Política

Maluf declara apoio a Haddad em São Paulo

Ex-prefeito diz que se aliou ao PT por “amor a São Paulo”

Haddad ao fundo, Lula e Maluf na casa do deputado federal, nesta segunda-feira 18. Foto: Rodrigo Coca/Fotoarena/Folhapress
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O deputado federal Paulo Maluf (PP-SP) declarou apoio à candidatura do ex-ministro da Educação Fernando Haddad (PT) à Prefeitura de São Paulo. Ambos anunciaram o apoio após reunião na casa de Maluf, em região nobre de São Paulo, que teve a presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta segunda-feira 18.

Em troca de tempo de tevê e recursos, os petistas da capital aliaram-se pela primeira vez no primeiro turno a Maluf, um antigo rival na cidade, que é procurado pela Interpol sob acusação de lavagem de dinheiro. A aliança, criticada na semana passada por Luiza Erundina (PSB), candidata a vice na chapa de Haddad, é um tema delicado e isso ficou claro na postura do candidato petista. Aparentando nervosismo, Haddad justificou a aliança dizendo que buscava o apoio de todos os partidos da base aliada da presidenta Dilma Rousseff e que quer replicar na cidade o modelo de sucesso do plano federal.

O PP atualmente é aliado do PT na esfera federal e controla o Ministério das Cidades. “Eu nunca neguei a ele (Maluf) que sempre estivemos em campos opostos no passado. Ninguém está negando isso”, disse Haddad, evitando avaliar o mandato de Maluf à frente da prefeitura.

Maluf elogiou as administrações petistas de Luiza Erundina e Marta Suplicy, contra quem concorreu em duas eleições. O deputado recorreu a uma metáfora para tentar explicar a aliança e sua mudança de posição. “Política é como futebol. Quem é palmeirense não gosta do Corinthians. Quem é corintiano não gosta do Palmeiras. E pode alguém não gostar de mim. Mas ninguém pode dizer que o Paulo Maluf não conhece como ninguém os problemas de São Paulo”, disse o ex-prefeito. “Eu amo São Paulo. Por amor a São Paulo, eu tenho plena convicção de que São Paulo vai precisar do governo federal.”

Maluf no palanque?

Ao ser questionado se apareceria na propaganda do petista, Maluf disse que isso não depende dele, mas estaria à disposição do PT. “Quem faz a campanha é o candidato. No que ele precisar de mim e do partido, vamos estar aqui”, disse Maluf. Fernando Haddad não mostrou entusiasmo com a ideia de ter Maluf em seu palanque. “Nós vamos avaliar isso com o tempo, com a necessidade. Temos aí várias questões a observar, o tempo é muito exíguo. Vamos fazer um planejamento.”

Direita e esquerda

Haddad e Maluf não conseguiram esconder todas as suas discordâncias durante o anúncio feito nesta segunda. “Onde está a esquerda? Na Rússia? Na China? Está em Cuba… que deporta seus boxeadores?”, disse Maluf, antes de ser lembrado que foi Lula quem deportou boxeadores a Cuba em 2007, e não o contrário. “Não tem mais direita ou esquerda, o que tem é efficacité. Ou você é eficaz e produtivo ou o povo te manda democraticamente para casa.”

Haddad, que fez seu doutorado sobre marxismo, foi claro ao ser questionado sobre a fala de Maluf. “Do meu ponto de vista, existe (a divisão entre esquerda e direita). Todos conhecem minha posição”, afirmou. “Mas estamos fazendo um pacto pela cidade, não há correspondência entre todas as ideias que eu defendo na vida e o que o Partido Progressista defende”, disse.

A aliança de Maluf com o PT, cujos primeiros indícios surgiram na semana passada, surpreendeu. Até então, era grande a chance de o PP apoiar José Serra (PSDB), que lidera as pesquisas.

O deputado federal Paulo Maluf (PP-SP) declarou apoio à candidatura do ex-ministro da Educação Fernando Haddad (PT) à Prefeitura de São Paulo. Ambos anunciaram o apoio após reunião na casa de Maluf, em região nobre de São Paulo, que teve a presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta segunda-feira 18.

Em troca de tempo de tevê e recursos, os petistas da capital aliaram-se pela primeira vez no primeiro turno a Maluf, um antigo rival na cidade, que é procurado pela Interpol sob acusação de lavagem de dinheiro. A aliança, criticada na semana passada por Luiza Erundina (PSB), candidata a vice na chapa de Haddad, é um tema delicado e isso ficou claro na postura do candidato petista. Aparentando nervosismo, Haddad justificou a aliança dizendo que buscava o apoio de todos os partidos da base aliada da presidenta Dilma Rousseff e que quer replicar na cidade o modelo de sucesso do plano federal.

O PP atualmente é aliado do PT na esfera federal e controla o Ministério das Cidades. “Eu nunca neguei a ele (Maluf) que sempre estivemos em campos opostos no passado. Ninguém está negando isso”, disse Haddad, evitando avaliar o mandato de Maluf à frente da prefeitura.

Maluf elogiou as administrações petistas de Luiza Erundina e Marta Suplicy, contra quem concorreu em duas eleições. O deputado recorreu a uma metáfora para tentar explicar a aliança e sua mudança de posição. “Política é como futebol. Quem é palmeirense não gosta do Corinthians. Quem é corintiano não gosta do Palmeiras. E pode alguém não gostar de mim. Mas ninguém pode dizer que o Paulo Maluf não conhece como ninguém os problemas de São Paulo”, disse o ex-prefeito. “Eu amo São Paulo. Por amor a São Paulo, eu tenho plena convicção de que São Paulo vai precisar do governo federal.”

Maluf no palanque?

Ao ser questionado se apareceria na propaganda do petista, Maluf disse que isso não depende dele, mas estaria à disposição do PT. “Quem faz a campanha é o candidato. No que ele precisar de mim e do partido, vamos estar aqui”, disse Maluf. Fernando Haddad não mostrou entusiasmo com a ideia de ter Maluf em seu palanque. “Nós vamos avaliar isso com o tempo, com a necessidade. Temos aí várias questões a observar, o tempo é muito exíguo. Vamos fazer um planejamento.”

Direita e esquerda

Haddad e Maluf não conseguiram esconder todas as suas discordâncias durante o anúncio feito nesta segunda. “Onde está a esquerda? Na Rússia? Na China? Está em Cuba… que deporta seus boxeadores?”, disse Maluf, antes de ser lembrado que foi Lula quem deportou boxeadores a Cuba em 2007, e não o contrário. “Não tem mais direita ou esquerda, o que tem é efficacité. Ou você é eficaz e produtivo ou o povo te manda democraticamente para casa.”

Haddad, que fez seu doutorado sobre marxismo, foi claro ao ser questionado sobre a fala de Maluf. “Do meu ponto de vista, existe (a divisão entre esquerda e direita). Todos conhecem minha posição”, afirmou. “Mas estamos fazendo um pacto pela cidade, não há correspondência entre todas as ideias que eu defendo na vida e o que o Partido Progressista defende”, disse.

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