Augusto Diniz | Música brasileira

Jornalista há 25 anos, Augusto Diniz foi produtor musical e escreve sobre música desde 2014.

Augusto Diniz | Música brasileira

Documentário musical evoca proteção à Amazônia com grupos locais e fortes mensagens

Projeto da cantora e pesquisadora Karine Aguiar, gravado no Teatro Amazonas e disponível no YouTube, exalta a floresta e seus habitantes

Foto: Reprodução
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Era para ser um show gravado no Teatro Amazonas, em Manaus, mas tornou-se um eloquente documentário musical em defesa da floresta e seus habitantes. Chamado Jungle Jazz – Uma Sinfonia amazônica, com quase 90 minutos de duração, o resultado postado este ano no YouTube. 

O projeto é liderado pela cantora e pesquisadora manauara Karine Aguiar e tem a participação da Orquestra Experimental da Amazonas Filarmônica, Jungle Jazz Ensemble, Coral Musikart e mestres e músicos de gambá dos grupos Pingo de Luz e Tambores da Floresta. A direção musical, composição e arranjos são do italiano Antonio Giacometti. O projeto teve a concepção e direção artística também de Ygor Saunier.

A apresentação, que conta com imagens típicas (belas, por sinal) da Amazônia, tem um pouco de tudo. Karine canta, declama, denuncia, alerta e comanda esse comovente vídeo. A abertura é uma leitura de Karine de trecho do livro Catueté Curupira (1983) da poeta Marcia Theóphilo.

As músicas exaltam a fauna, a flora e as comunidades amazônicas. Há uma adaptação de It don’t Mean a Thing, de Duke Ellington (que é um convite a dançar), com citação do mitológico Uirapuru, numa proposta de integrar a lenda ao som universal de uma das maiores influências no jazz. 

Uma das inserções de vídeo de fora do palco é do gambá do município de Maués, manifestação tradicional afro-indígena-ribeirinha – o tambor que dá o ritmo da tradição é coberto com pele de animal e o fato de exalar mau cheiro quando colocado acabou dando nome à manifestação. No documentário musical, Karine canta no teatro canções tradicionais ao lado do grupo de gambá Pingo de Luz, com os tambores (sempre eles!) marcando forte o ritmo.

A cantora e compositora é pesquisadora em ecomusicologia, campo que estuda as relações entre os sons musicais e a natureza. Sua pesquisa de doutorado pela Unicamp é justamente sobre o gambá de Maués. Ela tem ainda estudos em canto lírico e foi cantora solista em orquestras e corais na cidade de Manaus. Possui dois discos gravados: Arraial do Mundo (2012) e Organic (2016). Atualmente, vive na Itália. Trata-se de uma importante iniciativa da artista.

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