Política

ACM Neto e Pelegrino vão ao 2º turno em Salvador

A diferença entre os dois candidatos, inferior a um ponto percentual, mostra como a cidade está dividida

ACM Neto faz campanha ao lado de sua vice, Célia Sacramento (PV). Foto: Valter Pontes / Divulgação DEM
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A diferença de menos de um ponto porcentual entre ACM Neto (DEM) e Nelson Pelegrino (PT) na apuração de Salvador mostra o clima da capital da Bahia, dividida entre dois fenômenos políticos, o carlismo e o petismo. É uma divisão que, se acirrou os ânimos já no primeiro turno e motivou diversas disputas judiciais, tende a ser ainda mais tensa no segundo turno.

Com 99,71% dos votos apurados, ACM Neto tem 40,19% dos votos válidos, contra 39,70% de Pelegrino. Nos próximos dias, os dois candidatos devem correr atrás do apoio do PMDB. Mario Kertesz ficou em terceiro lugar, com 9,44% dos votos e, caso consiga fazer migrar os eleitores de seu partido, pode ter papel decisivo.

Pelegrino aposta em Lula e Dilma para atrair o apoio do PMDB. A mágoa, entretanto, pode impedir uma aliança formal. O ex-ministro Geddel Vieira Lima, chefe do PMDB baiano, guarda rancor pelo fato de Lula e Dilma terem apoiado abertamente a reeleição de Wagner em 2010, contra o próprio Geddel. Como integrante da base aliada federal, Geddel esperava mais isonomia. A mágoa foi reforçada em 2012 pois Lula e Dilma manifestaram abertamente apoio a Pelegrino em detrimento de Kertesz.

ACM Neto, por sua vez, acredita que o presidente do DEM, José Carlos Aleluia, será capaz de atrair para sua candidatura o apoio do PMDB.

Carlismo x petismo

Em 2012, ACM Neto tenta fazer ressurgir o carlismo. Ele largou na frente na campanha, já em junho, ao formar uma coalizão de peso para sua candidatura. ACM Neto conseguiu o apoio da direção do PV, o que indignou alguns militantes “verdes”, e dissuadiu o PSDB de lançar um candidato próprio, atraindo os tucanos para seu barco, aparentemente em troca de apoio a José Serra (PSDB) em São Paulo. No fim de julho e início de agosto, ACM Neto aparecia liderando as pesquisas com uma vantagem capaz de dar a ele a vitória no primeiro turno.

Veio, então, o horário eleitoral e o momento mais quente da campanha. No rádio e na tevê, o PT acusou ACM Neto de ser, como o seu partido, contrário à política de cotas para negros nas universidades públicas e levou ao ar o vídeo em que o deputado ameaçava “dar uma surra” no ex-presidente Lula. ACM Neto negou ser contra as cotas (a maioria da população na Bahia se declara negra) e tentou explicar o contexto da frase contra Lula.

O candidato do DEM rebateu afirmando que Nelson Pelegrino e o governador Jaques Wagner, também do PT, pertencem ao “time do mensalão”, caso que está sendo julgado pelo Supremo Tribunal Federal. Os três casos acabaram na Justiça, com processos e recursos de ambos os lados. A briga de ações judiciais é tão intensa que uma delas foi motivada pelo fato de o programa de Pelegrino ter anunciado que ACM Neto estaria sendo processado, algo que o candidato democrata contesta.

É neste clima que Salvador chega ao segundo turno. Serão 20 dias decisivos para a cidade.

A diferença de menos de um ponto porcentual entre ACM Neto (DEM) e Nelson Pelegrino (PT) na apuração de Salvador mostra o clima da capital da Bahia, dividida entre dois fenômenos políticos, o carlismo e o petismo. É uma divisão que, se acirrou os ânimos já no primeiro turno e motivou diversas disputas judiciais, tende a ser ainda mais tensa no segundo turno.

Com 99,71% dos votos apurados, ACM Neto tem 40,19% dos votos válidos, contra 39,70% de Pelegrino. Nos próximos dias, os dois candidatos devem correr atrás do apoio do PMDB. Mario Kertesz ficou em terceiro lugar, com 9,44% dos votos e, caso consiga fazer migrar os eleitores de seu partido, pode ter papel decisivo.

Pelegrino aposta em Lula e Dilma para atrair o apoio do PMDB. A mágoa, entretanto, pode impedir uma aliança formal. O ex-ministro Geddel Vieira Lima, chefe do PMDB baiano, guarda rancor pelo fato de Lula e Dilma terem apoiado abertamente a reeleição de Wagner em 2010, contra o próprio Geddel. Como integrante da base aliada federal, Geddel esperava mais isonomia. A mágoa foi reforçada em 2012 pois Lula e Dilma manifestaram abertamente apoio a Pelegrino em detrimento de Kertesz.

ACM Neto, por sua vez, acredita que o presidente do DEM, José Carlos Aleluia, será capaz de atrair para sua candidatura o apoio do PMDB.

Carlismo x petismo

Em 2012, ACM Neto tenta fazer ressurgir o carlismo. Ele largou na frente na campanha, já em junho, ao formar uma coalizão de peso para sua candidatura. ACM Neto conseguiu o apoio da direção do PV, o que indignou alguns militantes “verdes”, e dissuadiu o PSDB de lançar um candidato próprio, atraindo os tucanos para seu barco, aparentemente em troca de apoio a José Serra (PSDB) em São Paulo. No fim de julho e início de agosto, ACM Neto aparecia liderando as pesquisas com uma vantagem capaz de dar a ele a vitória no primeiro turno.

Veio, então, o horário eleitoral e o momento mais quente da campanha. No rádio e na tevê, o PT acusou ACM Neto de ser, como o seu partido, contrário à política de cotas para negros nas universidades públicas e levou ao ar o vídeo em que o deputado ameaçava “dar uma surra” no ex-presidente Lula. ACM Neto negou ser contra as cotas (a maioria da população na Bahia se declara negra) e tentou explicar o contexto da frase contra Lula.

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