam dessa dinâmica. Relatórios do SEBRAE (julho/2020) revelam que comerciantes que vendem nessa modalidade reportaram queda de -50% nas vendas. 

Na região, houve um aumento de 989,75% registros de microempreendedores individuais (MEI) entre 2010 e 2017, conforme relatório da Aliança Empreendedora (outubro/2020). Estes têm sido duramente afetados pela pandemia: 85% dos MEI e micro-empresários entrevistados pelo SEBRAE em julho registraram queda no faturamento mensal; destes, 38% e 33% suspenderam contratos de trabalho e reduziram horas e salários, respectivamente. A realidade acompanha o cenário global: a OIT estima que o primeiro mês da crise tenha resultado em uma queda de 60% na renda dos trabalhadores informais em todo o mundo.

As condições de trabalho para os informais e terceirizados nunca foi das melhores; dados do Dieese (2010) revelaram que eles recebem, em média, 27% a menos que os trabalhadores contratados diretamente, exercendo o mesmo ofício. A informalidade caiu 20% durante pandemia, justamente porque muitos negócios não conseguiram se manter. Na região de Toritama, “os comerciantes estão com dificuldade de achar as oficinas de costura, pois muitas tiveram que fechar [por causa] da pandemia”, explica Cristina. 

A falta de vínculo das marcas com seus trabalhadores terceirizados é um problema: ao mesmo tempo em que setor público e privado são responsáveis por garantir condições dignas de trabalho, ninguém é responsável também. Muito dessa problemática reside na falta de rastreabilidade e transparência da cadeia produtiva. De 30 grandes marcas analisadas no Índice de Transparência da Moda Brasil de 2019, 13 zeraram, o que mostra que elas não estão prestando contas publicamente sobre suas políticas, impactos sociais e ambientais e relação com seus trabalhadores. 

É impossível prever o futuro, mas é possível desenhar o hoje 

A pandemia não acabou. Embora medidas de isolamento tenham sido afrouxadas, o volume de produção e consumo venha aumentando e uma possível vacina esteja em curso, nos próximos meses ainda vamos colher os impactos desastrosos dessa crise sanitária e econômica.

Marenilson explica o cenário que se desenha para a produção de algodão: o milho e a soja estão com uma boa rentabilidade, então a tendência é que haja diminuição de área plantada, onde “se fala em até 15% de redução de safra”. Garbugio complementa explicando o cenário mundial, onde “os estoques deverão crescer em torno de 3%” e diz que “os impactos da Covid-19 serão mais sentidos na safra 2020/2021, que começa a ser plantada a partir de dezembro. A decisão de plantar mais ou menos algodão se baseia na demanda, que, estima-se, será menor em todo o mundo.”

Para Francisco, a esperança está bastante ancorada em suas crenças: “o sertanejo é um povo muito de fé”, comenta. Rita também é otimista: “espero que 2021 venha cheio de coisas boas”, e tem a meta de manter a produção no próximo ano. O desafio é acompanhar o ritmo de produção e consumo e lidar com a insegurança de um ano sem precedentes para a economia.

Após pouco mais de um semestre de pandemia, as estruturas da moda são as mesmas (mas potencializadas) de nosso sistema econômico capitalista: extremamente desiguais. O problema é estrutural, sistêmico. E como vivemos em que invisibiliza uns e “maxivisibiliza” outros, com uma distribuição de riquezas injusta, a base da pirâmide é a que mais sofre as consequências, como explicitado pela pandemia. O mar é o mesmo, mas os barcos não. 

Com informações públicas, acessíveis e de qualidade conseguimos rastrear os problemas de forma íntegra e traçar caminhos com acúmulo de colaboração, e não de exploração da necessidade. “Tudo que falam que é escravizado existe, eu já vivi uma parte disso, mas se você é consciente e conscientiza as pessoas, as coisas mudam”, compartilha Nilton.

Se alguns dizem que era uma oportunidade para sermos melhores, não parece que aproveitamos. Além de otimismo, precisamos de ações concretas – entre políticas públicas e responsabilidade das marcas e empresas – que protejam, respeitem e valorizem as pessoas que fazem nossas roupas. Se no hoje não construirmos uma base sólida, de proteção de direitos, de organização e de cuidado, não haverá amanhã para os trabalhadores e tampouco haverá amanhã para a moda, pois os primeiros são seu alicerce vivo. 

*Bárbara Poerner é redatora no Fashion Revolution Brasil.

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