Justiça

Para o advogado da Vale, empresa não tem responsabilidade por Brumadinho

O advogado ainda defende a diretoria da empresa e afirma que ela não se afastará de seus cargos

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Após Raquel Dodge, procuradora-geral da República, ter afirmado na manhã desta segunda 28 que os executivos da Vale podem ser penalizados pelo rompimento da barragem da empresa em Brumadinho (MG) na última sexta-feira, que deixou dezenas de mortos e centenas de desaparecidos, o advogado da empresa, Sérgio Bermudes, saiu em defesa da Vale.

Para o advogado, a Vale “não enxerga razões determinantes de sua responsabilidade” no acidente. Dodge contraria: “Executivos podem ser penalizados também”.

Em evento em São Paulo, Dodge defendeu que “é também preciso responsabilizar severamente do ponto de vista indenizatório a empresa que deu causa a este desastre, e também promover a persecução penal”. A procuradora ainda reiterou a necessidade de eficiência na resolução do caso. Mas o advogado defendeu que “não houve negligência, imprudência, imperícia” e sugeriu que teriam sido vários os fatores para o rompimento da barragem.

Na tarde do domingo 27, o senador Renan Calheiros (MDB-AL) afirmou pelo Twitter que é “urgente, em respeito às vítimas de Brumadinho, o afastamento cautelar da diretoria da Vale, assim como a nomeação de diretoria interventora, para impedir a destruição de provas e apurar com isenção os fatos.”

Leia também: É preciso responsabilizar a Vale onde mais a atinge: no bolso

O advogado da empresa, além de ter criticado a fala do senador, sugerindo uma “tentativa pecaminosa de capitalizar, com declarações levianas, em cima da tragédia”, criticou a fala de Dodge, de que “certamente há um culpado” pelo acidente, sugerindo que a responsabilização dos executivos da empresa pelo caso é uma decisão precipitada.

“Não cabe renúncia pois não se identificou dolo e muito menos culpa” dos executivos da Vale, defende o advogado da empresa

Na visão do advogado, apenas uma assembleia geral dos acionistas da empresa poderia afastar seus diretores. “E eles não vão renunciar. A renúncia não ajudaria a companhia, perturbaria a continuidade das medidas que ela, do modo mais louvável, está tomando”, Bermudes reitera.

Leia também: Brumadinho: 60 mortos, 192 feridos e 292 desaparecidos

Até o momento, o Ministério Público de Minas Gerais já decretou bloqueios de 11 bilhões de reais da mineradora para compensar os estragos do acidente. Na sexta-feira, Fábio Schvartsman, presidente da empresa, por meio de um vídeo publicado nas redes sociais, declarou que a “a Vale inteira vai fazer o que for possível para ajudar as pessoas atingidas”. Schvartman foi a Brumadinho (MG) para sobrevoar a região, pela primeira vez, na manhã de ontem. Ele retornou ao Rio de Janeiro, onde fica a sede da empresa, no mesmo dia.

“É algo que me dói a alma. Tudo o que eu não queria na minha vida é que algo do gênero acontecesse”, afirmou o executivo no vídeo.

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