Sociedade

Mulheres, carreira, beleza e comportamento

A valorização da carreira influenciou a mulher a cuidar mais de si mesma

A valorização da carreira influenciou a mulher a cuidar mais de si mesma. Foto: Galeria do Thuany Gabriela/Flickr
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Elas estão em todos os lugares e hoje ocupam profissões que outrora eram predominantemente masculinas. Cuidam do orçamento familiar, da educação dos filhos, da casa e ainda sabe-se lá onde encontram tempo para investir na manutenção da aparência.

A proporção de mulheres trabalhando com carteira assinada aumentou sensivelmente na última década. Se em 2002, do total da população feminina com idade entre 16 e 60 anos, duas em cada dez estavam trabalhando no mercado formal, neste ano são três em cada dez.

A valorização da carreira influenciou essa mulher a cuidar mais de si mesma. Ela percebeu que para ter destaque no mercado de trabalho precisa estar bem apresentável e isso inclui não apenas uma vestimenta adequada, mas também um cabelo bem cuidado e uma maquiagem bem feita. Cuidar de si mesma melhora a autoestima e consequentemente as deixa mais seguras para encarar uma reunião com o chefe, ambicionar uma promoção e até mesmo mudar de emprego.

Andando pelas grandes cidades não é difícil encontrar mulheres se maquiando em ônibus, metrôs e trens, aproveitando o tempo desperdiçado no trânsito entre suas casas e locais de trabalho. Isso é uma prova inquestionável do que estamos identificando nas pesquisas de comportamento realizadas pelo Data Popular.

Investimento em educação também não é descartado por elas. De um terço das mulheres que costumam guardar algum dinheiro, 40,7% objetivam realizar um sonho pessoal, seja a universidade, o curso profissionalizante ou mesmo a viagem dos sonhos e a realização da cirurgia plástica.

Isto, porque 44,8% das mulheres começam a ultrapassar a zona de peso ideal, segundo o IMC (Índice de Massa Corporal). Entre as hipóteses para esse aumento do sobrepeso e da obesidade está a de que as mulheres estão se alimentado mais fora de casa por conta do trabalho, e muitas vezes falta tempo para o arroz e feijão. Elas acabam optando pela cultura americanizada do fast food, que já chegou ao Brasil há um bom tempo.

Entretanto o seu ideal de beleza não é aquele exibido nas passarelas, através dos corpos esguios das modelos. A mulher brasileira ambiciona um corpo curvilíneo, mas próximo das suas origens; ela valoriza os seus contornos e até acha bonito um volume corporal no quadril, por exemplo.

Num estudo recente, apresentamos três perfis de corpos de mulheres: o da Juliana Paes, Gisele Bündchen e Geisy Arruda, todas sem mostrar seus rostos. O curioso foi identificar que sete entre dez mulheres brasileiras concordaram que o corpo da Geisy era o mais atraente, ou seja, um biótipo mais próximo ao corpo da mulher brasileira.

Juliana, apesar de curvilínea, apareceu mais magra em campanhas recentes, e o corpo da Gisele mal foi citado. Acreditamos que, como as mulheres da Nova Classe Média representam a maioria das mulheres brasileiras, seus valores de brasilidade, presentes inclusive nas formas mais abundantes, prevaleceu nesta pesquisa. O ideal de magreza, nesse sentido, é oriundo das Classes A e B, que se espelham em padrões internacionais, presentes no mundo das passarelas.

Contrastes de percepção de imagem também aparecem quando o assunto é cabelo. Embora o liso e comprido seja preferência nacional, quando separamos essas mulheres pela cor da pele, é nítida a preferência das negras pelos cabelos cacheados, que valorizam mais seu biótipo natural. E se levarmos em consideração que a maioria das mulheres da Nova Classe Média é negra, é possível sentir sua influência no estudo, que também mostra que a importância que estas mulheres dão a produtos de beleza cresceu nos últimos anos.

Embora não sejam as únicas responsáveis pelos gastos com produtos e serviços de beleza e cuidados pessoais, as mulheres determinam grande parte do dinheiro nessa categoria. Neste ano, os brasileiros gastaram 53,5 bilhões de reais com este segmento. Um mercado nada desprezível para as empresas.

Elas estão em todos os lugares e hoje ocupam profissões que outrora eram predominantemente masculinas. Cuidam do orçamento familiar, da educação dos filhos, da casa e ainda sabe-se lá onde encontram tempo para investir na manutenção da aparência.

A proporção de mulheres trabalhando com carteira assinada aumentou sensivelmente na última década. Se em 2002, do total da população feminina com idade entre 16 e 60 anos, duas em cada dez estavam trabalhando no mercado formal, neste ano são três em cada dez.

A valorização da carreira influenciou essa mulher a cuidar mais de si mesma. Ela percebeu que para ter destaque no mercado de trabalho precisa estar bem apresentável e isso inclui não apenas uma vestimenta adequada, mas também um cabelo bem cuidado e uma maquiagem bem feita. Cuidar de si mesma melhora a autoestima e consequentemente as deixa mais seguras para encarar uma reunião com o chefe, ambicionar uma promoção e até mesmo mudar de emprego.

Andando pelas grandes cidades não é difícil encontrar mulheres se maquiando em ônibus, metrôs e trens, aproveitando o tempo desperdiçado no trânsito entre suas casas e locais de trabalho. Isso é uma prova inquestionável do que estamos identificando nas pesquisas de comportamento realizadas pelo Data Popular.

Investimento em educação também não é descartado por elas. De um terço das mulheres que costumam guardar algum dinheiro, 40,7% objetivam realizar um sonho pessoal, seja a universidade, o curso profissionalizante ou mesmo a viagem dos sonhos e a realização da cirurgia plástica.

Isto, porque 44,8% das mulheres começam a ultrapassar a zona de peso ideal, segundo o IMC (Índice de Massa Corporal). Entre as hipóteses para esse aumento do sobrepeso e da obesidade está a de que as mulheres estão se alimentado mais fora de casa por conta do trabalho, e muitas vezes falta tempo para o arroz e feijão. Elas acabam optando pela cultura americanizada do fast food, que já chegou ao Brasil há um bom tempo.

Entretanto o seu ideal de beleza não é aquele exibido nas passarelas, através dos corpos esguios das modelos. A mulher brasileira ambiciona um corpo curvilíneo, mas próximo das suas origens; ela valoriza os seus contornos e até acha bonito um volume corporal no quadril, por exemplo.

Num estudo recente, apresentamos três perfis de corpos de mulheres: o da Juliana Paes, Gisele Bündchen e Geisy Arruda, todas sem mostrar seus rostos. O curioso foi identificar que sete entre dez mulheres brasileiras concordaram que o corpo da Geisy era o mais atraente, ou seja, um biótipo mais próximo ao corpo da mulher brasileira.

Juliana, apesar de curvilínea, apareceu mais magra em campanhas recentes, e o corpo da Gisele mal foi citado. Acreditamos que, como as mulheres da Nova Classe Média representam a maioria das mulheres brasileiras, seus valores de brasilidade, presentes inclusive nas formas mais abundantes, prevaleceu nesta pesquisa. O ideal de magreza, nesse sentido, é oriundo das Classes A e B, que se espelham em padrões internacionais, presentes no mundo das passarelas.

Contrastes de percepção de imagem também aparecem quando o assunto é cabelo. Embora o liso e comprido seja preferência nacional, quando separamos essas mulheres pela cor da pele, é nítida a preferência das negras pelos cabelos cacheados, que valorizam mais seu biótipo natural. E se levarmos em consideração que a maioria das mulheres da Nova Classe Média é negra, é possível sentir sua influência no estudo, que também mostra que a importância que estas mulheres dão a produtos de beleza cresceu nos últimos anos.

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