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A menina que peitou o mundo para jogar futebol

Aos nove anos, Natália treina no Avaí, de Santa Catarina. Junto com os meninos

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Aos nove anos, Natália Pereira, ou Nati, como gosta de ser chamada, quebrou os paradigmas ao ser a primeira menina na categoria de base masculina de um grande clube brasileiro.

Inspirada e apaixonada no irmão e goleiro Vitor, 12 anos, Nati adorava imitá-lo e brincar de bola com ele. Entre todas as brincadeiras, era a que mais gostava. “Ela descia na quadra do prédio e chutava a bola no irmão como goleiro, e eu e meu marido começamos a perceber que ela era diferenciada”, afirma a mãe, Karyna Pereira.

Sempre com a bola no pé, Natália se destacava no futebol entre os amigos e no colégio. Aos 7 anos, começou a brigar por espaço no esporte, pois não queria mais só brincar – queria competir. “Ela quis disputar uma competição e a gente não conseguia time para ela jogar, porque com 6 anos ela participava de competição no colégio, mas queria mesmo ir como o irmão, jogar estadual. Foi quando enfrentamos dificuldades para conseguir um time para ela”, conta Karyna.

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Foram muitas negativas, mas Natália conseguiu um teste no Avaí, de Santa Catarina – que, na categoria profissional, volta este ano para a série A do Brasileirão. Inicialmente, o presidente do clube falava que ela não poderia nem fazer o teste, porque só há futebol masculino por lá. O pai insistiu, Nati passou uma semana em campo e foi aprovada. Ela é a primeira garota a treinar na equipe sub-10 masculina. Atuando em torneios de futebol de campo e também futsal. Iniciou seus treinos na terça-feira 26.

Natália se emociona ao falar das barreiras que quebrou e de ser fonte de inspiração para outras meninas. “Minha mãe e meu pai falaram que essa barreira é difícil de ser quebrada. Fiquei muito feliz”, afirma.

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Do laço à bola no pé, simpatia e determinação, Natália mostrou aos nove anos que lugar de mulher é também no futebol.

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