Política

Mais uma vez, CPI adia convocações de Perillo, Agnelo e Sergio Cabral

Comissão aprovou a quebra de sigilo dos escritórios da Delta no Centro-Oeste e pediu o sequestro dos bens de Carlinhos Cachoeira

O presidente da CPI, Vital do Rego (PMDB-PB), e o relator, Odair Cunha (PT-MG), durante reunião da CPI nesta quinta. Foto: Leonardo Prado / Agência Câmara
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No vocabulário dos trabalhos legislativos, o sobrestamento é a suspensão temporária da deliberação de um tema. Foi isto o que ocorreu nesta quinta-feira 16 com os pedidos para a CPI do Cachoeira ouvir os três governadores envolvidos com a quadrilha do bicheiro. Na prática, graças a um acordo entre governo e oposição, liderado por PT e PSDB, os governadores Agnelo Queiroz (PT-DF), Marconi Perillo (PSDB-GO) e Sergio Cabral (PMDB-RJ) continuam sem ter de dar explicações à CPI. Pelo menos por enquanto.

Segundo reportagem da Folha de S.Paulo, o acordo foi firmado nos bastidores depois de o PT, na companhia do PMDB, cogitar votar nesta quinta a convocação de Perillo. O governador de Goiás é o que tem mais problemas com Cachoeira expostos até aqui. Perillo foi protegido, segundo a Folha, por tucanos que integram a CPI. Estes teriam reagido ameaçando pedir a convocação de Cabral e Agnelo. Nesta quinta, parlamentares negaram na CPI que existisse tal acordo, mas o relator, Odair Cunha (PT-MG), alegou que seria melhor esperar para chamar os governadores e foi apoiado. Os senadores Pedro Taques (PDT-MT) e Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), não incluídos no acordo, disseram que adiar a convocação era “jogar o lixo para debaixo do tapete”.

Ainda de acordo com a Folha, em troca da não convocação de Perillo, o PSDB teria aceitado a quebra de sigilo da construtora Delta apenas na região Centro-Oeste. Os membros da CPI debateram este tema por uma hora e meia e, no fim, concordou-se em quebrar o sigilo da construtora apenas nos três estados do Centro-Oeste (Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul), além do Distrito Federal e do Tocantins. Com isso, ficou adiada também a convocação do ex-presidente da Delta, Fernando Cavendish.

Auxiliares de governadores são convocados

Nesta quinta, mais de 70 pessoas foram convocadas para prestar depoimento à CPI. Entre elas estão familiares de Cachoeira, como Andréa Aprígio (ex-mulher), Adriano Aprígio (ex-cunhado), Sebastião de Almeida Ramos (pai), Marcos Antonio de Almeida Ramos (irmão) e Leonardo Ramos (sobrinho). Leonardo teria comprado uma casa do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB). Outros convocados são o chefe de gabinete do governador Agnelo Queiroz, Claudio Monteiro, e o irmão do senador Demóstenes Torres (sem partido-GO), o procurador-geral de Justiça de Goiás, Benedito Torres. O irmão do ex-senador do DEM é suspeito de ter favorecido Cachoeira a pedido de Demóstenes.

Também foram quebrados os sigilos fiscal, bancário e telefônico de pessoas físicas e jurídicas envolvidas com a quadrilha liderada por Carlinhos Cachoeira. Entre eles estão Idalberto Matias de Araújo, o Dadá, um dos principais auxiliares do bicheiro, e Claudio Abreu, ex-diretor da Delta Construções para a região Centro-Oeste. Segundo o presidente da CPI, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), todas as quebras são necessárias para dar subsídios à continuidade dos trabalhos da comissão.

Cachoeira e o sigilo das operações

Um dos principais requerimentos aprovados nesta quinta envolve o próprio Carlinhos Cachoeira. Os parlamentares pediram à 11ª Vara Federal em Goiânia e ao Supremo Tribunal Federal (STF) que determinem o sequestro dos bens do contraventor.

Outro requerimento importante pedido pela CPI é aquele em que a comissão faz um “apelo” ao STF para a quebra do sigilo das Operações Vegas e Monte Carlo da Polícia Federal. As duas operações investigaram o esquema envolvendo Cachoeira.

Imprensa

O senador Fernando Collor (PTB-AL) apresentou à CPI um requerimento específico para obter os áudios em que o jornalista Policarpo Júnior, da revista Veja, é citado. O jornalista aparece em cerca de 200 conversas com Cachoeira. Collor e outros parlamentares querem saber se a relação entre os dois tinha alguma ilegalidade. O requerimento foi derrubado pelo relator, Odair Cunha (PT-MG). Ele afirmou que os áudios em que o jornalista é citado já estão à disposição da CPI e, portanto, não seria necessário um requerimento específico para isso.

O debate foi acirrado sobre o tema e alguns parlamentares acusaram outros de ameaçar a liberdade de imprensa. O relator se mostrou irritado com a insinuação. Segundo Odair Cunha, a CPI investiga condutas e “não busca fazer investidas contra a imprensa”. Em um segundo momento, a direção da CPI foi acusada de “blindar” o jornalista. Novamente, Odair Cunha respondeu. “Não haverá blindagem para nenhuma pessoa, seja jornalista, deputado, senador, governador, empresário, polícia, procurador, juiz que se envolveu com essa quadrilha”, disse Cunha.

No vocabulário dos trabalhos legislativos, o sobrestamento é a suspensão temporária da deliberação de um tema. Foi isto o que ocorreu nesta quinta-feira 16 com os pedidos para a CPI do Cachoeira ouvir os três governadores envolvidos com a quadrilha do bicheiro. Na prática, graças a um acordo entre governo e oposição, liderado por PT e PSDB, os governadores Agnelo Queiroz (PT-DF), Marconi Perillo (PSDB-GO) e Sergio Cabral (PMDB-RJ) continuam sem ter de dar explicações à CPI. Pelo menos por enquanto.

Segundo reportagem da Folha de S.Paulo, o acordo foi firmado nos bastidores depois de o PT, na companhia do PMDB, cogitar votar nesta quinta a convocação de Perillo. O governador de Goiás é o que tem mais problemas com Cachoeira expostos até aqui. Perillo foi protegido, segundo a Folha, por tucanos que integram a CPI. Estes teriam reagido ameaçando pedir a convocação de Cabral e Agnelo. Nesta quinta, parlamentares negaram na CPI que existisse tal acordo, mas o relator, Odair Cunha (PT-MG), alegou que seria melhor esperar para chamar os governadores e foi apoiado. Os senadores Pedro Taques (PDT-MT) e Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), não incluídos no acordo, disseram que adiar a convocação era “jogar o lixo para debaixo do tapete”.

Ainda de acordo com a Folha, em troca da não convocação de Perillo, o PSDB teria aceitado a quebra de sigilo da construtora Delta apenas na região Centro-Oeste. Os membros da CPI debateram este tema por uma hora e meia e, no fim, concordou-se em quebrar o sigilo da construtora apenas nos três estados do Centro-Oeste (Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul), além do Distrito Federal e do Tocantins. Com isso, ficou adiada também a convocação do ex-presidente da Delta, Fernando Cavendish.

Auxiliares de governadores são convocados

Nesta quinta, mais de 70 pessoas foram convocadas para prestar depoimento à CPI. Entre elas estão familiares de Cachoeira, como Andréa Aprígio (ex-mulher), Adriano Aprígio (ex-cunhado), Sebastião de Almeida Ramos (pai), Marcos Antonio de Almeida Ramos (irmão) e Leonardo Ramos (sobrinho). Leonardo teria comprado uma casa do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB). Outros convocados são o chefe de gabinete do governador Agnelo Queiroz, Claudio Monteiro, e o irmão do senador Demóstenes Torres (sem partido-GO), o procurador-geral de Justiça de Goiás, Benedito Torres. O irmão do ex-senador do DEM é suspeito de ter favorecido Cachoeira a pedido de Demóstenes.

Também foram quebrados os sigilos fiscal, bancário e telefônico de pessoas físicas e jurídicas envolvidas com a quadrilha liderada por Carlinhos Cachoeira. Entre eles estão Idalberto Matias de Araújo, o Dadá, um dos principais auxiliares do bicheiro, e Claudio Abreu, ex-diretor da Delta Construções para a região Centro-Oeste. Segundo o presidente da CPI, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), todas as quebras são necessárias para dar subsídios à continuidade dos trabalhos da comissão.

Cachoeira e o sigilo das operações

Um dos principais requerimentos aprovados nesta quinta envolve o próprio Carlinhos Cachoeira. Os parlamentares pediram à 11ª Vara Federal em Goiânia e ao Supremo Tribunal Federal (STF) que determinem o sequestro dos bens do contraventor.

Outro requerimento importante pedido pela CPI é aquele em que a comissão faz um “apelo” ao STF para a quebra do sigilo das Operações Vegas e Monte Carlo da Polícia Federal. As duas operações investigaram o esquema envolvendo Cachoeira.

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O debate foi acirrado sobre o tema e alguns parlamentares acusaram outros de ameaçar a liberdade de imprensa. O relator se mostrou irritado com a insinuação. Segundo Odair Cunha, a CPI investiga condutas e “não busca fazer investidas contra a imprensa”. Em um segundo momento, a direção da CPI foi acusada de “blindar” o jornalista. Novamente, Odair Cunha respondeu. “Não haverá blindagem para nenhuma pessoa, seja jornalista, deputado, senador, governador, empresário, polícia, procurador, juiz que se envolveu com essa quadrilha”, disse Cunha.

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