Tecnologia

Guerra de gigantes

A Apple abriu mão do Google Maps em prol de uma versão própria do serviço e acirrou a disputa com a concorrente

Revide. Jobs achava que o Google plagiara sua empresa com o Android. Agora é a hora do contra-ataque. Foto: Paul Sakuma
Apoie Siga-nos no

A apple tem o costume de usar a primeira apresentação na Conferência Mundial de Desenvolvedores (WWDC, em inglês) para fazer anúncios de novos produtos em suas linhas. Foi o que fez na segunda-feira 11 com o MacBook Pro e sua tela de altíssima definição, mostrado no Prazer de Ponta abaixo. O mais importante, no entanto, ficou por conta de um detalhe da apresentação do iOS 6, sistema operacional da empresa para iPhones, iPads e iPods.

A Apple decidiu abrir mão do Google Maps e utilizar sua própria tecnologia para um aplicativo de mapas e navegação. É um novo campo de batalha na guerra da Apple contra o Google, iniciada em 2008. Naquele ano o Google lançou o sistema Android para smartphones, o que levou Steve Jobs a declarar uma “guerra termonuclear” contra a gigante de buscas.

De acordo com a versão contada por Walter Isaacson na biografia do cofundador da Apple, Jobs percebia no Android um plágio do iOS. A Apple, com seu aplicativo de mapas, tira mais do que simplesmente um bom número de usuários do Google Maps. Ela também tira da rival uma informação importante: a localização dos usuários. Com esse dado o Google podia vender aos seus patrocinadores a garantia de que os anúncios poderiam ser direcionados com precisão a usuários em pontos específicos. A perda dessa informação deve causar uma queda importante nas receitas de publicidade do Google.

O interesse da Apple no setor de mapas digitais não é novidade. Nos últimos anos ela vinha comprando pequenas e médias empresas com tecnologias de mapeamento e navegação sem fazer grande estardalhaço. Depois fez um acordo com a holandesa TomTom, conhecida por seus aparelhos de GPS, para conseguir os dados geográficos suficientes para construir seu serviço. O Google também usa dados da TeleAtlas, subsidiária da TomTom especializada em mapas digitais, mas o contrato entre as duas expira em 2013. Isso sugere que a empresa holandesa enxerga na Apple a segurança para continuar operando no futuro. É uma aposta interessante da TomTom. Ela sabe que os GPS portáteis estão sendo deixados de lado em favor de smartphones com essa capacidade embutida. Garante, assim, uma boa fonte de receitas mesmo quando seus consumidores decidirem não mais usar os aparelhos que ela vende.

Fabricantes como a BMW, a GM, a Honda, a Toyota e a Jaguar anunciaram durante a WWDC a intenção de integrar o sistema de mapeamento da Apple em seus automóveis. Com o simples toque de um botão o motorista ativa o programa de mapas no iPhone e navega pelas ruas com ele. Quem perde com tudo isso, no entanto, é qualquer usuário que não tiver um carro e, portanto, não tiver muito uso para um programa de navegação de trânsito. O Google Maps oferecia sugestões de trajetos por transporte público em grandes cidades, coisa que o sistema da Apple não oferece.

O Google vai continuar a oferecer o Google Maps para os aparelhos da Apple, mas os usuários precisarão baixar o programa, que não virá mais instalado de fábrica. A Apple, assim, assume um grande desafio de criar um serviço do zero que tenha a mesma qualidade daquele oferecido pelo Google e que faça seus usuários esquecerem o Google Maps.

A apple tem o costume de usar a primeira apresentação na Conferência Mundial de Desenvolvedores (WWDC, em inglês) para fazer anúncios de novos produtos em suas linhas. Foi o que fez na segunda-feira 11 com o MacBook Pro e sua tela de altíssima definição, mostrado no Prazer de Ponta abaixo. O mais importante, no entanto, ficou por conta de um detalhe da apresentação do iOS 6, sistema operacional da empresa para iPhones, iPads e iPods.

A Apple decidiu abrir mão do Google Maps e utilizar sua própria tecnologia para um aplicativo de mapas e navegação. É um novo campo de batalha na guerra da Apple contra o Google, iniciada em 2008. Naquele ano o Google lançou o sistema Android para smartphones, o que levou Steve Jobs a declarar uma “guerra termonuclear” contra a gigante de buscas.

De acordo com a versão contada por Walter Isaacson na biografia do cofundador da Apple, Jobs percebia no Android um plágio do iOS. A Apple, com seu aplicativo de mapas, tira mais do que simplesmente um bom número de usuários do Google Maps. Ela também tira da rival uma informação importante: a localização dos usuários. Com esse dado o Google podia vender aos seus patrocinadores a garantia de que os anúncios poderiam ser direcionados com precisão a usuários em pontos específicos. A perda dessa informação deve causar uma queda importante nas receitas de publicidade do Google.

O interesse da Apple no setor de mapas digitais não é novidade. Nos últimos anos ela vinha comprando pequenas e médias empresas com tecnologias de mapeamento e navegação sem fazer grande estardalhaço. Depois fez um acordo com a holandesa TomTom, conhecida por seus aparelhos de GPS, para conseguir os dados geográficos suficientes para construir seu serviço. O Google também usa dados da TeleAtlas, subsidiária da TomTom especializada em mapas digitais, mas o contrato entre as duas expira em 2013. Isso sugere que a empresa holandesa enxerga na Apple a segurança para continuar operando no futuro. É uma aposta interessante da TomTom. Ela sabe que os GPS portáteis estão sendo deixados de lado em favor de smartphones com essa capacidade embutida. Garante, assim, uma boa fonte de receitas mesmo quando seus consumidores decidirem não mais usar os aparelhos que ela vende.

Fabricantes como a BMW, a GM, a Honda, a Toyota e a Jaguar anunciaram durante a WWDC a intenção de integrar o sistema de mapeamento da Apple em seus automóveis. Com o simples toque de um botão o motorista ativa o programa de mapas no iPhone e navega pelas ruas com ele. Quem perde com tudo isso, no entanto, é qualquer usuário que não tiver um carro e, portanto, não tiver muito uso para um programa de navegação de trânsito. O Google Maps oferecia sugestões de trajetos por transporte público em grandes cidades, coisa que o sistema da Apple não oferece.

O Google vai continuar a oferecer o Google Maps para os aparelhos da Apple, mas os usuários precisarão baixar o programa, que não virá mais instalado de fábrica. A Apple, assim, assume um grande desafio de criar um serviço do zero que tenha a mesma qualidade daquele oferecido pelo Google e que faça seus usuários esquecerem o Google Maps.

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Um minuto, por favor…

O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.

Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.

Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.

Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.

Assine a edição semanal da revista;

Ou contribua, com o quanto puder.

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo