Política

Fortunati é favorito para a reeleição na disputa dominada pela esquerda

O atual prefeito da capital gaúcha agrada o voto antipetista e setores da esquerda. Governo federal não reclamaria se ele fosse reeleito ainda no primeiro turno

José Fortunati (PDT) começou a campanha eleitoral atrás de Manuela D´Ávila (PCdoB) nas pesquisas, mas agora tende a vencer no primeiro turno. Foto: Divulgação
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José Fortunati (PDT) assumiu a prefeitura de Porto Alegre em 2010, ano em que José Fogaça, eleito dois anos antes pelo PMDB, tentou, sem sucesso, se eleger governador do Rio Grande do Sul. O ex-vice-prefeito tinha pouco tempo para ganhar vida própria e chegar com chances de se reeleger em 2012. Em dois anos no cargo, ele atinge hoje um índice maior de aprovação do que o antecessor (55% contra 38%, quando deixou o cargo), mas somente após o início da campanha eleitoral é que ele deslanchou nas pesquisas e se tornou favorito para vencer no primeiro turno.

Fortunati encabeça uma ampla coligação que envolve partidos à direita e ao centro (PDT, PMDB, PTB, PP, PPS, DEM, PRB, PMN e PTN) do espectro político. Isso lhe garantiu uma exposição na propaganda gratuita bem maior que a dos adversários, fundamental para seu crescimento nas pesquisas no último mês de campanha. Hoje todos os institutos passaram a apontar Fortunati possivelmente reeleito já no primeiro turno.

Em abril, o Ibope apontou que 55% dos portoalegrenses consideravam sua gestão como ótima ou boa. Uma pesquisa similar do Datafolha, de agostou, apontou este mesmo índice na ordem de 43%, contra 12% que a consideram ruim ou péssima. São índices convincente para quem tenta a reeleição.

Na disputa com Manuela D´Ávila (PCdoB) e Adão Villaverde (PT), seus principais adversários, Fortunatti representa a opção mais à direita e ao centro — lembrando que a política gaúcha tem sido polarizada nos últimos anos entre PMDB e PT. Quem historicamente votou contra o Partido dos Trabalhadores tende a preferir Fortunati entre os três, ainda mais se for levado em consideração a baixa capilaridade do PSDB na cidade, especialmente após a trágica administração de Yeda Crusius como governadora do Rio Grande do Sul (o candidato tucano Wambert Di Lorenzo não chega a ter 1% das intenções de voto nas pesquisas). Ao mesmo tempo, o pedetista mantém um discurso de centro-esquerda que não desagrada parte da esquerda tradicional. Ou seja, ele consegue votos de todas as matizes políticas, fato raro na política gaúcha.

Outro fator relevante: Manuela D´Ávila, que começou a campanha eleitoral em primeiro lugar nas pesquisas, encontra dificuldades em convencer o eleitorado de que é a mais preparada. Obsessiva em vender-se como politicamente madura para um cargo executivo mesmo tendo apenas 31 anos de idade, Manuela talvez exagere ao “vender” suas qualificações.

A ascensão de Fortunati na campanha eleitoral também foi ajudada pelo esvaziamento do PT nesta eleição. O partido do governador Tarso Genro comandou a prefeitura entre 1989 e 2004 com cinco nomes diferentes, entre os quais o do próprio Genro, mas o candidato escolhido pelo partido em 2012, o deputado estadual Adão Villaverde, pareceu ser um nome “verde” demais para disputar com Manuela e Fortunati. Talvez seja uma opção da própria cúpula do partido em evitar choques profundos numa disputa com dois partidos importantes da base aliada, o PDT (coligado ao PMDB, que tem o vice de Fortunati) e o PCdoB. Fica a impressão de que, com Fortunati reeleito no primeiro turno, sem o desgaste de uma briga intestina na base aliada, o governo federal não ficaria sem base na capital gaúcha.

José Fortunati (PDT) assumiu a prefeitura de Porto Alegre em 2010, ano em que José Fogaça, eleito dois anos antes pelo PMDB, tentou, sem sucesso, se eleger governador do Rio Grande do Sul. O ex-vice-prefeito tinha pouco tempo para ganhar vida própria e chegar com chances de se reeleger em 2012. Em dois anos no cargo, ele atinge hoje um índice maior de aprovação do que o antecessor (55% contra 38%, quando deixou o cargo), mas somente após o início da campanha eleitoral é que ele deslanchou nas pesquisas e se tornou favorito para vencer no primeiro turno.

Fortunati encabeça uma ampla coligação que envolve partidos à direita e ao centro (PDT, PMDB, PTB, PP, PPS, DEM, PRB, PMN e PTN) do espectro político. Isso lhe garantiu uma exposição na propaganda gratuita bem maior que a dos adversários, fundamental para seu crescimento nas pesquisas no último mês de campanha. Hoje todos os institutos passaram a apontar Fortunati possivelmente reeleito já no primeiro turno.

Em abril, o Ibope apontou que 55% dos portoalegrenses consideravam sua gestão como ótima ou boa. Uma pesquisa similar do Datafolha, de agostou, apontou este mesmo índice na ordem de 43%, contra 12% que a consideram ruim ou péssima. São índices convincente para quem tenta a reeleição.

Na disputa com Manuela D´Ávila (PCdoB) e Adão Villaverde (PT), seus principais adversários, Fortunatti representa a opção mais à direita e ao centro — lembrando que a política gaúcha tem sido polarizada nos últimos anos entre PMDB e PT. Quem historicamente votou contra o Partido dos Trabalhadores tende a preferir Fortunati entre os três, ainda mais se for levado em consideração a baixa capilaridade do PSDB na cidade, especialmente após a trágica administração de Yeda Crusius como governadora do Rio Grande do Sul (o candidato tucano Wambert Di Lorenzo não chega a ter 1% das intenções de voto nas pesquisas). Ao mesmo tempo, o pedetista mantém um discurso de centro-esquerda que não desagrada parte da esquerda tradicional. Ou seja, ele consegue votos de todas as matizes políticas, fato raro na política gaúcha.

Outro fator relevante: Manuela D´Ávila, que começou a campanha eleitoral em primeiro lugar nas pesquisas, encontra dificuldades em convencer o eleitorado de que é a mais preparada. Obsessiva em vender-se como politicamente madura para um cargo executivo mesmo tendo apenas 31 anos de idade, Manuela talvez exagere ao “vender” suas qualificações.

A ascensão de Fortunati na campanha eleitoral também foi ajudada pelo esvaziamento do PT nesta eleição. O partido do governador Tarso Genro comandou a prefeitura entre 1989 e 2004 com cinco nomes diferentes, entre os quais o do próprio Genro, mas o candidato escolhido pelo partido em 2012, o deputado estadual Adão Villaverde, pareceu ser um nome “verde” demais para disputar com Manuela e Fortunati. Talvez seja uma opção da própria cúpula do partido em evitar choques profundos numa disputa com dois partidos importantes da base aliada, o PDT (coligado ao PMDB, que tem o vice de Fortunati) e o PCdoB. Fica a impressão de que, com Fortunati reeleito no primeiro turno, sem o desgaste de uma briga intestina na base aliada, o governo federal não ficaria sem base na capital gaúcha.

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