Tecnologia

Receitas digitais

Pesquisas recentes indicam que a transição da mídia física para o mundo virtual rende bons frutos

Hábito. Quem vira leitor em um Kindle ou iPad tende a se manter fiel. Foto: Istockphoto
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Três notícias publicadas nos últimos dias dão conta de que a transição gradual de mídias físicas para digitais não chega a ser a sangria desatada prevista pela maioria dos opositores de tecnologias como o streaming de músicas ou a publicação eletrônica de livros ou revistas.

A primeira foi a divulgação do número de livros vendidos no mês de janeiro pela Associação de Publishers dos Estados Unidos (AAP). A receita dos seus associados cresceu em 27% ano a ano, puxada principalmente por um aumento de 73% nas vendas de livros eletrônicos. O interessante é que, ao contrário do que se poderia esperar, esse desempenho não significou redução no número de livros físicos vendidos.

A diferença é a estratégia adotada pelas editoras. Elas agora promovem o lançamento da versão de capa dura dos livros, normalmente a primeira versão a chegar ao mercado nos Estados Unidos. Mas não lançam a versão eletrônica simultaneamente. Isso aumenta a venda dos livros de capa dura, mas os consumidores passaram a preferir comprar a versão eletrônica à edição de bolso lançada posteriormente.

Outro ponto importante das estatísticas da AAP é a aparente fidelização dos leitores mais jovens aos livros eletrônicos. A venda do segmento na categoria infanto-juvenil cresceu 475% em um ano. E esses mesmos consumidores que começam a ler em aparelhos como o Kindle ou o iPad deverão continuar assim na vida adulta, marcando um declínio gradual de vendas dos livros impressos.

Também cresceu o número de pessoas que preferem ler a edição eletrônica de revistas. Segundo relatório mostrado pela revista Ad Age, a circulação de revistas eletrônicas subiu para 3,2 milhões no segundo semestre de 2011, salto de 1,4 milhão em relação ao primeiro semestre do mesmo ano. É um número impressionante, mas representa pouco mais de 1% da circulação das revistas. Parte do problema pode estar no modo com que as editoras decidem digitalizar suas edições.

A maioria prefere o caminho fácil, que consiste em apresentar o conteúdo como um fac-símile da edição impressa em aplicativos como o Zinio, disponível para a maioria dos sistemas operacionais. Outros, como o jornal britânico Guardian, elegeram criar uma edição específica para aparelhos digitais. A edição do Guardian para iPad é exemplo do que pode ser feito ao repensar a apresentação do conteúdo do jornal além das restrições da mídia impressa.

Além das editoras, as gravadoras também parecem reconhecer que a transição para as mídias digitais poderá ser vantajosa. Paul Smernicki, do braço britânico da gravadora Universal Music, disse que a empresa tinha uma preocupação com o potencial impacto negativo de serviços como o Spotify para as suas receitas.

O Spotify permite ao usuário ouvir quantas músicas desejar, o que levou os executivos a temer o impacto nas vendas de CDs. Segundo Smernicki, os estudos feitos pela companhia não revelaram qualquer canibalização de vendas. E o crescimento do faturamento nos países servidos pelo Spotify chegou a 40%, ante 10% nos mercados sem acesso ao serviço.

Três notícias publicadas nos últimos dias dão conta de que a transição gradual de mídias físicas para digitais não chega a ser a sangria desatada prevista pela maioria dos opositores de tecnologias como o streaming de músicas ou a publicação eletrônica de livros ou revistas.

A primeira foi a divulgação do número de livros vendidos no mês de janeiro pela Associação de Publishers dos Estados Unidos (AAP). A receita dos seus associados cresceu em 27% ano a ano, puxada principalmente por um aumento de 73% nas vendas de livros eletrônicos. O interessante é que, ao contrário do que se poderia esperar, esse desempenho não significou redução no número de livros físicos vendidos.

A diferença é a estratégia adotada pelas editoras. Elas agora promovem o lançamento da versão de capa dura dos livros, normalmente a primeira versão a chegar ao mercado nos Estados Unidos. Mas não lançam a versão eletrônica simultaneamente. Isso aumenta a venda dos livros de capa dura, mas os consumidores passaram a preferir comprar a versão eletrônica à edição de bolso lançada posteriormente.

Outro ponto importante das estatísticas da AAP é a aparente fidelização dos leitores mais jovens aos livros eletrônicos. A venda do segmento na categoria infanto-juvenil cresceu 475% em um ano. E esses mesmos consumidores que começam a ler em aparelhos como o Kindle ou o iPad deverão continuar assim na vida adulta, marcando um declínio gradual de vendas dos livros impressos.

Também cresceu o número de pessoas que preferem ler a edição eletrônica de revistas. Segundo relatório mostrado pela revista Ad Age, a circulação de revistas eletrônicas subiu para 3,2 milhões no segundo semestre de 2011, salto de 1,4 milhão em relação ao primeiro semestre do mesmo ano. É um número impressionante, mas representa pouco mais de 1% da circulação das revistas. Parte do problema pode estar no modo com que as editoras decidem digitalizar suas edições.

A maioria prefere o caminho fácil, que consiste em apresentar o conteúdo como um fac-símile da edição impressa em aplicativos como o Zinio, disponível para a maioria dos sistemas operacionais. Outros, como o jornal britânico Guardian, elegeram criar uma edição específica para aparelhos digitais. A edição do Guardian para iPad é exemplo do que pode ser feito ao repensar a apresentação do conteúdo do jornal além das restrições da mídia impressa.

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