Política

‘Gestão pública em SP ficou mesquinha’, diz Haddad a intelectuais

Candidato petista ironiza ‘meia dúzia’ de personalidades que apoiou Serra em evento similar: ‘Tremi na base’

Com José Celso Martinez Correa à frente, intelectuais demonstram apoio a Haddad em SP. Foto: Divulgação
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O candidato petista à prefeitura de São Paulo Fernando Haddad se encontrou na terça-feira 2 com  artistas e intelectuais que apoiam a sua candidatura. A maioria dos presentes era formada por acadêmicos da Universidade de São Paulo, onde Haddad lecionava. Entre eles, o jurista Dalmo Dallari, os dramaturgos José Celso Martinez Correa e Sérgio de Carvalho, as educadoras Anita Freire e Maria Victória Benevides, o filósofo Vladmir Safatle, colunista de CartaCapital, o economista Paul Singer, o jornalista Fernando Morais, o cientista político André Singer, a psicanalista Maria Rita Kehl, o crítico literário Roberto Schwarz e José Misguel Wisnik. Schwarz ainda leu uma carta do seu colega Antônio Candido, que não pode comparecer.

Ao final do evento, Haddad ironizou a baixa adesão do encontro semelhante que o candidato tucano José Serra (PSDB) organizou em 20 de setembro. “Foi o único dia que eu tremi na base. Era aquela meia dúzia de pessoas, um deles o reitor da USP. Pensei: será que a gente consegue fazer uma reunião tão ampla quanto (àquela que) o Serra organizou?”.  O encontro de Serra, em um cinema da avenida Paulista, teve a participação de artistas e intelectuais como o reitor da Universidade de São Paulo, João Grandino Rodas, o cantor Agnaldo Timóteo, a atriz Bruna Lombardi, o maestro Julio Medaglia, o ex-ministro das Relações Exteriores Celso Lafer e o ator Odilon Wagner, além do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

Em seu discurso, Haddad afirmou que São Paulo vem se apagando num contexto em que o Brasil vem brilhando. “A gestão pública em São Paulo ficou mesquinha, provinciana e não teve nenhum esplendor (…) A população, inclusive em 2008, viu no prefeito alguém que estava arrancando outdoor. Mas foi um prefeito que ficou naquilo, ficou no espetáculo da cidade limpa”, disse, referindo-se à proibição outdoors na cidade feita por Gilberto Kassab.

Presente no evento, a ministra da Cultura, Marta Suplicy, disse aos intelectuais para eles também pedirem votos. “Que bom que nós temos pessoas como essas do nosso lado, mas nós temos que ganhar a eleição”, disse Marta. “Quem for para o segundo turno vai ganhar do Russomanno”

“Disneylândia de província”

No encontro, o filósofo Vladmir Safatle ironizou a principal proposta de Serra na área da cultura: a criação dos museus do carro, da moda e da canção.  “A concepção de cultura digna de uma Disneylândia de província deveria criar vergonha. Não está a altura das exigências de São Paulo e mais parece um sonho de produtor de eventos.”

O cientista político Claudio Couto, da Fundação Getúlio Vargas, referiu-se a Celso Russomanno (PRB), líder nas pesquisas, e disse que “se deve evitar a velha direita que parecia sepultada desde o fim do janismo e do malufismo. Mas parece que sempre teve um lugar nessa cidade e esperava uma oportunidade de aparecer.” Referindo-se a atual gestão, disse existir “uma ideia de que pobre é sujeira e precisa ser tratado dessa maneira.”

O economista Paul Singer, que orientou o atual candidato em parte do seu mestrado, disse ter “250 razões para apoiar o Haddad”. Singer falou que a atual campanha do governo brasileiro para acabar a miséria é “a coisa mais importante da história desse país até agora” e que a atuação de Haddad no plano municipal será importante para isso.

O dramaturgo Sérgio de Carvalho, da Companhia do Latão, lembrou de quando montava uma peça, chamada Comédia do Trabalho, e recebeu Fernando Haddad durante a pesquisa para a montagem.  Na ocasião, o atual candidato teria dito: “não sei sobre o que vocês vão fazer na peça, mas, seja o que for, ela não deve ridicularizar a classe trabalhadora”.

Já o dramaturgo José Celso Martinez Corrêa,  do Teatro Oficina, que passou a maior parte do evento sentado em cima do palco, elogiou Haddad de uma forma distinta.  “Nosso prefeito é um galã, um homem lindo. Eu adorei a gente chamar ele de nosso prefeito. Aconteça o que acontecer, ele é o nosso prefeito”.

O candidato petista à prefeitura de São Paulo Fernando Haddad se encontrou na terça-feira 2 com  artistas e intelectuais que apoiam a sua candidatura. A maioria dos presentes era formada por acadêmicos da Universidade de São Paulo, onde Haddad lecionava. Entre eles, o jurista Dalmo Dallari, os dramaturgos José Celso Martinez Correa e Sérgio de Carvalho, as educadoras Anita Freire e Maria Victória Benevides, o filósofo Vladmir Safatle, colunista de CartaCapital, o economista Paul Singer, o jornalista Fernando Morais, o cientista político André Singer, a psicanalista Maria Rita Kehl, o crítico literário Roberto Schwarz e José Misguel Wisnik. Schwarz ainda leu uma carta do seu colega Antônio Candido, que não pode comparecer.

Ao final do evento, Haddad ironizou a baixa adesão do encontro semelhante que o candidato tucano José Serra (PSDB) organizou em 20 de setembro. “Foi o único dia que eu tremi na base. Era aquela meia dúzia de pessoas, um deles o reitor da USP. Pensei: será que a gente consegue fazer uma reunião tão ampla quanto (àquela que) o Serra organizou?”.  O encontro de Serra, em um cinema da avenida Paulista, teve a participação de artistas e intelectuais como o reitor da Universidade de São Paulo, João Grandino Rodas, o cantor Agnaldo Timóteo, a atriz Bruna Lombardi, o maestro Julio Medaglia, o ex-ministro das Relações Exteriores Celso Lafer e o ator Odilon Wagner, além do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

Em seu discurso, Haddad afirmou que São Paulo vem se apagando num contexto em que o Brasil vem brilhando. “A gestão pública em São Paulo ficou mesquinha, provinciana e não teve nenhum esplendor (…) A população, inclusive em 2008, viu no prefeito alguém que estava arrancando outdoor. Mas foi um prefeito que ficou naquilo, ficou no espetáculo da cidade limpa”, disse, referindo-se à proibição outdoors na cidade feita por Gilberto Kassab.

Presente no evento, a ministra da Cultura, Marta Suplicy, disse aos intelectuais para eles também pedirem votos. “Que bom que nós temos pessoas como essas do nosso lado, mas nós temos que ganhar a eleição”, disse Marta. “Quem for para o segundo turno vai ganhar do Russomanno”

“Disneylândia de província”

No encontro, o filósofo Vladmir Safatle ironizou a principal proposta de Serra na área da cultura: a criação dos museus do carro, da moda e da canção.  “A concepção de cultura digna de uma Disneylândia de província deveria criar vergonha. Não está a altura das exigências de São Paulo e mais parece um sonho de produtor de eventos.”

O cientista político Claudio Couto, da Fundação Getúlio Vargas, referiu-se a Celso Russomanno (PRB), líder nas pesquisas, e disse que “se deve evitar a velha direita que parecia sepultada desde o fim do janismo e do malufismo. Mas parece que sempre teve um lugar nessa cidade e esperava uma oportunidade de aparecer.” Referindo-se a atual gestão, disse existir “uma ideia de que pobre é sujeira e precisa ser tratado dessa maneira.”

O economista Paul Singer, que orientou o atual candidato em parte do seu mestrado, disse ter “250 razões para apoiar o Haddad”. Singer falou que a atual campanha do governo brasileiro para acabar a miséria é “a coisa mais importante da história desse país até agora” e que a atuação de Haddad no plano municipal será importante para isso.

O dramaturgo Sérgio de Carvalho, da Companhia do Latão, lembrou de quando montava uma peça, chamada Comédia do Trabalho, e recebeu Fernando Haddad durante a pesquisa para a montagem.  Na ocasião, o atual candidato teria dito: “não sei sobre o que vocês vão fazer na peça, mas, seja o que for, ela não deve ridicularizar a classe trabalhadora”.

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