Saúde

A importância da ciência e da medicina do esporte

Realizado paralelamente aos Jogos Olímpicos e Paralímpicos, Congresso de Ciência, Educação e Medicina do Esporte reúne acadêmicos na Unifesp

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Nos últimos meses, a população brasileira teve muitas dúvidas se seria possível realizar, com boa organização, os Jogos Olímpicos. Eram muitos os desafios e poucas as notícias animadoras: a falta de recursos financeiros, epidemias de zika, dengue e chikungunya, o colapso das estruturas de saúde do Rio de Janeiro, a queda de uma ciclovia com trágicas mortes, greves e obras inacabadas.

Por fim, vimos ainda uma mudança brutal no cenário político, um processo de impeachment, alteração drástica nos ministérios e um país dividido.

A Olimpíada, como é de praxe, traz ao país sede a realização da Paralimpíada. O que poucos sabem é que trouxe também outro evento: o Congresso de Ciência, Educação e Medicina do Esporte (ICSEMIS 2016)  encontro acadêmico internacional que reúne cientistas e estudantes, a cada quatro anos, sempre no país-sede dos jogos.

A Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) foi escolhida pelo Comitê Internacional para sediar o ICSEMIS, que ocorrerá entre 31 de agosto e 4 de setembro na cidade de Santos. O congresso contou com a coorganização de inúmeras entidades e todas as universidades do nosso estado, além do apoio da cidade de Santos e do Ministério do Esporte.

A realização desse evento é uma grande oportunidade para trazer o tema ao conhecimento e ao debate da população brasileira. As áreas de Saúde do Esporte e Educação têm crescido a cada ano, especialmente devido às grandes descobertas que auxiliam na compreensão do que traz o alto rendimento e do que pode ser feito para melhorar o desempenho de atletas.

A Ciência do Esporte e Medicina do Esporte ajudaram a compreender o funcionamento e a fisiologia humana e como trabalhar o condicionamento físico em diferentes circunstâncias, após lesões, diante de mudanças climáticas e ambientais.

Ao longo dos anos, as equipes que cuidam dos esportistas e dos paratletas foram se aprimorando. Hoje, são multiprofissionais que se dedicam, estudam e encontram novas fórmulas, equipamentos, dietas, tratamentos e integrações.

Se inicialmente a Medicina do Esporte tinha como objetivo principal o tratamento e desenvolvimento dos atletas, hoje a Ciência do Esporte atua em muitos outros níveis, em especial mostrando o quanto as atividades físicas podem melhorar condições físicas, contribuir como adjuvantes em tratamentos, melhorar diversos casos de dor crônica, de distúrbios do sono, alterações hormonais, em condições metabólicas e prevenção de doenças crônicas, como diabetes e hipertensão, além de ser um poderoso antidepressivo.

Muitos estudos têm mostrado que o esporte e a atividade física podem levar à cura de diversas doenças, ou ao menos diminuir e muito o uso de medicamentos e seus efeitos colaterais.

Outro aspecto objetivo é o da Educação, em especial a educação em saúde a partir dos conhecimentos da Ciência do Esporte. Nesse sentido, o congresso é também um momento importante de interação da população em geral, que pode ter acesso à informação sobre todos os avanços que a ciência trouxe e traz para a qualidade de vida das pessoas e para a busca da longevidade. 

O Brasil tem ampla trajetória na pesquisa com esses temas. Muitos cientistas têm estudado não só do ponto de vista médico e fisioterápico, mas também aprofundam os conhecimentos de Anatomia, Fisiologia, Genética e Farmacologia, entre outros. Temos pesquisadores competentes, que estarão debatendo os recentes avanços com os colegas de diversos países.

Todos celebraram muito o desempenho do nosso país na abertura e organização da Olímpiada. Temos certeza que não será diferente nas Paralimpíadas. Que o Congresso de Ciência, Educação e Medicina do Esporte seja mais um importante feito, capaz de permitir o reconhecimento da sociedade brasileira aos nossos cientistas e ao legado que deixarão para a produção do conhecimento e a melhoria da saúde e da vida.

 

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