Sociedade

O desafio de Felipão

Jogar em casa é um trunfo, e não um peso. Mas é preciso conquistar os torcedores

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Por Afonsinho

Resolvida a comissão técnica da ­Seleção Brasileira, seguimos adiante ao que interessa: um time em condições de disputar e vencer a Copa de 2014. Os testes incluem alguns amistosos, cinco ao que parece, mais do que se anunciava, e a Copa das Confederações em junho. ­José Maria Marin, presidente da CBF, demonstrou clareza e convicção: “Para assumir a Seleção numa Copa do Mundo, no Brasil, é necessário que sejam os mais experientes”. Dou o braço a torcer.

Sugerimos neste espaço o Felipão para a coordenação técnica, cargo que vem ocupando há algum tempo, desinteressado já de treinar clubes. Para treinador, citamos o melhor momento do Abel, Murici, Nei Franco, este último em ascensão.

Luxemburgo, com competência e alguns problemas, revela-se mais manager, apesar de novo ainda. Anda vendendo franquias. Parreira, quando sondado após a saída de Mano, disse de imediato que a carreira de treinador para ele havia acabado. Ficou com a chefia da comissão.

Tem razão o presidente da CBF, e isso deixou às claras o ponto a que chegou o futebol brasileiro. A precariedade de opções nos deixa de frente com a situação do nosso futebol. A maioria dos técnicos é de beques durões, que se não foram criativos quando jogaram, no caso daqueles que chegaram a calçar uma chuteira, não vai ser agora. Como esperar que “burros velhos” se tornem estrategistas geniais?

Lembramo-nos de Zizinho, Didi, Jair Rosa Pinto e Telê, o único a quem foi dada a honra de dirigir o escrete. Por que motivos nenhum daqueles extraordinários articuladores orientou o futebol brasileiro? Preconceito, entre outras coisas. Quase sempre foram escolhidos os maleáveis, mesmo com capa de “durões”.

O novo velho treinador mostrou a cara na entrada, é um bruto que de bobo não tem nada. Conhece muito bem como funcionam, no concreto, as partes, as particularidades e como se engrenam cartolas, jogadores, mídia etc. Recusou, numa atitude inimaginável, o cargo mais almejado do futebol, a Seleção Brasileira. O fez na hora certa, para depois assumir, em momento oportuno, com força para vetar Romário. Não tinha tanta experiência. E agora?

Sua qualidade principal é conhecer o “meio”. Ficou reconhecido por formar a “família” Scolari. Tarefa importante será transformar, ainda que em parte, a “pressão” sobre o selecionado brasileiro por sediar a Copa em obstáculo para os adversários. Isso é um trunfo, não um peso. Mas precisa conquistar o torcedor. Recomenda-se ainda direcionar os grandes craques para a Seleção centrando os objetivos.

Seguir o calendário simplesmente é desumano. A definição da comissão ajuda a entender o papel do treinador, tão necessitado de ser esclarecido. Esse “gênio da lâmpada” não existe, é uma mentira já desmascarada em várias decisões, até de campeonatos mundiais, quando são trocados às vésperas. Função fundamental, mas não com o caráter que tomou entre nós. Fechado esse episódio, passamos a régua.

E as Olimpíadas? Acabado o Mundial de 2014, qualquer que seja o resultado, será preciso reestruturar o nosso futebol. Técnicos, árbitros, jogadores. Recuperar o tempo e o terreno perdidos. O pensamento que se esgota começou com a intervenção no selecionado da Copa de 1970. Deixou-nos em jejum até 1994.

Eleições no Flamengo apontam para a internacionalização do Rubro-Negro, seguindo as pistas do Corinthians e do Botafogo e a tendência a ser seguida pelo futebol mundial. Drogba no Fla.

Fluminense faz parceria com Velez Sarsfield, campeão argentino. Extraordinária visão de integração em todos os sentidos. Mercosul na prática. Os argentinos têm só aqui no Brasil três ou quatro arti­culadores. O nosso está bem guardado no São Paulo.

Ronaldinho Gaúcho como garantia. Acabou em ­destaque no Atlético Mineiro, depois de passar meio ­campeonato massacrado no Flamengo por uma corrente de informação comprometida.

Começam as avaliações, premiações e alguns pronunciamentos. O campeão com o melhor goleiro e o melhor atacante. Será este o fio da meada? A sabedoria popular avisa: “Todo bom time começa por um bom goleiro”. Não foi o melhor do primeiro ou do segundo turno, mas foi campeão.

Treinador declara: “Campeão é o mais regular”. Goleiro reserva lembra: “O Abel sabia tudo o que precisávamos”. O Vasco salva o final da temporada, promove suas revelações e valoriza seu técnico. Ousada e corajosa a posição de Gaúcho, eliminando a concentração. É uma discussão importante. Nunca se justificou o confinamento, e a medida perdeu completamente o sentido nos dias de hoje.

No aplauso ao Neymar pela torcida do Cruzeiro, o torcedor disse do que gosta, o que quer. Arte.

Um ano sem Sócrates. Saudades e a lembrança, sempre.

Por Afonsinho

Resolvida a comissão técnica da ­Seleção Brasileira, seguimos adiante ao que interessa: um time em condições de disputar e vencer a Copa de 2014. Os testes incluem alguns amistosos, cinco ao que parece, mais do que se anunciava, e a Copa das Confederações em junho. ­José Maria Marin, presidente da CBF, demonstrou clareza e convicção: “Para assumir a Seleção numa Copa do Mundo, no Brasil, é necessário que sejam os mais experientes”. Dou o braço a torcer.

Sugerimos neste espaço o Felipão para a coordenação técnica, cargo que vem ocupando há algum tempo, desinteressado já de treinar clubes. Para treinador, citamos o melhor momento do Abel, Murici, Nei Franco, este último em ascensão.

Luxemburgo, com competência e alguns problemas, revela-se mais manager, apesar de novo ainda. Anda vendendo franquias. Parreira, quando sondado após a saída de Mano, disse de imediato que a carreira de treinador para ele havia acabado. Ficou com a chefia da comissão.

Tem razão o presidente da CBF, e isso deixou às claras o ponto a que chegou o futebol brasileiro. A precariedade de opções nos deixa de frente com a situação do nosso futebol. A maioria dos técnicos é de beques durões, que se não foram criativos quando jogaram, no caso daqueles que chegaram a calçar uma chuteira, não vai ser agora. Como esperar que “burros velhos” se tornem estrategistas geniais?

Lembramo-nos de Zizinho, Didi, Jair Rosa Pinto e Telê, o único a quem foi dada a honra de dirigir o escrete. Por que motivos nenhum daqueles extraordinários articuladores orientou o futebol brasileiro? Preconceito, entre outras coisas. Quase sempre foram escolhidos os maleáveis, mesmo com capa de “durões”.

O novo velho treinador mostrou a cara na entrada, é um bruto que de bobo não tem nada. Conhece muito bem como funcionam, no concreto, as partes, as particularidades e como se engrenam cartolas, jogadores, mídia etc. Recusou, numa atitude inimaginável, o cargo mais almejado do futebol, a Seleção Brasileira. O fez na hora certa, para depois assumir, em momento oportuno, com força para vetar Romário. Não tinha tanta experiência. E agora?

Sua qualidade principal é conhecer o “meio”. Ficou reconhecido por formar a “família” Scolari. Tarefa importante será transformar, ainda que em parte, a “pressão” sobre o selecionado brasileiro por sediar a Copa em obstáculo para os adversários. Isso é um trunfo, não um peso. Mas precisa conquistar o torcedor. Recomenda-se ainda direcionar os grandes craques para a Seleção centrando os objetivos.

Seguir o calendário simplesmente é desumano. A definição da comissão ajuda a entender o papel do treinador, tão necessitado de ser esclarecido. Esse “gênio da lâmpada” não existe, é uma mentira já desmascarada em várias decisões, até de campeonatos mundiais, quando são trocados às vésperas. Função fundamental, mas não com o caráter que tomou entre nós. Fechado esse episódio, passamos a régua.

E as Olimpíadas? Acabado o Mundial de 2014, qualquer que seja o resultado, será preciso reestruturar o nosso futebol. Técnicos, árbitros, jogadores. Recuperar o tempo e o terreno perdidos. O pensamento que se esgota começou com a intervenção no selecionado da Copa de 1970. Deixou-nos em jejum até 1994.

Eleições no Flamengo apontam para a internacionalização do Rubro-Negro, seguindo as pistas do Corinthians e do Botafogo e a tendência a ser seguida pelo futebol mundial. Drogba no Fla.

Fluminense faz parceria com Velez Sarsfield, campeão argentino. Extraordinária visão de integração em todos os sentidos. Mercosul na prática. Os argentinos têm só aqui no Brasil três ou quatro arti­culadores. O nosso está bem guardado no São Paulo.

Ronaldinho Gaúcho como garantia. Acabou em ­destaque no Atlético Mineiro, depois de passar meio ­campeonato massacrado no Flamengo por uma corrente de informação comprometida.

Começam as avaliações, premiações e alguns pronunciamentos. O campeão com o melhor goleiro e o melhor atacante. Será este o fio da meada? A sabedoria popular avisa: “Todo bom time começa por um bom goleiro”. Não foi o melhor do primeiro ou do segundo turno, mas foi campeão.

Treinador declara: “Campeão é o mais regular”. Goleiro reserva lembra: “O Abel sabia tudo o que precisávamos”. O Vasco salva o final da temporada, promove suas revelações e valoriza seu técnico. Ousada e corajosa a posição de Gaúcho, eliminando a concentração. É uma discussão importante. Nunca se justificou o confinamento, e a medida perdeu completamente o sentido nos dias de hoje.

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