Diálogos da Fé

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Um retrato das candidaturas com identidade religiosa em 2020 e as tendências para este ano

Entre os contextos de mobilização na campanha, temas como gênero e raça estiveram no centro dos discursos

Foto: Nelson Jr./ASICS/ TSE Foto: Nelson Jr./ ASICS/ TSE
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O que um olhar sobre as candidaturas com identidade religiosa nas eleições municipais de 2020 revela sobre a relação entre religião e política no Brasil? Foi a partir desta pergunta que o Instituto de Estudos da Religião (ISER) realizou a pesquisa “Religião e Voto: uma fotografia das candidaturas com identidade religiosa nas Eleições 2020”, lançada em abril.

O estudo levantou dados do Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre, Salvador, Recife, Belém e Goiânia. Nessas capitais, entre as mais de 10 mil candidaturas contabilizadas, 1.043 tinham identidade religiosa.

A pesquisa mostra que, nas oito cidades, em média, 51,35% das vagas nas Câmaras de Vereadores foram ocupadas por candidatos com identidade religiosa. Em Salvador, por exemplo, o número chega a 69,77%. A menor taxa foi em Porto Alegre, com 36,11%. As capitais baiana e gaúcha também tiveram mais candidatos afrorreligiosos.

A pesquisa aponta ainda que, na chamada eficácia eleitoral dos candidatos com identidade religiosa, os católicos se saíram melhor: 31% de eleitos contra 16% de quem se apresentou como cristão (sem especificar a igreja ou denominação) e 13% de evangélicos.  A maioria dos católicos foi eleita em São Paulo (60%) e em Salvador (35,71%).

A identidade genérica “cristãos” formou o grupo com o segundo maior número de candidaturas em todas as capitais. A mobilização chama a atenção dos pesquisadores, pois abre um diálogo mais amplo com evangélicos, católicos e também com aqueles que se definem como cristãos, mas não frequentam uma igreja específica, afirmando-se como uma tendência que deve permanecer em pleitos eleitorais futuros.

Além de mostrar, por meio de números, o perfil de candidaturas com identidade religiosa por gênero, raça, pertença religiosa e partido, a pesquisa oferece, ainda, uma abordagem qualitativa a partir dos discursos nas mídias sociais. Se, em geral, havia nos debates de campanhas municipais a predominância de temas como infraestrutura, saúde, mobilidade e gestão, houve também forte ênfase nas pautas morais. Entre os contextos de mobilização na campanha, temas como gênero e raça estiveram no centro dos discursos.

O material foi produzido de setembro a dezembro de 2020. As mais de 800 páginas que reúnem todos os resultados estão disponíveis para acesso livre, nos dois volumes do e-book “Religião e Voto: uma fotografia das candidaturas com identidade religiosa nas Eleições 2020”.

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