Política

Moreira Franco sonha em mandar no Ipea

Mas não deve conseguir. O tempo joga a favor de Vanessa Petrelli

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Desde a segunda metade de abril, quando Marcio Pochmann anunciou que deixaria o comando do Ipea para concorrer à prefeitura de Campinas, abriu-se uma disputa acirrada pela presidência da instituição. A disputa ocorria nos bastidores e corredores.

O ministro Moreira Franco, da Secretaria de Assuntos Estratégicos, sabe desde os primeiros dias de sua posse que não poderia interferir no Ipea, mas sempre tentou (e tenta) driblar a “recomendação” recebida em janeiro de 2011. Franco já tentou nomear diretores no Ipea. Quando João Sicsú, o ex-diretor de Estudos e Políticas Macroeconômicas, pediu para ser exonerado no ano passado, o ministrou apresentou nomes, articulou, falou grosso, blefou, depois recuou e nomeou Vanessa Petrelli, indicada por Sicsú para sucedê-lo.

No recente episódio da sucessão do cargo de presidente da instituição, Franco se apressou para impor o nome de Ricardo Paes de Barros, técnico do Ipea da área social que hoje trabalha na Secretaria de Assuntos Estratégicos diretamente com o próprio ministro. O peemedebista sabia que o seu nome não seria viável, pois Paes de Barros foi um dos mais ativos participantes da “ala tucana” na campanha de Marina Silva. Ademais, há muitas divergências teóricas e de método entre a área social do governo e Paes de Barros.

Pochmann indicou o nome de Vanessa Petrelli para seu lugar. Franco, com amnésia permanente, esqueceu novamente da “recomendação” de janeiro de 2011 e vetou o nome sugerido por Pochmann. O ministro tinha um “coelho na cartola”: o economista José Luis Oreiro, professor da UnB.

O peemedebista teria montado uma conhecida estratégia: vetar o nome indicado por Pochmann, aceitar o veto a seu indicado e dizer que aceitaria uma terceira via, neutra, o economista da UnB.

Oreiro é um keynesiano. Tem passagens entre tucanos e seus aliados do PPS. Fez campanha para Serra em 2010, quando já anunciava que seria presidente do Ipea no caso de vitória do seu candidato.

Entretanto, seu nome apareceu em um jornal de grande circulação em reportagem que praticamente o colocava na presidência do IPEA. Oreiro, segundo o jornal, teria muitos apoios na base aliada. Entre eles estariam Aldo Rebelo (PCdoB) e Lindbergh Farias (PT). Os apoios foram negados publicamente. Rebelo chegou a afirmar que nem conhecia o economista. Lindbergh disse que apoia a opção de Pochmann.

O nome de Oreiro foi considerado apenas nos corredores e bastidores. Nunca, de fato, foi levado a sério por quem decide. Ocorreu no Ipea o que foi “recomendado” a Franco em 2011: “mantenha a distância, por favor”. Vanessa Petrelli foi nomeada presidente interina. Esse tem sido o método de Dilma Rousseff: mulheres consideradas competentes passam de interinas a titulares. O jogo vai continuar por alguns meses. Agora os nomes virão da esquerda, pois Franco, Oreiro e Paes de Barros foram derrotados. Mas o tempo joga a favor de Vanessa Petrelli.

Desde a segunda metade de abril, quando Marcio Pochmann anunciou que deixaria o comando do Ipea para concorrer à prefeitura de Campinas, abriu-se uma disputa acirrada pela presidência da instituição. A disputa ocorria nos bastidores e corredores.

O ministro Moreira Franco, da Secretaria de Assuntos Estratégicos, sabe desde os primeiros dias de sua posse que não poderia interferir no Ipea, mas sempre tentou (e tenta) driblar a “recomendação” recebida em janeiro de 2011. Franco já tentou nomear diretores no Ipea. Quando João Sicsú, o ex-diretor de Estudos e Políticas Macroeconômicas, pediu para ser exonerado no ano passado, o ministrou apresentou nomes, articulou, falou grosso, blefou, depois recuou e nomeou Vanessa Petrelli, indicada por Sicsú para sucedê-lo.

No recente episódio da sucessão do cargo de presidente da instituição, Franco se apressou para impor o nome de Ricardo Paes de Barros, técnico do Ipea da área social que hoje trabalha na Secretaria de Assuntos Estratégicos diretamente com o próprio ministro. O peemedebista sabia que o seu nome não seria viável, pois Paes de Barros foi um dos mais ativos participantes da “ala tucana” na campanha de Marina Silva. Ademais, há muitas divergências teóricas e de método entre a área social do governo e Paes de Barros.

Pochmann indicou o nome de Vanessa Petrelli para seu lugar. Franco, com amnésia permanente, esqueceu novamente da “recomendação” de janeiro de 2011 e vetou o nome sugerido por Pochmann. O ministro tinha um “coelho na cartola”: o economista José Luis Oreiro, professor da UnB.

O peemedebista teria montado uma conhecida estratégia: vetar o nome indicado por Pochmann, aceitar o veto a seu indicado e dizer que aceitaria uma terceira via, neutra, o economista da UnB.

Oreiro é um keynesiano. Tem passagens entre tucanos e seus aliados do PPS. Fez campanha para Serra em 2010, quando já anunciava que seria presidente do Ipea no caso de vitória do seu candidato.

Entretanto, seu nome apareceu em um jornal de grande circulação em reportagem que praticamente o colocava na presidência do IPEA. Oreiro, segundo o jornal, teria muitos apoios na base aliada. Entre eles estariam Aldo Rebelo (PCdoB) e Lindbergh Farias (PT). Os apoios foram negados publicamente. Rebelo chegou a afirmar que nem conhecia o economista. Lindbergh disse que apoia a opção de Pochmann.

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