Política

PT x PSB: 2º turno entre Elmano e Claudio testa ruptura entre ex-aliados

O candidato da prefeita Luizianne Lins (PT) disputará contra o candidato do governador Cid Gomes (PSB) a prefeitura da capital cearense

A prefeita de Fortaleza, Luizianne Lins (PT), e seu candidato Elmano de Freitas, comparem à votação na manhã. deste domingo. Foto: Divulgação
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A quebra da tradicional aliança entre PT e PSB para as eleições municipais de 2012 terá seu ponto máximo no 2º turno de Fortaleza. O petista Elmano de Freitas e o pessebista Roberto Claudio (PSB) tiveram, respectivamente, 25,44% e 23,32% dos votos e se enfrentam novamente nas urnas no dia 28 de outubro:

O resultado final do primeiro turno fortalezense trouxe uma surpresa: a colocação do pededista Heitor Ferrer. Sempre apontado em quarto lugar nas pesquisas, o deputado estadual não aparecia entre os favoritos nem na boca de urna. No entanto, na votação final, ele chegou perto de desbancar Roberto Claudio e ir ao segundo turno com Elmano.

O candidato da prefeita contra o candidato do governador

Em 2008, a aliança entre PT e PSB funcionou e Luizianne Lins (PT) foi reeleita prefeita de Fortaleza no primeiro turno. Em 2010, quando foi a vez de Cid Gomes (PSB) buscar a reeleição, novamente a parceria foi um sucesso. Em 2012, depois de oito anos juntos no Ceará, o pacto local entre PT e PSB foi rompido. Cada partido foi para seu lado na eleição em Fortaleza e parece certo que remendar a parceria entre as siglas após as eleições não será uma tarefa fácil.

O início do período eleitoral de 2012 foi marcado pela disputa entre Cid Gomes e Luizianne para decidir quem seria o candidato da coalizão. A prefeita não aceitou negociar e decidiu, com apoio da cúpula petista, lançar seu secretário de Educação, Elmano. O presidente do PT, Rui Falcão, tentou intermediar uma negociação com o PSB, em troca de apoio ao candidato escolhido por Cid ao governo em 2014, mas não teve sucesso. O PSB, então, lançou Roberto Claudio, presidente da Assembleia Legislativa cearense.

Fortaleza: 100% das urnas apuradas:

1) Elmano de Freitas (PT) – 25,4%


2) Roberto Claudio (PSB) – 23,3%


3) Heitor Ferrer (PDT) – 20,9%


3) Moroni Torgan (DEM) – 13,7%


4) Renato Roseno (PSOL) – 11,8%


5) Marcos Cals (PSDB) – 2,4%


6) Inácio Arruda (PCdoB) – 1,8%

Com dois desconhecidos na disputa, as portas ficaram abertas para a oposição. Assim, o deputado federal Moroni Torgan (DEM) pulou na frente nos primeiros levantamentos, aproveitando seu alto índice de conhecimento entre os fortalezenses e também suas propostas para a segurança, um problema especialmente grave no Ceará e na capital do Estado.

A polarização entre PSB e PT, entretanto, logo começou a produzir efeitos. Roberto Claudio e Elmano subiram nas pesquisas, enquanto outros candidatos da base aliada federal, como Heitor Férrer (PDT), apoiado por Marina Silva, e Inácio Arruda (PCdoB), não conseguiram decolar. Desde a metade de agosto até a semana da eleição, Moroni perdeu metade de suas intenções de voto e não deve ir ao segundo turno.

A disputa entre PSB e PT expôs também fatos que nenhuma das duas siglas deseja trazer à tona. Recentemente, Cid Gomes afirmou que o secretariado municipal era de “faz de conta”. Ao devolver o comentário, um dos secretários acusou Cid de manter ao seu lado secretário estaduais envolvidos no chamado “escândalo dos banheiros”, que envolve irregularidades na construção de kits sanitários no interior do Ceará. O detalhe é que, como mostrou o jornal O Povo, dois dos três secretários são integrantes do PT.

Até aqui, Cid e Ciro, os principais nomes do PSB no Ceará, centram os ataques em Luizianne e Elmano. Lembram que os partidos estão juntos em outros municípios, como Sobral, no interior do Estado. Dizem abertamente que o PT nacional é “parceiro” do PSB e que os socialistas querem “aprofundar as relações entre PT e PSB” no âmbito nacional. O nível de dificuldade desse plano do PSB será decidido, entre outras coisas, com o andar o segundo turno em Fortaleza.

A quebra da tradicional aliança entre PT e PSB para as eleições municipais de 2012 terá seu ponto máximo no 2º turno de Fortaleza. O petista Elmano de Freitas e o pessebista Roberto Claudio (PSB) tiveram, respectivamente, 25,44% e 23,32% dos votos e se enfrentam novamente nas urnas no dia 28 de outubro:

O resultado final do primeiro turno fortalezense trouxe uma surpresa: a colocação do pededista Heitor Ferrer. Sempre apontado em quarto lugar nas pesquisas, o deputado estadual não aparecia entre os favoritos nem na boca de urna. No entanto, na votação final, ele chegou perto de desbancar Roberto Claudio e ir ao segundo turno com Elmano.

O candidato da prefeita contra o candidato do governador

Em 2008, a aliança entre PT e PSB funcionou e Luizianne Lins (PT) foi reeleita prefeita de Fortaleza no primeiro turno. Em 2010, quando foi a vez de Cid Gomes (PSB) buscar a reeleição, novamente a parceria foi um sucesso. Em 2012, depois de oito anos juntos no Ceará, o pacto local entre PT e PSB foi rompido. Cada partido foi para seu lado na eleição em Fortaleza e parece certo que remendar a parceria entre as siglas após as eleições não será uma tarefa fácil.

O início do período eleitoral de 2012 foi marcado pela disputa entre Cid Gomes e Luizianne para decidir quem seria o candidato da coalizão. A prefeita não aceitou negociar e decidiu, com apoio da cúpula petista, lançar seu secretário de Educação, Elmano. O presidente do PT, Rui Falcão, tentou intermediar uma negociação com o PSB, em troca de apoio ao candidato escolhido por Cid ao governo em 2014, mas não teve sucesso. O PSB, então, lançou Roberto Claudio, presidente da Assembleia Legislativa cearense.

Fortaleza: 100% das urnas apuradas:

1) Elmano de Freitas (PT) – 25,4%


2) Roberto Claudio (PSB) – 23,3%


3) Heitor Ferrer (PDT) – 20,9%


3) Moroni Torgan (DEM) – 13,7%


4) Renato Roseno (PSOL) – 11,8%


5) Marcos Cals (PSDB) – 2,4%


6) Inácio Arruda (PCdoB) – 1,8%

Com dois desconhecidos na disputa, as portas ficaram abertas para a oposição. Assim, o deputado federal Moroni Torgan (DEM) pulou na frente nos primeiros levantamentos, aproveitando seu alto índice de conhecimento entre os fortalezenses e também suas propostas para a segurança, um problema especialmente grave no Ceará e na capital do Estado.

A polarização entre PSB e PT, entretanto, logo começou a produzir efeitos. Roberto Claudio e Elmano subiram nas pesquisas, enquanto outros candidatos da base aliada federal, como Heitor Férrer (PDT), apoiado por Marina Silva, e Inácio Arruda (PCdoB), não conseguiram decolar. Desde a metade de agosto até a semana da eleição, Moroni perdeu metade de suas intenções de voto e não deve ir ao segundo turno.

A disputa entre PSB e PT expôs também fatos que nenhuma das duas siglas deseja trazer à tona. Recentemente, Cid Gomes afirmou que o secretariado municipal era de “faz de conta”. Ao devolver o comentário, um dos secretários acusou Cid de manter ao seu lado secretário estaduais envolvidos no chamado “escândalo dos banheiros”, que envolve irregularidades na construção de kits sanitários no interior do Ceará. O detalhe é que, como mostrou o jornal O Povo, dois dos três secretários são integrantes do PT.

Até aqui, Cid e Ciro, os principais nomes do PSB no Ceará, centram os ataques em Luizianne e Elmano. Lembram que os partidos estão juntos em outros municípios, como Sobral, no interior do Estado. Dizem abertamente que o PT nacional é “parceiro” do PSB e que os socialistas querem “aprofundar as relações entre PT e PSB” no âmbito nacional. O nível de dificuldade desse plano do PSB será decidido, entre outras coisas, com o andar o segundo turno em Fortaleza.

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