Política

Condenado, Costa Neto mantém versão de caixa dois

Deputado diz que divisão de caixa de campanha de 2002 com o PT era pública e afirma ter sido condenado pelo crime errado

José Cruz/ABr
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Após ser condenado no julgamento do “mensalão” pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha, o deputado Valdemar Costa Neto (PR) negou, em entrevista coletiva, que o extinto PL tenha vendido apoio ao governo Lula. O parlamentar alegou que o recebimento de cerca de 10 milhões de reais do PT fazia parte de um acordo de divisão de um caixa de 40 milhões com o partido. Costa Neto levou à entrevista uma reportagem de 2002 da Folha de S.Paulo enquadrada na qual o PL anunciava que dividiria o caixa de campanha daquele ano com o PT.

A maioria dos ministros do Supremo, no entanto, se manifestou entendendo ter havido compra de votos mesmo com a presença de José Alencar (PL) como vice-presidente da chapa de Luiz Inácio Lula da Silva.

Segundo o deputado, o acordo financeiro foi costurado com José Dirceu (PT) e Delúbio Soares (PT). “Após a posse do Lula, o Lula e o Zé Dirceu nunca mais tocaram nesse assunto [acordo financeiro]. O Lula já não tinha tocado. O Zé Dirceu, com quem tratei [antes da eleição], nunca tratou de dinheiro comigo [depois da eleição]. Era tudo com o Delúbio. E nunca também com o Genoino, que não sabe nem o que é dinheiro”, afirmou.

Costa Neto disse não ser inocente e que ao renunciar ao mandato em 2005 reconheceu “seus erros” e confessou ter recebido “valores não declarados em flagrante ilícito eleitoral”. “Nunca vivi de lavagem de dinheiro, corrupção ou formação de quadrilha. Apenas fui condenado pelo crime errado, como, certamente ficará provado com a garantia do direito ao duplo grau de jurisdição.”

O deputado sustentou a versão do caixa dois, um crime eleitoral, rebatida pelo STF. Segundo ele, foi necessário realizar um empréstimo com um agiota para pagar as dívidas de campanha daquela eleição e que este valor seria quitado pelo PT posteriormente. “Eu peguei o dinheiro emprestado e, quando ele começou a pagar, era para eu ir na agência que a SMP&B (de Marcos Valério) iria fazer os pagamentos. Se talvez tivesse sido com o DEM, PSDB talvez não tivesse tido o mesmo impacto. Eu renunciei e admiti que movimentei os recursos sob minha responsabilidade. Foi este o crime que eu cometi.”

O parlamentar também afirmou ter a intenção de recorrer da decisão na Corte Interamericana de Direitos Humanos da OEA para ter um reexame do caso. “Apelarei até as últimas instâncias do planeta para garantir o inviolável direito a uma defesa que seja examinada em duas oportunidades distintas de julgamento, para garantir que alguém saiba a verdade.”

Os personagens do mensalão

Após ser condenado no julgamento do “mensalão” pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha, o deputado Valdemar Costa Neto (PR) negou, em entrevista coletiva, que o extinto PL tenha vendido apoio ao governo Lula. O parlamentar alegou que o recebimento de cerca de 10 milhões de reais do PT fazia parte de um acordo de divisão de um caixa de 40 milhões com o partido. Costa Neto levou à entrevista uma reportagem de 2002 da Folha de S.Paulo enquadrada na qual o PL anunciava que dividiria o caixa de campanha daquele ano com o PT.

A maioria dos ministros do Supremo, no entanto, se manifestou entendendo ter havido compra de votos mesmo com a presença de José Alencar (PL) como vice-presidente da chapa de Luiz Inácio Lula da Silva.

Segundo o deputado, o acordo financeiro foi costurado com José Dirceu (PT) e Delúbio Soares (PT). “Após a posse do Lula, o Lula e o Zé Dirceu nunca mais tocaram nesse assunto [acordo financeiro]. O Lula já não tinha tocado. O Zé Dirceu, com quem tratei [antes da eleição], nunca tratou de dinheiro comigo [depois da eleição]. Era tudo com o Delúbio. E nunca também com o Genoino, que não sabe nem o que é dinheiro”, afirmou.

Costa Neto disse não ser inocente e que ao renunciar ao mandato em 2005 reconheceu “seus erros” e confessou ter recebido “valores não declarados em flagrante ilícito eleitoral”. “Nunca vivi de lavagem de dinheiro, corrupção ou formação de quadrilha. Apenas fui condenado pelo crime errado, como, certamente ficará provado com a garantia do direito ao duplo grau de jurisdição.”

O deputado sustentou a versão do caixa dois, um crime eleitoral, rebatida pelo STF. Segundo ele, foi necessário realizar um empréstimo com um agiota para pagar as dívidas de campanha daquela eleição e que este valor seria quitado pelo PT posteriormente. “Eu peguei o dinheiro emprestado e, quando ele começou a pagar, era para eu ir na agência que a SMP&B (de Marcos Valério) iria fazer os pagamentos. Se talvez tivesse sido com o DEM, PSDB talvez não tivesse tido o mesmo impacto. Eu renunciei e admiti que movimentei os recursos sob minha responsabilidade. Foi este o crime que eu cometi.”

O parlamentar também afirmou ter a intenção de recorrer da decisão na Corte Interamericana de Direitos Humanos da OEA para ter um reexame do caso. “Apelarei até as últimas instâncias do planeta para garantir o inviolável direito a uma defesa que seja examinada em duas oportunidades distintas de julgamento, para garantir que alguém saiba a verdade.”

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