Política

PSB nacional age para evitar aliança com PSDB em São Paulo

Edinho Silva, presidente estadual do diretório petista, considera “contaditória” aproximação da legenda socialista com PSDB e diz que não contava com aliança com PSD na capital paulista

Renato Araújo/ABr
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Após perder a possibilidade de uma aliança na cidade de São Paulo com o PSD de Gilberto Kassab, o PT acendeu o sinal de alerta e tem conversado com todos os partidos da base do governo Dilma Rousseff para evitar o isolamento da candidatura de Fernando Haddad.

Entre eles está o PSB, que em São Paulo flerta com a candidatura de José Serra e integra a gestão do governador Geraldo Alckimin.

“Uma aliança do PSB com o PSDB é contraditória, basta olhar o que o partido representa hoje construção do governo Dilma. Neste sentido, está muito mais próximo do PT”, diz o presidente da legenda no estado de São Paulo, Edinho Silva, em entrevista a CartaCapital.

Neste cenário, Eduardo Campos, governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB, está em São Paulo para tentar reverter a preferência do diretório municipal para uma aliança com Haddad, considerando inclusive uma intervenção nacional da legenda na capital paulista.

Por outro lado, os tucanos tentam evitar esse desfecho. Nos últimos dias, Serra e Gilberto Kassab se reuniram com lideranças da legenda socialista, entre eles o presidente municipal do PSB, Eliseu Gabriel, e o deputado estadual Marcio França, secretário do Turismo do estado.

A decisão final, segundo declaração de Campos nesta segunda-feira 5 em um evento em São Paulo, não deve sair antes de junho.




Sobre  o encerramento das conversas com o PSD após a entrada de Serra na disputa, Edinho destaca que o PT negociava com Kassab sem contar com a materialização de uma aliança, pois acreditava na possibilidade de a legenda lançar um candidato próprio ou se juntar ao candidato tucano. “Não funcionou na capital, mas o diálogo com o PSD no interior de São Paulo gerou parcerias fortíssimas em diversas cidades.”

Ainda assim, o universo de possíveis alianças do PT na capital parece reduzido, pois diversos partidos da base governista nacional têm pré-candidatos para a prefeitura de São Paulo – e que aparecem à frente de Haddad nas pesquisas.

Segundo dados divulgados pelo Datafolha no domingo 4, o petista somou apenas 3% das intenções de votos, contra 19% de Celso Russomanno (PRB), 10% de Netinho de Paula (PCdoB), 8% de Paulinho da Força (PDT) e 7% de Gabriel Chalita (PMDB). José Serra lidera com 30%.

“Conversamos com todos os partidos da base de Dilma e vamos respeitar opções de cada um, vendo os que estão em condição de estar conosco no primeiro turno”, diz Edinho.

“Seria um erro tentar impor a retirada de uma candidatura e temos que trabalhar por essas alianças no segundo turno.”

A escolha de Marcelo Crivella (PRB) para o Ministério da Pesca seria um indicativo para que o segundo colocado nas pesquisas, Celso Russomano, abandonasse a disputa e se aliasse à campanha de Haddad. Um cenário que, no entanto, ainda não se concretizou, pois o candidato e os dirigentes estaduais do partido enxergam sua candidatura como viável.

“Minha candidatura está de pé, Serra não me desestabilizou. Estou muito feliz com os números da pesquisa, afinal nunca fui prefeito, nem governador”, disse via assessoria de imprensa.

O PT enxerga a vitória em São Paulo como um de seus maiores objetivos nas eleições municipais deste ano e, por isso, estaria sujeito a pressões em Brasília em troca de apoio. No Planalto, é conhecido o descontentamento de partidos da base do governo, como PR, PDT e até PMDB, que perderam ministros por suspeita de corrupção, com a distribuição de cargos de primeiro escalão.

Edinho afirma, no entanto, ser um “imenso equívoco misturar governabilidade com eleições”, pois há uma lógica distinta. “Colocar em risco a governabilidade e estabilidade do governo Dilma por conta das eleições em São Paulo seria um erro primário. As conversas devem ocorrer baseadas na capacidade de articulação entre as principais lideranças da cidade e do estado.”

Mas no Congresso, o governo teme que PR e PDT se aliem a Serra ou lancem candidatos próprios na capital paulista.

Na votação do texto principal que institui o fundo da previdência complementar do servidor público no final de fevereiro, o PDT evidenciou seu descontentamento votando majoritariamente contra a medida e o PR ficou dividido.

O Planalto declarou, por meio da ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, após a entrada de Serra na disputa, que o governo federal não iria intervir em eleições municipais.

Após perder a possibilidade de uma aliança na cidade de São Paulo com o PSD de Gilberto Kassab, o PT acendeu o sinal de alerta e tem conversado com todos os partidos da base do governo Dilma Rousseff para evitar o isolamento da candidatura de Fernando Haddad.

Entre eles está o PSB, que em São Paulo flerta com a candidatura de José Serra e integra a gestão do governador Geraldo Alckimin.

“Uma aliança do PSB com o PSDB é contraditória, basta olhar o que o partido representa hoje construção do governo Dilma. Neste sentido, está muito mais próximo do PT”, diz o presidente da legenda no estado de São Paulo, Edinho Silva, em entrevista a CartaCapital.

Neste cenário, Eduardo Campos, governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB, está em São Paulo para tentar reverter a preferência do diretório municipal para uma aliança com Haddad, considerando inclusive uma intervenção nacional da legenda na capital paulista.

Por outro lado, os tucanos tentam evitar esse desfecho. Nos últimos dias, Serra e Gilberto Kassab se reuniram com lideranças da legenda socialista, entre eles o presidente municipal do PSB, Eliseu Gabriel, e o deputado estadual Marcio França, secretário do Turismo do estado.

A decisão final, segundo declaração de Campos nesta segunda-feira 5 em um evento em São Paulo, não deve sair antes de junho.




Sobre  o encerramento das conversas com o PSD após a entrada de Serra na disputa, Edinho destaca que o PT negociava com Kassab sem contar com a materialização de uma aliança, pois acreditava na possibilidade de a legenda lançar um candidato próprio ou se juntar ao candidato tucano. “Não funcionou na capital, mas o diálogo com o PSD no interior de São Paulo gerou parcerias fortíssimas em diversas cidades.”

Ainda assim, o universo de possíveis alianças do PT na capital parece reduzido, pois diversos partidos da base governista nacional têm pré-candidatos para a prefeitura de São Paulo – e que aparecem à frente de Haddad nas pesquisas.

Segundo dados divulgados pelo Datafolha no domingo 4, o petista somou apenas 3% das intenções de votos, contra 19% de Celso Russomanno (PRB), 10% de Netinho de Paula (PCdoB), 8% de Paulinho da Força (PDT) e 7% de Gabriel Chalita (PMDB). José Serra lidera com 30%.

“Conversamos com todos os partidos da base de Dilma e vamos respeitar opções de cada um, vendo os que estão em condição de estar conosco no primeiro turno”, diz Edinho.

“Seria um erro tentar impor a retirada de uma candidatura e temos que trabalhar por essas alianças no segundo turno.”

A escolha de Marcelo Crivella (PRB) para o Ministério da Pesca seria um indicativo para que o segundo colocado nas pesquisas, Celso Russomano, abandonasse a disputa e se aliasse à campanha de Haddad. Um cenário que, no entanto, ainda não se concretizou, pois o candidato e os dirigentes estaduais do partido enxergam sua candidatura como viável.

“Minha candidatura está de pé, Serra não me desestabilizou. Estou muito feliz com os números da pesquisa, afinal nunca fui prefeito, nem governador”, disse via assessoria de imprensa.

O PT enxerga a vitória em São Paulo como um de seus maiores objetivos nas eleições municipais deste ano e, por isso, estaria sujeito a pressões em Brasília em troca de apoio. No Planalto, é conhecido o descontentamento de partidos da base do governo, como PR, PDT e até PMDB, que perderam ministros por suspeita de corrupção, com a distribuição de cargos de primeiro escalão.

Edinho afirma, no entanto, ser um “imenso equívoco misturar governabilidade com eleições”, pois há uma lógica distinta. “Colocar em risco a governabilidade e estabilidade do governo Dilma por conta das eleições em São Paulo seria um erro primário. As conversas devem ocorrer baseadas na capacidade de articulação entre as principais lideranças da cidade e do estado.”

Mas no Congresso, o governo teme que PR e PDT se aliem a Serra ou lancem candidatos próprios na capital paulista.

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