Augusto Diniz | Música brasileira

Jornalista há 25 anos, Augusto Diniz foi produtor musical e escreve sobre música desde 2014.

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Zé Renato: ‘Acho que a grande transformação vai acontecer’

Cantor apresenta álbum sobre Paulinho da Viola e revela novos trabalhos, um com memórias afetivas e outro em parceria com Joyce Moreno

Foto: Divulgação
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O cantor e compositor Zé Renato voltou aos palcos para apresentar o álbum lançado um pouco antes da pandemia. Trata-se de O Amor É um Segredo – Zé Renato Canta Paulinho da Viola. O músico diz ter tentado evitar aglomerações pós-shows, mas a tarefa tem sido árdua.

“É muito difícil para gente que sempre trabalhou com o contato com o público. Sempre tive o prazer de receber as pessoas. Muitas vezes elas fazem um sacrifício grande para ir ao show e quer um autógrafo, uma recordação”, conta. “A gente tenta respeitar as regras do distanciamento, na medida do possível”.

Zé Renato tem grandes discos como intérprete de históricos músicos brasileiros. É o caso dos álbuns sobre Silvio Caldas e Zé Keti, e de composições de Chico Buarque e Noel Rosa. E, agora, tem o trabalho sobre Paulinho da Viola.  

“Todos esses discos fazem parte da minha vivência, da minha criação”, diz. “Esses discos são consequência da minha infância”. 

Sobre o de Paulinho da Viola, ele ouviu o sambista a partir de uma play list que montou com músicas pouco conhecidas dele, até que começou a tirá-las no seu violão. 

“O bacana desse disco é a capa, com um casal de idosos negros se beijando”, diz, acrescentado ter sido uma ideia do Lula Queiroga, um dos produtores do álbum, com foto de Juarez Ventura. “No momento em que estamos vivendo, é simbólico (a foto da capa). Sintetiza o conteúdo do disco, mas também marca o momento tão difícil que estamos passando, e como esse beijo significa tanto”, destaca.

No ano passado, Zé Renato produziu o disco de inéditas Água para Crianças (Selo Sesc), que tem a participação do coro de crianças do Instituto Sabendo Mais, formado pelos alunos da Escola Nova Holanda no Complexo da Maré, no Rio de Janeiro. 

“Foi uma experiência emocionante. Crianças que vivem uma realidade dura, difícil”, relata. “As crianças me surpreenderam. As músicas tem um grau de dificuldade, mas houve uma entrega delas. É um momento que a gente agradece aos deuses da música por proporcionar”.

Zé Renato diz ter composto bastante nos últimos tempos, com diferentes parceiros. Nessa linha, está planejando um disco de composições com Joyce Moreno. Antes, lançará um álbum de intérprete, pela gravadora Biscoito Fino, de memórias afetivas, não só com músicas brasileiras, mas também estrangeiras.

“A gente está vivendo este momento bem complicado, fazendo o que pode para poder sobreviver, manter nosso espírito para não ficar muito amargo”, afirma sobre a situação político-social atual. “Acho que a grande transformação vai acontecer. Tenho fé”. 

“O Brasil não merece sofrer tanto assim. Essa dose de sofrimento já passou do ponto. Tenho certeza e acredito que vai ter essa transformação que precisamos agora, para poder o país retomar o mínimo de civilidade, de tranquilidade”.

Assista a entrevista de Zé Renato a CartaCapital na íntegra:

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