Augusto Diniz | Música brasileira

Jornalista há 25 anos, Augusto Diniz foi produtor musical e escreve sobre música desde 2014.

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Carnaval de Porto Alegre tenta se reerguer após 4 anos do cancelamento

Um documentário de estudantes de jornalismo faz um balanço de como ficaram as escolas de samba e a festa que perdeu apoio do poder público

Foto: Prefeitura de Porto Alegre
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O veto do então prefeito Nelson Marchezan Jr., que deixou de repassar recursos para escolas de samba de Porto Alegre, foi um marco negativo para a capital gaúcha. O carnaval de 2018 na cidade foi cancelado e interrompeu uma festa que ocorria na cidade desde 1960.

Veio a pandemia e o local do desfile deixou de ser a região central da cidade e foi para o longínquo Complexo do Porto Seco. O prefeito mudou, mas há muito ainda a ser feito para a folia de escolas de samba voltar ao que era nos anos 1970 e 1980.

Um documentário escrito, dirigido e produzido por Douglas Braga, Ingrid Fraga, Vitória Ribeiro e William Freitas, estudantes de jornalismo da Ulbra, faz um balanço de como ficou o carnaval no ciclo desde o cancelamento.

Com o nome de Agoniza, mas Não Morre (36 min.), título emprestado do clássico samba de Nelson Sargento, o trabalho conta com relatos de como estão escolas do porte da Imperadores do Samba (fundada em 1959), Fidalgos e Aristocratas (de 1950) e Filhos de Maria, criada em 2019 como um interessante projeto social. 

Imagens do carnaval deste ano, entremeadas com desfiles antigos, revelam uma Porto Alegre com fortes raízes no carnaval.  Vinicius Brito, jornalista experiente e ligado à cultura, oferece alguns elucidativos depoimentos durante o documentário.

Ele vê uma relação do porto-alegrense menos intensa com o carnaval do passado. Segundo Brito, há uma prática de “silenciamento da cultura negra em Porto Alegre”. Para o jornalista, a escola de samba representa uma mistura do que o conservadorismo mais ataca

As ações das agremiações, com sua função social não somente de acolhimento e integração comunitário, mas de ajuda efetiva à comunidade, são expostas no filme – algo bastante esquecido até nas escolas do Rio de Janeiro, que fazem o mesmo o ano inteiro. 

Faz-se necessário hoje discutir o papel histórico das agremiações carnavalescas em meio à tentativa de apagamento de manifestações de matriz afro. O documentário expressa essa preocupação.

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