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Manobras e sabotagens no mar de Oman

O Irã nega qualquer ataque aos navios petroleiros no estreito de Ormuz e fala em ‘manobra diplomática de sabotagem’

FOTO: NASA (WIKIMEDIA COMMONS)
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O estreito de Ormuz, no mar de Oman, é um canal que conecta o Golfo Pérsico e o Oceano Índico e fica ao sudoeste do primeiro. Em sua costa norte está o Irã e ao sul os Emirados e é aí por onde passa 30% do petróleo do mundo todo, sendo o centro nervoso do petróleo internacional.

Esta semana se intensificaram os ataques e sabotagens a navios petroleiros no estreito e os EUA, imediatamente sem nenhuma prova real, acusou o Irã de ter feito os ataques a dois navios petroleiros.

A Armada Iraniana, inclusive devido à proximidade de território, resgatou toda a tripulação dos dois navios que foram atacados, segundo seus comandantes por objetos voadores e não por minas como sugere o vídeo americano. Essa é apenas uma das contradições das acusações sem provas.

O Pentágono emitiu um vídeo em preto e branco meio borrado e suspeito, de que supostamente o Irã teria envolvimento nos ataques aos petroleiros, mas o próprio capitão do navio japonês disse que os ataques foram aéreos.

 

Isso ocorre em meio à visita do primeiro ministro do Japão, Shinzu Abe, ao Irã enquanto ele se reunia com Syed Ali Khamenei, em uma visita histórica, o que faz com que a própria opinião pública internacional desconfie da manobra americana ser uma farsa para tentar criar uma situação para controlar o estreito e também avançar em seus planos de atacar a rebelde República Islâmica do Irã.

Este tipo de manobra suja que utiliza o Imperialismo da calúnia e difamação para tentar justificar ataques e invasões à soberania dos outros países ou simplesmente começar uma guerra para saquear riquezas já foi utilizada diversas vezes pelo imperialismo e seus sócios. Na primeira guerra mundial, quando mentiram sobre o navio Lusitânia, depois sobre o golfo de Tonquim, também na guerra do Vietnã, mentiram sobre as armas químicas de destruição em massa de Saddam Hussein e assim invadiram o Iraque, mentiram sobre os ataques com armas químicas na Síria.

O mundo via estarrecido o surgimento de teorias malucas e bizarras como a do “Ataque Defensivo” e a utilização do termo “Eixo do Mal” para se referir aos países opositores das ideias imperialistas. “Os suspeitos atos no mar de Oman contra os petroleiros parecem complementar a campanha de pressões e sanções econômicas dos Estados Unidos contra o Irã, já que os estadunidenses não estão conseguindo nada com elas”, disse o presidente do parlamento iraniano, Ali Lariyane.

Em maio deste ano, Trump declarou que o Irã é “uma força desestabilizadora no Oriente Médio” e enviou porta-aviões e bombardeiros para a região e em abril os EUA haviam voltado a impor sanções ao Irã impedindo o país de exportar seu petróleo.

 

Se o Irã quisesse fechar seu território marítimo no estreito de Ormuz o faria de forma política e pública, sem nenhum tipo de manobras mentirosas como tem feito os Estados Unidos e seus aliados.

O secretário de defesa dos Estados Unidos, Patrick Shanahan, anunciou que enviara mais mil soldados para garantir a segurança das tropas americanas no Oriente Médio devido ao que ele chamou de “recentes ataques do Irã”.

O Irã nega qualquer ataque aos navios petroleiros no estreito de Ormuz e diz que esta é uma manobra diplomática de sabotagem dos serviços de inteligência que trabalham a serviço dos interesses econômicos das elites ocidentais.

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