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‘Quanto mais longo o conflito, melhor para o radicalismo’

Nascido no Brasil, representante do grupo anti-Assad fala sobre as divisões entre opositores e rebeldes na Síria

Combatentes do Exército Sírio Livre em Bab al-Salam, na fronteira com a Turquia. Foto: ©AFP / Adem Altan
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Principal grupo de oposição ao ditador Bashar al-Assad, o Conselho Nacional Sírio (CNS) tem como grande mérito o fato de ter dado uma voz oficial aos setores da sociedade síria que desejam ver o presidente longe do poder. O grupo conseguiu isso por ser formado majoritariamente por sírios expatriados, alguns deles bem posicionados profissionalmente nos países em que decidiram morar. Um deles é George Jabboure Netto. Nascido no Brasil, Netto se formou em medicina na Universidade de Damasco, completou a formação nos Estados Unidos e há 25 anos está no país, onde é professor de Oncologia na Universidade Johns Hopkins.

Netto é integrante do Comitê de Relações Exteriores do CNS e atua levando as propostas do grupo a funcionários das Nações Unidas e do Departamento de Estado dos Estados Unidos.

Em entrevista a CartaCapital, Netto fala sobre as divisões internas do CNS, discute o racha entre sunitas e alauítas (ramo do Islã derivado do xiismo e ao qual pertence Assad) e os papéis dos cristãos, como o próprio Netto, na sociedade síria, e defende de forma veemente que o Ocidente e países do Golfo Pérsico deem auxílio aos rebeldes. Para Netto, quanto mais tempo o conflito durar, maior será a chance de grupos extremistas ganharem protagonismo.

Carta Capital – Em julho, o atentado que matou generais de Assad foi considerado um ponto de virada no conflito. O sr. concorda?


George Jabboure Netto –
Com certeza foi um golpe significativo, pois aqueles eram alguns dos homens que comandavam os ataques contra os manifestantes. Sabíamos que não era o fim do regime, pois ele ainda tem um significativo poder militar, especialmente a Guarda Republicana, formada quase que integralmente por alauítas e por seu círculo íntimo. Este é o grupo liderado por seu irmão, Maher Assad. Enquanto Maher estiver no controle, continuaremos vendo o conflito. O mais importante do ataque foi fazer com que algumas pessoas que ainda estavam neutras percebessem que este regime não é invencível. Mesmo entre seus apoiadores, a maioria sabe agora que seus dias estão contados.

CC – Como o senhor vê o futuro do conflito?


GJN –
Não esperávamos que os revolucionários tomassem Damasco rapidamente, então não é surpresa que ele (Assad) os tenha repelido. Claro que ficamos preocupados pela possibilidade (após o atentado) de querer exercer mais controle e provocar mais danos, como está ocorrendo agora em Alepo. Esperamos que essa dinâmica finalmente force a Turquia, os Estados Unidos ou a Otan a criar uma zona de exclusão aérea ou uma zona de proteção no norte da Síria.

CC – A posição sobre uma eventual intervenção estrangeira é unitária dentro do CNS?


GJN –
Desde o início dissemos: não queremos que o país seja invadido. A única coisa que pedimos é algum tipo de cobertura para proteger os manifestantes e o Exército Livre da Síria dos ataques aéreos.

CC – O sr. acha que os Estados Unidos podem intervir diretamente na Síria?


GJN –
Tenho quase certeza de que os EUA não vão interferir diretamente, especialmente até as eleições (dos EUA, em novembro). Caso haja massacres ainda piores que os atuais, Deus não permita, os EUA e a Otan podem ser constrangidos a agir, mas a possibilidade é muito, muito pequena.

CC – Muito se fala na divisão entre sunitas e alauítas na Síria. Qual é a posição dos cristãos sobre o que está acontecendo?


GJN –
O regime sempre favoreceu principalmente os alauítas. Quando os protestos começaram, os sunitas, que são maioria na população e eram menos favorecidos, eram maioria também nas manifestações. Os cristãos estavam um pouco melhor, então tinham menos motivação para ir às ruas e pedir reformas, mas ao mesmo tempo ninguém acreditava que esta ditadura era o regime correto para a Síria. Agora mais e mais os cristãos estão percebendo que Assad preferiu, desde o início, buscar uma solução militar e não negociar e fazer reformas genuínas. Muitos cristãos, como eu, estão se tornando ativos politicamente.

CC – Qual é o tamanho da participação dos alauítas no CNS?


GJN –
É minoritária, bem menos do que desejávamos, mas estamos trabalhando para dar apoio a eles. Nos combates dentro da Síria há brigadas cristãs, sunitas, mas também alauítas. E apesar de serem minoria, estamos falando de milhares de pessoas. Estamos tentando dar a eles apoio humanitário e médico para mostrar que estamos todos juntos tentando nos livrar de uma ditadura e construir uma democracia.

CC – No último mês surgiram alguns relatos perturbadores sobre a possibilidade de Assad tentar criar um “país alauíta” na costa mediterrânea da Síria. Esta é uma ideia factível?


GJN –
Este é seu plano B. Ele está se concentrando nas áreas mais populosas do país, como Damasco e Alepo, que, combinadas, têm cerca de metade da população síria. Mas se ele sentir que está perdendo o controle, pode recuar com aqueles 70 mil ou 100 mil integrantes da Guarda Republicana. Assim, tenho certeza que criar um enclave alauíta é algo que ele está considerando. Isso coloca o país em risco de fragmentação, como ocorreu na Iugoslávia. É um desfecho que ninguém deseja e contra o qual vamos lutar até o último momento.

CC – Há muitos analistas preocupados com a possibilidade de ocorrerem sistemáticos massacres sectários na Síria. Isso preocupa o CNS?


GJN –
Temos uma preocupação significativa sobre isso. Quanto mais cedo o Ocidente nos apoiar para acelerar esta revolução, melhor será. Quanto mais tempo durar o conflito e quanto mais se deteriorar a situação humanitária, maior a chance de o radicalismo e o caos prevalecerem. Então o melhor é apoiar o Exército Livre da Síria do que deixar armas entrarem como contrabando e irem parar nas mãos de sabe-se lá quem. À medida que grupos radicais começam a ter acesso a armas, eles começam a ganhar capital político, pois com armas salvam a vida das pessoas. Acho que ainda não chegamos a um ponto sem retorno, pois o extremismo na Síria é minoritário.

CC – Há relatos de grupos jihadistas atuando na Síria, alguns independentes e outros ligados à Al-Qaeda. Além de acelerar o fim do conflito, o que mais pode ser feito para evitar a proliferação desses radicais?


GJN –
Quanto à Al-Qaeda, isso é propaganda do regime. Não podemos esquecer que antes disso tudo começar, o governo Assad trabalhava com a Al-Qaeda no Iraque. Quanto aos salafitas, é diferente. Há salafitas lutando na Síria. Eles são uma minoria dos militantes e nós não concordamos com sua visão de mundo. O que fazer para evitar que ganhem espaço? Em primeiro lugar, creio que é difícil se tornarem influentes devido ao ambiente político e social da Síria. Há dois mil anos todas as religiões convivem na Síria, então lá não existe uma atmosfera na qual os extremistas, seja de que lado for, podem triunfar. Em segundo lugar, é preciso apoiar os moderados, até mesmo da Irmandade Muçulmana, e os não-muçulmanos, mostrando a eles que são parte da solução. Além disso, é preciso trabalhar diplomaticamente com potências regionais, pois, não podemos esquecer, esses extremistas são financiados por alguém. Ao mostrar os riscos disso aos vizinhos, podemos diminuir as chances de sucesso dos radicais. Não será difícil fazer isso, pois ninguém quer um governo extremista na região. Os muçulmanos, incluindo a Irmandade Muçulmana e outros grupos, estão cientes de que, se quiserem ter um futuro de cooperação com o mundo, não poderão ter governos extremistas.

CC – Se Assad fosse derrubado agora, como seria a transição?


GJN –
Se a revolução terminar agora, teremos um governo de transição, teremos uma nova constituição. Essa constituição será civil, terá separação com a religião. Todos concordam com isso, mesmo a Irmandade Muçulmana. Então, até aqui, o extremismo é uma minoria muito pequena, que não terá voz em nada. Mas se este conflito durar, por exemplo, mais cinco anos, as coisas estarão muito diferentes. É por isso que queremos terminar isso logo, seja de forma diplomática, seja com uma estratégia de saída (para Assad), ou com algum tipo de apoio para militarmente derrubarmos o regime. Não nos importa como, só queremos o fim do massacre.

CC – Recentemente a Irmandade Muçulmana da Síria anunciou a criação de um partido político. Há relatos de que a proeminência da Irmandade gerou divisões no CNS. No Egito, cristãos e liberais têm muito medo da Irmandade. Qual é a relação entre liberais e os irmãos muçulmanos?


GJN –
A Irmandade Muçulmana tem uma dupla representação no Conselho. Eles são um dos grupos que estabeleceu o conselho. E há alguns liberais simpatizantes da Irmandade. É daí que vem a impressão de que eles dominam o Conselho, o que não é verdade. Mesmo contando esses simpatizantes, eles teriam cerca de 25% dos integrantes. É claro que por ser o único partido organizado por décadas, eles têm mecanismos de tomada de decisão e liderança melhores que os outros grupos. É por isso que nos últimos meses temos organizado os campos políticos em blocos no conselho, para garantir uma representação plural de forças no futuro da Síria.

Principal grupo de oposição ao ditador Bashar al-Assad, o Conselho Nacional Sírio (CNS) tem como grande mérito o fato de ter dado uma voz oficial aos setores da sociedade síria que desejam ver o presidente longe do poder. O grupo conseguiu isso por ser formado majoritariamente por sírios expatriados, alguns deles bem posicionados profissionalmente nos países em que decidiram morar. Um deles é George Jabboure Netto. Nascido no Brasil, Netto se formou em medicina na Universidade de Damasco, completou a formação nos Estados Unidos e há 25 anos está no país, onde é professor de Oncologia na Universidade Johns Hopkins.

Netto é integrante do Comitê de Relações Exteriores do CNS e atua levando as propostas do grupo a funcionários das Nações Unidas e do Departamento de Estado dos Estados Unidos.

Em entrevista a CartaCapital, Netto fala sobre as divisões internas do CNS, discute o racha entre sunitas e alauítas (ramo do Islã derivado do xiismo e ao qual pertence Assad) e os papéis dos cristãos, como o próprio Netto, na sociedade síria, e defende de forma veemente que o Ocidente e países do Golfo Pérsico deem auxílio aos rebeldes. Para Netto, quanto mais tempo o conflito durar, maior será a chance de grupos extremistas ganharem protagonismo.

Carta Capital – Em julho, o atentado que matou generais de Assad foi considerado um ponto de virada no conflito. O sr. concorda?


George Jabboure Netto –
Com certeza foi um golpe significativo, pois aqueles eram alguns dos homens que comandavam os ataques contra os manifestantes. Sabíamos que não era o fim do regime, pois ele ainda tem um significativo poder militar, especialmente a Guarda Republicana, formada quase que integralmente por alauítas e por seu círculo íntimo. Este é o grupo liderado por seu irmão, Maher Assad. Enquanto Maher estiver no controle, continuaremos vendo o conflito. O mais importante do ataque foi fazer com que algumas pessoas que ainda estavam neutras percebessem que este regime não é invencível. Mesmo entre seus apoiadores, a maioria sabe agora que seus dias estão contados.

CC – Como o senhor vê o futuro do conflito?


GJN –
Não esperávamos que os revolucionários tomassem Damasco rapidamente, então não é surpresa que ele (Assad) os tenha repelido. Claro que ficamos preocupados pela possibilidade (após o atentado) de querer exercer mais controle e provocar mais danos, como está ocorrendo agora em Alepo. Esperamos que essa dinâmica finalmente force a Turquia, os Estados Unidos ou a Otan a criar uma zona de exclusão aérea ou uma zona de proteção no norte da Síria.

CC – A posição sobre uma eventual intervenção estrangeira é unitária dentro do CNS?


GJN –
Desde o início dissemos: não queremos que o país seja invadido. A única coisa que pedimos é algum tipo de cobertura para proteger os manifestantes e o Exército Livre da Síria dos ataques aéreos.

CC – O sr. acha que os Estados Unidos podem intervir diretamente na Síria?


GJN –
Tenho quase certeza de que os EUA não vão interferir diretamente, especialmente até as eleições (dos EUA, em novembro). Caso haja massacres ainda piores que os atuais, Deus não permita, os EUA e a Otan podem ser constrangidos a agir, mas a possibilidade é muito, muito pequena.

CC – Muito se fala na divisão entre sunitas e alauítas na Síria. Qual é a posição dos cristãos sobre o que está acontecendo?


GJN –
O regime sempre favoreceu principalmente os alauítas. Quando os protestos começaram, os sunitas, que são maioria na população e eram menos favorecidos, eram maioria também nas manifestações. Os cristãos estavam um pouco melhor, então tinham menos motivação para ir às ruas e pedir reformas, mas ao mesmo tempo ninguém acreditava que esta ditadura era o regime correto para a Síria. Agora mais e mais os cristãos estão percebendo que Assad preferiu, desde o início, buscar uma solução militar e não negociar e fazer reformas genuínas. Muitos cristãos, como eu, estão se tornando ativos politicamente.

CC – Qual é o tamanho da participação dos alauítas no CNS?


GJN –
É minoritária, bem menos do que desejávamos, mas estamos trabalhando para dar apoio a eles. Nos combates dentro da Síria há brigadas cristãs, sunitas, mas também alauítas. E apesar de serem minoria, estamos falando de milhares de pessoas. Estamos tentando dar a eles apoio humanitário e médico para mostrar que estamos todos juntos tentando nos livrar de uma ditadura e construir uma democracia.

CC – No último mês surgiram alguns relatos perturbadores sobre a possibilidade de Assad tentar criar um “país alauíta” na costa mediterrânea da Síria. Esta é uma ideia factível?


GJN –
Este é seu plano B. Ele está se concentrando nas áreas mais populosas do país, como Damasco e Alepo, que, combinadas, têm cerca de metade da população síria. Mas se ele sentir que está perdendo o controle, pode recuar com aqueles 70 mil ou 100 mil integrantes da Guarda Republicana. Assim, tenho certeza que criar um enclave alauíta é algo que ele está considerando. Isso coloca o país em risco de fragmentação, como ocorreu na Iugoslávia. É um desfecho que ninguém deseja e contra o qual vamos lutar até o último momento.

CC – Há muitos analistas preocupados com a possibilidade de ocorrerem sistemáticos massacres sectários na Síria. Isso preocupa o CNS?


GJN –
Temos uma preocupação significativa sobre isso. Quanto mais cedo o Ocidente nos apoiar para acelerar esta revolução, melhor será. Quanto mais tempo durar o conflito e quanto mais se deteriorar a situação humanitária, maior a chance de o radicalismo e o caos prevalecerem. Então o melhor é apoiar o Exército Livre da Síria do que deixar armas entrarem como contrabando e irem parar nas mãos de sabe-se lá quem. À medida que grupos radicais começam a ter acesso a armas, eles começam a ganhar capital político, pois com armas salvam a vida das pessoas. Acho que ainda não chegamos a um ponto sem retorno, pois o extremismo na Síria é minoritário.

CC – Há relatos de grupos jihadistas atuando na Síria, alguns independentes e outros ligados à Al-Qaeda. Além de acelerar o fim do conflito, o que mais pode ser feito para evitar a proliferação desses radicais?


GJN –
Quanto à Al-Qaeda, isso é propaganda do regime. Não podemos esquecer que antes disso tudo começar, o governo Assad trabalhava com a Al-Qaeda no Iraque. Quanto aos salafitas, é diferente. Há salafitas lutando na Síria. Eles são uma minoria dos militantes e nós não concordamos com sua visão de mundo. O que fazer para evitar que ganhem espaço? Em primeiro lugar, creio que é difícil se tornarem influentes devido ao ambiente político e social da Síria. Há dois mil anos todas as religiões convivem na Síria, então lá não existe uma atmosfera na qual os extremistas, seja de que lado for, podem triunfar. Em segundo lugar, é preciso apoiar os moderados, até mesmo da Irmandade Muçulmana, e os não-muçulmanos, mostrando a eles que são parte da solução. Além disso, é preciso trabalhar diplomaticamente com potências regionais, pois, não podemos esquecer, esses extremistas são financiados por alguém. Ao mostrar os riscos disso aos vizinhos, podemos diminuir as chances de sucesso dos radicais. Não será difícil fazer isso, pois ninguém quer um governo extremista na região. Os muçulmanos, incluindo a Irmandade Muçulmana e outros grupos, estão cientes de que, se quiserem ter um futuro de cooperação com o mundo, não poderão ter governos extremistas.

CC – Se Assad fosse derrubado agora, como seria a transição?


GJN –
Se a revolução terminar agora, teremos um governo de transição, teremos uma nova constituição. Essa constituição será civil, terá separação com a religião. Todos concordam com isso, mesmo a Irmandade Muçulmana. Então, até aqui, o extremismo é uma minoria muito pequena, que não terá voz em nada. Mas se este conflito durar, por exemplo, mais cinco anos, as coisas estarão muito diferentes. É por isso que queremos terminar isso logo, seja de forma diplomática, seja com uma estratégia de saída (para Assad), ou com algum tipo de apoio para militarmente derrubarmos o regime. Não nos importa como, só queremos o fim do massacre.

CC – Recentemente a Irmandade Muçulmana da Síria anunciou a criação de um partido político. Há relatos de que a proeminência da Irmandade gerou divisões no CNS. No Egito, cristãos e liberais têm muito medo da Irmandade. Qual é a relação entre liberais e os irmãos muçulmanos?


GJN –
A Irmandade Muçulmana tem uma dupla representação no Conselho. Eles são um dos grupos que estabeleceu o conselho. E há alguns liberais simpatizantes da Irmandade. É daí que vem a impressão de que eles dominam o Conselho, o que não é verdade. Mesmo contando esses simpatizantes, eles teriam cerca de 25% dos integrantes. É claro que por ser o único partido organizado por décadas, eles têm mecanismos de tomada de decisão e liderança melhores que os outros grupos. É por isso que nos últimos meses temos organizado os campos políticos em blocos no conselho, para garantir uma representação plural de forças no futuro da Síria.

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