Política

“Intransigência de Jacques Wagner é quase lunática”, diz PSOL

Após seis dias de paralisação e 93 homicídios no estado, partido acusa governador de tomar decisões cercado de seguranças enquanto a população enfrenta onda de crimes

Cerca de 2,6 mil soldados do Exército fazem a segurança nas ruas de Salvador durante greve da Polícia Militar, que se espalhou para o Rio de Janeiro. Foto: Carla Ornelas/Governo da Bahia
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No sexto dia de greve da Polícia Militar na Bahia, o número de homicídios subiu para 93 e cerca de 600 homens do Exército cercaram a Assembleia Legislativa da Bahia onde os grevistas acampam. A ação é para garantir que a Polícia Federal cumpra os 11 mandados de prisão contra os militares e os removam para presídios federais.

A Justiça decretou a ilegalidade do movimento e expediu 12 mandados de prisão. O policial Alvin Silva já foi detido na madrugada de domingo 5 e encaminhado para a Polícia do Exército sob a acusação de formação de quadrilha e roubo de patrimônio público (viaturas).

Em meio a essa tensão, o PSOL da Bahia se manifestou a favor dos militares em nota assinada, entre outros, pelo presidente da legenda no estado, Marcos Mendes, candidato ao governo na última eleição. O documento critica a posição do governador Jacques Wagner em não negociar com os policiais.

Foram anos de tentativa de negociação por parte dos policiais e bombeiros militares respondidos com a indiferença gélida do governador. Todo mundo na Bahia sabe que as iniciativas reivindicatórias da corporação se deram já no início do primeiro mandato de Wagner e foram finalizadas por uma bateria de promessas do governo, todas rasgadas ao longo dos anos”,  diz a nota.

Blog do Leandro Fortes:

Wagner acusou policiais de envolvimento em assassinatos e uso de ônibus para bloquear ruas de Salvador e disse que não negociaria com “bandido” e não anistiaria os PMs.

Na nota, o PSOL diz que Wagner tem uma “intransigência quase lunática”, enquanto prega a adoção de “medidas enérgicas” “cercado de muralhas e seguranças particulares”, longe da violência que atinge o estado. “O pânico já se espalha pela capital, sua Região Metropolitana e várias cidades do interior como Feira de Santana, Ilhéus e Itabuna. Hoje as rádios que davam espaço de fala ao vivo para quem quisesse, transmitiram apelos desesperados da população reiteradas vezes, dos mais diversos bairros de Salvador”, aponta o comunicado.

O partido ainda chama a sociedade civil organizada para exigir que o governo negocie e “honre os compromissos já assumidos” com a corporação para evitar a “repetição do mesmo trajeto da autoritária tradição carlista, pois Wagner parece já ter abraçado esta tradição como sua inesgotável fonte de inspiração.”

Desde o início da paralisação da PM, a Bahia conta com o apoio de mais de 2,5 mil homens das Forças Armadas e da Força Nacional no patrulhamento de Salvador, Feira de Santana, Barreiras e Paulo Afonso.

Tumulto na Assembleia Legislativa

Na manhã desta segunda-feira 6, bombas de efeito moral foram lançadas pelos soldados do Exército, assim como disparos de armas com balas de borracha, contra os grevistas acampados na Assembleia Legislativa. A ação ocorreu após um grupo de oficiais em greve no lado de fora do prédio se aproximar do cordão de isolamento e jogar garrafas de água nos soldados das tropas federais.

No sexto dia de greve da Polícia Militar na Bahia, o número de homicídios subiu para 93 e cerca de 600 homens do Exército cercaram a Assembleia Legislativa da Bahia onde os grevistas acampam. A ação é para garantir que a Polícia Federal cumpra os 11 mandados de prisão contra os militares e os removam para presídios federais.

A Justiça decretou a ilegalidade do movimento e expediu 12 mandados de prisão. O policial Alvin Silva já foi detido na madrugada de domingo 5 e encaminhado para a Polícia do Exército sob a acusação de formação de quadrilha e roubo de patrimônio público (viaturas).

Em meio a essa tensão, o PSOL da Bahia se manifestou a favor dos militares em nota assinada, entre outros, pelo presidente da legenda no estado, Marcos Mendes, candidato ao governo na última eleição. O documento critica a posição do governador Jacques Wagner em não negociar com os policiais.

Foram anos de tentativa de negociação por parte dos policiais e bombeiros militares respondidos com a indiferença gélida do governador. Todo mundo na Bahia sabe que as iniciativas reivindicatórias da corporação se deram já no início do primeiro mandato de Wagner e foram finalizadas por uma bateria de promessas do governo, todas rasgadas ao longo dos anos”,  diz a nota.

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Wagner acusou policiais de envolvimento em assassinatos e uso de ônibus para bloquear ruas de Salvador e disse que não negociaria com “bandido” e não anistiaria os PMs.

Na nota, o PSOL diz que Wagner tem uma “intransigência quase lunática”, enquanto prega a adoção de “medidas enérgicas” “cercado de muralhas e seguranças particulares”, longe da violência que atinge o estado. “O pânico já se espalha pela capital, sua Região Metropolitana e várias cidades do interior como Feira de Santana, Ilhéus e Itabuna. Hoje as rádios que davam espaço de fala ao vivo para quem quisesse, transmitiram apelos desesperados da população reiteradas vezes, dos mais diversos bairros de Salvador”, aponta o comunicado.

O partido ainda chama a sociedade civil organizada para exigir que o governo negocie e “honre os compromissos já assumidos” com a corporação para evitar a “repetição do mesmo trajeto da autoritária tradição carlista, pois Wagner parece já ter abraçado esta tradição como sua inesgotável fonte de inspiração.”

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