Política

Personagens do ‘mensalão’: José Genoino, o presidente do PT

Defesa do ex-presidente do PT vai alegar que não tinha envolvimento com as finanças do partido

Genoino, durante sessão na Câmara, em 2010. O ex-homem forte do PT está condenado pelo STF. Foto: José Cruz / ABr
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Dono de um perfil político discreto, José Genoino era um hábil articulador do PT na Câmara dos Deputados. Quando surgiu o “mensalão”, em 2005, o ex-guerrilheiro e líder estudantil mantinha uma cadeira na Casa desde 1983 – onde ficou por seis mandatos seguidos até não ser reeleito em 2010. Seu movimento mais arriscado até então havia sido a disputa pelo governo de São Paulo três anos antes. Ainda assim, vivia o auge de sua carreira, ocupando a presidência do PT após a renúncia de José Dirceu para assumir a Casa Civil.

Foi neste cargo que Genoíno ganhou maior destaque nacional, mas no qual também interrompeu sua trajetória de ascensão. Em meio à turbulência causada pela denúncia do deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ), a prisão de um assessor parlamentar de seu irmão no aeroporto de Congonhas, em São Paulo, com 200 mil reais em uma valise e 100 mil dólares na cueca o obrigaram a renunciar ao cargo no PT e a atuar nos bastidores. Desde então, ele mantém silêncio sobre o caso na mídia, fala apenas nos fóruns legais quando solicitado.

Acusado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) de ser o interlocutor político do suposto esquema de compra de apoio ao primeiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva, Genoino seria o responsável por formular as propostas de acordo aos líderes dos partidos da base aliada, além de realizar o ajuste financeiro para “garantir a continuação do projeto politico do PT”, segundo a denúncia. Motivos pelos quais é um dos 38 réus no julgamento do caso no Supremo Tribunal Federal (STF), sob a acusação de formação de quadrilha e corrupção ativa.

Segundo a PGR, o petista integrava o “núcleo central” do “mensalão” ao lado do ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, de Dirceu e do ex-secretário-geral Sílvio Pereira. Esse grupo teria se aproximado do núcleo publicitário e financeiro para conseguir levantar dinheiro. Isso ocorreria, segundo a denúncia, por meio de Delúbio e do publicitário Marcos Valério, que usava suas agências como garantia para conseguir empréstimos ao PT no Banco Rural e BMG. E a assinatura de Genoíno aparece em contratos para este fim. Centro do “valerioduto”, o publicitário teria sido favorecido com contratos em órgãos públicos para atuar como facilitador de verbas ao PT.

Os principais personagens do ‘mensalão’:

O PT alega que o dinheiro aos parlamentares integrava um caixa dois para saldar dívidas de campanha do partido e aliados. Genoino, por outro lado, afirma que sabia das dificuldades financeiras do partido, mas a maneira de solucionar o problema ficou a cargo de Soares. Segundo a defesa do ex-deputado, suas assinaturas apareciam por “obrigação estatutária” e não há provas para sua condenação, pois ele não possuía “poder hierárquico” sobre os demais dirigentes e secretários do partido, atuando apenas na articulação política.

Início

Nascido em Quixeramobim, no Ceará, na juventude Genoino participou de grêmios estudantis. Mas foi em Fortaleza, onde cursou Filosofia e Direito, que foi eleito presidente do Diretório Central dos Estudantes em 1968. Naquele mesmo ano no Congresso da UNE em Ibiúna (SP), estava entre os dirigentes da organização.

Na ilegalidade após a decretação do AI-5, o então militante do PCdoB aderiu à proposta de Guerra Popular Revolucionária, participando da Guerrilha do Araguaia em meados dos anos 70. Por sua adesão à luta armada, foi preso por cinco anos e torturado para dar informações sobre integrantes da guerrilha.

Após conseguir apenas um lugar como primeiro suplente do PT na Câmara dos Deputados em 2010, atua há quase dois anos como assessor especial do Ministério da Defesa. Na pasta, para a qual chegou a ser cogitado em 2002, participou das negociações para a compra dos 36 caças da Força Aérea, ainda não concluídas.

Dono de um perfil político discreto, José Genoino era um hábil articulador do PT na Câmara dos Deputados. Quando surgiu o “mensalão”, em 2005, o ex-guerrilheiro e líder estudantil mantinha uma cadeira na Casa desde 1983 – onde ficou por seis mandatos seguidos até não ser reeleito em 2010. Seu movimento mais arriscado até então havia sido a disputa pelo governo de São Paulo três anos antes. Ainda assim, vivia o auge de sua carreira, ocupando a presidência do PT após a renúncia de José Dirceu para assumir a Casa Civil.

Foi neste cargo que Genoíno ganhou maior destaque nacional, mas no qual também interrompeu sua trajetória de ascensão. Em meio à turbulência causada pela denúncia do deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ), a prisão de um assessor parlamentar de seu irmão no aeroporto de Congonhas, em São Paulo, com 200 mil reais em uma valise e 100 mil dólares na cueca o obrigaram a renunciar ao cargo no PT e a atuar nos bastidores. Desde então, ele mantém silêncio sobre o caso na mídia, fala apenas nos fóruns legais quando solicitado.

Acusado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) de ser o interlocutor político do suposto esquema de compra de apoio ao primeiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva, Genoino seria o responsável por formular as propostas de acordo aos líderes dos partidos da base aliada, além de realizar o ajuste financeiro para “garantir a continuação do projeto politico do PT”, segundo a denúncia. Motivos pelos quais é um dos 38 réus no julgamento do caso no Supremo Tribunal Federal (STF), sob a acusação de formação de quadrilha e corrupção ativa.

Segundo a PGR, o petista integrava o “núcleo central” do “mensalão” ao lado do ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, de Dirceu e do ex-secretário-geral Sílvio Pereira. Esse grupo teria se aproximado do núcleo publicitário e financeiro para conseguir levantar dinheiro. Isso ocorreria, segundo a denúncia, por meio de Delúbio e do publicitário Marcos Valério, que usava suas agências como garantia para conseguir empréstimos ao PT no Banco Rural e BMG. E a assinatura de Genoíno aparece em contratos para este fim. Centro do “valerioduto”, o publicitário teria sido favorecido com contratos em órgãos públicos para atuar como facilitador de verbas ao PT.

Os principais personagens do ‘mensalão’:

O PT alega que o dinheiro aos parlamentares integrava um caixa dois para saldar dívidas de campanha do partido e aliados. Genoino, por outro lado, afirma que sabia das dificuldades financeiras do partido, mas a maneira de solucionar o problema ficou a cargo de Soares. Segundo a defesa do ex-deputado, suas assinaturas apareciam por “obrigação estatutária” e não há provas para sua condenação, pois ele não possuía “poder hierárquico” sobre os demais dirigentes e secretários do partido, atuando apenas na articulação política.

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Nascido em Quixeramobim, no Ceará, na juventude Genoino participou de grêmios estudantis. Mas foi em Fortaleza, onde cursou Filosofia e Direito, que foi eleito presidente do Diretório Central dos Estudantes em 1968. Naquele mesmo ano no Congresso da UNE em Ibiúna (SP), estava entre os dirigentes da organização.

Na ilegalidade após a decretação do AI-5, o então militante do PCdoB aderiu à proposta de Guerra Popular Revolucionária, participando da Guerrilha do Araguaia em meados dos anos 70. Por sua adesão à luta armada, foi preso por cinco anos e torturado para dar informações sobre integrantes da guerrilha.

Após conseguir apenas um lugar como primeiro suplente do PT na Câmara dos Deputados em 2010, atua há quase dois anos como assessor especial do Ministério da Defesa. Na pasta, para a qual chegou a ser cogitado em 2002, participou das negociações para a compra dos 36 caças da Força Aérea, ainda não concluídas.

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