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Estudante brasileira é morta a tiros na Nicarágua

Raynéia Gabrielle Lima estudava na Universidade Americana. Ela teria sido metralhada por um grupo de paramilitares

Colegas de Raynéia protestaram contra a morte da estudante nas redes sociais
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A estudante de medicina Raynéia Gabrielle Lima foi morta a tiros na noite da segunda-feira 23 em Manágua, capital e maior cidade da Nicarágua.

O assassinato foi divulgado pela imprensa local e por integrantes do coletivo de nicaraguenses no Brasil pela Nicarágua, que denunciam o assassinato de opositores políticos ao presidente Daniel Ortega. Há relatos de mais de 300 mortes no país desde a escalada de conflitos entre o governo e manifestantes.

Em nota, a Polícia Nacional, ligada a Ortega, afirmou que um segurança privado, “em circunstâncias ainda não determinadas”, realizou disparos com arma de fogo, sendo que um deles teria atingido a estudante brasileira. Segundo as autoridades da Nicarágua, o “guarda de vigilância privada” está sendo investigado.

Segundo a polícia, a morte de Rayneia, 29 anos, ocorreu aproximadamente às 11h30 da noite. No momento do homicídio, ela estava passando pelo setor de Lomas de Monserrat, em Manágua.

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Em nota, o Itamaraty diz receber com “profunda indignação” a morte da estudante e afirma que ainda busca esclarecimentos junto ao governo nicaraguense sobre as circunstâncias dos disparos contra a estudante.

“Diante do ocorrido, o governo brasileiro torna a condenar o aprofundamento da repressão, o uso desproporcional e letal da força e o emprego de grupos paramilitares em operações coordenadas pelas equipes de segurança, conforme constatado pelo Mecanismo Especial de Seguimento para a Nicarágua instalado para implementar as recomendações da Comissão Interamericana de Direitos Humanos”, diz a nota.

O governo brasileiro diz repudiar a perseguição de manifestantes, estudantes e defensores dos direitos humanos por Ortega.

Raynéia era estudante de medicina da Universidade Americana e estava saindo do plantão de um hospital às 23 horas da segunda 23. Ela teria sido metralhada ao passar em frente ao Colégio Americano, perto da universidade. Há relatos de que um grupo de paramilitares ainda não identificados teriam metralhado seu carro, mas a versão entra em choque com a da polícia nicaraguense.

Colegas de Raynéia lamentaram sua morte nas redes sociais.

A Nicarágua vive uma onda de violência e de protestos contra o governo de Ortega. As manifestações contra o governo tiveram início em abril, quando nicaraguenses passaram a protestar contra uma reforma no sistema de aposentadorias no país.

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