Política

Personagens do ‘mensalão’: Duda Mendonça, o marqueteiro

O publicitário da campanha que levou Lula ao Planalto é acusado de enviar ao exterior remessas ilegais de dinheiro proveniente do esquema

Duda Mendonça é acusado de receber dinheiro do esquema e remetê-lo a contas no exterior.
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Baiano de Salvador, Duda Mendonça é um dos mais conhecidos publicitários do País. Atuante tanto no marketing político quanto em peças para grandes marcas, detém agências no Brasil e na Europa. Estima-se que uma campanha eleitoral comandada por seu QG não saia por menos de 6 milhões de reais. O valor ainda variaria de acordo com o cargo e a complexidade do cenário para o postulante.

A lucrativa campanha presidencial de Luiz Inácio Lula Silva em 2002 custou 25 milhões de reais. Mas o pagamento pelo marketing que levou Lula ao Planalto transformou o soteropolitano de 67 anos em um dos 38 réus do suposto esquema de compra de apoio ao governo cunhado de “mensalão”. No Supremo Tribunal Federal (STF), ele é acusado de evasão de divisas e lavagem de dinheiro por ter recebido em uma conta no exterior cerca de 10 milhões de reais pela campanha do PT, advindos supostamente do esquema.

A denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) indica que a evasão de divisas ocorreu por meio de remessas ilegais a uma conta da offshore Dusseldorf Company Ltda, nas Bahamas. O dinheiro teria vindo do “núcleo publicitário”, composto por Marcos Valério e seu grupo, que atuava como fiador do PT em empréstimos ao partido nos Bancos Rural e BMG. Esses empréstimos, para a PGR, seriam apenas uma maneira de disfarçar a origem dos valores desviados de contratos fraudulentos das agências de Valério com empresas públicas, como o Banco do Brasil.

Em 2003, aponta a procuradoria, Zilmar Fernandes, sócia de Mendonça e ré no processo, sacou 1,4 milhão de reais em uma agência do Banco Rural em São Paulo. Depois, “para evitar qualquer registro formal”, ela e Mendonça teriam solicitado a Valério que o restante de 11,2 milhões de reais da campanha fosse pago no exterior. As transações ilegais teriam sido viabilizadas por dirigentes do Banco Rural.

Os principais personagens do ‘mensalão’:

Há, no entanto, entre os acusados uma guerra de versões sobre quem seria o mentor dos pagamentos no exterior. Fernandes e Mendonça acusam Valério e o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares de estipularem a sistemática para o recebimento dos valores. O publicitário mineiro, por outro lado, alega não ter depositado dinheiro fora do país e que a transferência foi feita pelos marqueteiros de Lula. Não há dúvida, porém, da existência das remessas. O próprio Mendonça confirmou em depoimento à CPI dos Correios pagamentos na conta vinculada ao BankBoston em Miami.

Segundo a PGR, há também indícios de que Mendonça e sua sócia sabiam da suposta origem criminosa dos recursos, devido aos saques em dinheiro e das remessas não declaradas ao exterior. A defesa, no entanto, sustenta que os valores mantidos fora do Brasil eram inferiores ao limite obrigatório a se declarar. Alega ainda desconhecer os supostos crimes antecedentes apontados pela denúncia do deputado federal Roberto Jefferson sobre o mensalão.

Em uma tática diferente dos demais réus no processo, os advogados de Mendonça tentam descolar a figura do marqueteiro do suposto esquema. A tática é diferenciar que a relação dele se deu com o PT por meio de contrato lícito “para a execução de atividades legais efetivamente prestadas”, como serviços de publicidade e propaganda. Isso em contraste à acusação de compra de apoio político no Congresso Nacional dos demais réus.

Famoso por suas festas, artigos caros e terras na Bahia e Pará, Mendonça voltou a atuar em campanhas eleitorais no ano passado e trabalhou pela divisão do Pará em três estados, mas saiu derrotado em um plebiscito regional sobre o tema.

Baiano de Salvador, Duda Mendonça é um dos mais conhecidos publicitários do País. Atuante tanto no marketing político quanto em peças para grandes marcas, detém agências no Brasil e na Europa. Estima-se que uma campanha eleitoral comandada por seu QG não saia por menos de 6 milhões de reais. O valor ainda variaria de acordo com o cargo e a complexidade do cenário para o postulante.

A lucrativa campanha presidencial de Luiz Inácio Lula Silva em 2002 custou 25 milhões de reais. Mas o pagamento pelo marketing que levou Lula ao Planalto transformou o soteropolitano de 67 anos em um dos 38 réus do suposto esquema de compra de apoio ao governo cunhado de “mensalão”. No Supremo Tribunal Federal (STF), ele é acusado de evasão de divisas e lavagem de dinheiro por ter recebido em uma conta no exterior cerca de 10 milhões de reais pela campanha do PT, advindos supostamente do esquema.

A denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) indica que a evasão de divisas ocorreu por meio de remessas ilegais a uma conta da offshore Dusseldorf Company Ltda, nas Bahamas. O dinheiro teria vindo do “núcleo publicitário”, composto por Marcos Valério e seu grupo, que atuava como fiador do PT em empréstimos ao partido nos Bancos Rural e BMG. Esses empréstimos, para a PGR, seriam apenas uma maneira de disfarçar a origem dos valores desviados de contratos fraudulentos das agências de Valério com empresas públicas, como o Banco do Brasil.

Em 2003, aponta a procuradoria, Zilmar Fernandes, sócia de Mendonça e ré no processo, sacou 1,4 milhão de reais em uma agência do Banco Rural em São Paulo. Depois, “para evitar qualquer registro formal”, ela e Mendonça teriam solicitado a Valério que o restante de 11,2 milhões de reais da campanha fosse pago no exterior. As transações ilegais teriam sido viabilizadas por dirigentes do Banco Rural.

Os principais personagens do ‘mensalão’:

Há, no entanto, entre os acusados uma guerra de versões sobre quem seria o mentor dos pagamentos no exterior. Fernandes e Mendonça acusam Valério e o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares de estipularem a sistemática para o recebimento dos valores. O publicitário mineiro, por outro lado, alega não ter depositado dinheiro fora do país e que a transferência foi feita pelos marqueteiros de Lula. Não há dúvida, porém, da existência das remessas. O próprio Mendonça confirmou em depoimento à CPI dos Correios pagamentos na conta vinculada ao BankBoston em Miami.

Segundo a PGR, há também indícios de que Mendonça e sua sócia sabiam da suposta origem criminosa dos recursos, devido aos saques em dinheiro e das remessas não declaradas ao exterior. A defesa, no entanto, sustenta que os valores mantidos fora do Brasil eram inferiores ao limite obrigatório a se declarar. Alega ainda desconhecer os supostos crimes antecedentes apontados pela denúncia do deputado federal Roberto Jefferson sobre o mensalão.

Em uma tática diferente dos demais réus no processo, os advogados de Mendonça tentam descolar a figura do marqueteiro do suposto esquema. A tática é diferenciar que a relação dele se deu com o PT por meio de contrato lícito “para a execução de atividades legais efetivamente prestadas”, como serviços de publicidade e propaganda. Isso em contraste à acusação de compra de apoio político no Congresso Nacional dos demais réus.

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