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6 pontos para ser um revolucionário na moda nos 365 dias do ano

A busca é constante e exige a ação de diversos atores – e também uma boa dose de luta, coragem, perseverança e amor

Foto: Geo Cereça
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Por Bárbara Poerner

Essa não é uma pergunta fácil ou com uma resposta concreta e rígida. Buscar a revolução na moda é uma constante que exige a ação de diversos atores – e também uma boa dose de luta, coragem, perseverança e amor. Pensando nisso, juntamos algumas diretrizes que podem ser aliadas nessa busca.

Pesquise, se informe, leia, ouça e dissemine mais em 2020

Para construir um sistema de moda mais justo e transparente, é necessário que a gente pesquise sobre estes assuntos – inclusive as discussões que se intersectam com o debate como as questões de raça e ambientalismo -, se nutra de informações sem se perder no mar de notícias a que somos submetidos, ouça e esteja aberto a dialogar e trocar ideias e percepções usando a empatia como aliada, e dissemine e compartilhe o que vemos e aprendemos, para colocar os conhecimentos em circulação, ajudando a criar uma rede de transformação.

Cobre e exija do setor público

O setor público e nossos representantes parlamentares compartilham da responsabilidade em garantir um sistema de moda mais justo e sem exploração. Pode ser por meio da fiscalização e prevenção de condições trabalhistas análogas à escravidão e violações ambientais, criação ou aplicação eficaz de legislações competentes, promoção de uma agenda de políticas públicas direcionada para as problemáticas da nossa indústria – como a geração excessiva de resíduos -, e até garantindo a participação popular dos cidadãos para entender as demandas da sociedade. 

Você sabe como o vereador da sua cidade ou senador e deputado do seu Estado tem trabalhado essas questões? Que tal mandar um email para seu gabinete cobrando esse posicionamento?

Questione as marcas e empresas além do #quemfezminhasroupas

Perguntar “quem fez minhas roupas?” é importante para tirar da invisibilidade aqueles que trabalham sem serem vistos e resgatar a percepção humana de que existem vidas por trás do que vestimos. Contudo, a pergunta deve vir aliada a outros questionamentos, como uma porta de entrada para aprofundar o debate e promover mudanças reais na moda. 

Também pergunte para as marcas e empresas que puder qual a média salarial dos costureiros, modelistas e agricultores, ou ainda qual a política ambiental que é adotada além das previstas na legislação brasileira. 

Questionar não é um fim, mas uma ferramenta importante para exercitar nossa consciência e aguçar nosso plano de ação. Quais outras perguntas você acha necessárias?

Se organize, mobilize e pratique

Mudanças exigem coragem e perseverança mas também planejamento, estratégia e mobilização. Se organizar com movimentos que acredita, mobilizar grupos para se engajar em causas socioambientais e praticar no cotidiano o conhecimento e aprendizado que acumulamos são passos importantes na trajetória de transformação do sistema de moda – o que não é tarefa simples, mas muito necessária. 

Que tal se engajar mais com coletivos da sociedade civil que fazem sentido para você, participar de forma popular no setor público e fomentar um grupo de atuação ao seu entorno, seja o trabalho, família ou amigos?

Valorize os trabalhadores e trabalhadoras que produzem nossas roupas 

Isso porque os itens não brotam nas prateleiras; essa percepção equivocada que temos por vezes é também um mecanismo do sistema que invisibiliza e exclui quem compõe a base da indústria. 

Pessoas – como você que lê essa publicação – são agricultoras, costureiras, designers, modelistas, modelos, vendedores… e tantos outros ofícios que fazem parte da moda. 

Valorize o trabalho destes trabalhadores, ofereça espaços de escuta, contribua para reduzir a invisibilidade que muitos enfrentam e se engaje para exigir condições dignas, justas e humanas de trabalho. 

Novo ano, novas oportunidades para mudar o sistema de moda

Não precisamos de uma virada de ano para exigir e se mobilizar por mudanças na indústria da moda, mas iniciar uma nova década pode ser um bom incentivo. Neste período, seguiremos trabalhando para mudar radicalmente a forma como nossas roupas são pensadas, produzidas e consumidas – assim como já fazemos há 7 anos. 

Você pode ser nosso aliado nessa jornada. Continue nos acompanhando, se engajando em nossas campanhas, sugerindo ações e lutando conosco para que ninguém perca a vida para produzir uma peça de roupa. 

Nos acompanhe: @fash_rev_brasil 

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