Economia

Economia e política

Portanto, não se pode dizer, por exemplo: “até aqui vai a economia e a partir daqui segue a politica”. Por Paulo Daniel

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Embora alguns sempre queiram exaltar o tecnicismo econômico, é sempre bom afirmar que a ciência econômica é uma ciência social, portanto, os modelinhos matemáticos e econométricos dificilmente explicarão ou entenderão a realidade na qual estamos inseridos que é apresentada de uma só vez em toda sua complexidade com suas múltiplas relações, determinações, reciprocidades e contradições.

O próprio Marx, em uma célebre passagem do prefácio à Para a crítica da Economia Política, afirma que “o modo de produção da vida material condiciona, em geral, o processo social, político e espiritual da vida”. Não se trata de afirmar que a economia é mais importante que a política, o direito, as artes etc. A esfera econômica, por si só, refere-se aos entes múltiplos e concretos da realidade predominantemente pela própria materialidade do ser social, que depende primariamente da produção e reprodução de suas condições materiais de existência, tanto em nível biológico como social.

O que pode caracterizar um ser social? A característica especial que distingue o ser humano de um ser meramente biológico é o trabalho, entendido como atividade orientada para uma finalidade previamente concebida e criadora de novas objetividades. A evolução do trabalho simples até a as formas mais complexas, é a base para o desenvolvimento do ser social, fazendo recuar constantemente as barreiras naturais. Acompanhando o crescente processo de socialização do ser, vários outros complexos e complexidades aparecem e se desenvolvem também para garantir sua reprodução material.

 

Entre as mais diversas complexidades que surgem, estão a política e o Estado cujo objetivo é regular de modo sistemático as relações econômicas entre os seres humanos, que em última instância visa a escolher os meios adequados de organização da sociedade produtora.

A sistematização dessas atividades acaba por consolidar relações de dominação, que adquirem estabilidade e autonomia frente aos processos imediatamente produtivos. Centraliza-se o controle ao mesmo tempo em que uma parte dos membros da sociedade passa a responder politicamente pelas decisões de sobrevivência daquele sistema em nível geral. Os interesses do Estado se põem como interesses em si e para si, tornando-se valores objetivos, de validade social. Esses valores, que passam a fazer parte da reprodução social, interferem na vida dos sujeitos e são impostos à comunidade a despeito de sua vontade e consciência. Disso, naturalmente, podem surgir conflitos, que o Estado dirime usando a força ou por meios não diretamente violentos.

O Estado moderno se particulariza como prática humana justamente pela dinâmica de dominação e de conservação da ordem social, ou seja, a sociedade capitalista. Continuamente, para sua própria reprodução como elemento de garantia da dominação de classe, o Estado precisa se tornar autônomo da esfera da produção e reprodução imediatas. A política é o campo em que as diferentes forças sociais lutam pelo controle desse poder de autoridade sobre as leis, o aparto militar, o orçamento etc. Essa é a gênese da autonomia relativa do político e do Estado como esferas de valores e campos específicos de atuação.

Essa autonomia é necessária para o correto funcionamento do Estado como elemento de mediação da ação humana dentro do sistema que o engendrou, que ele ajuda a manter e com o qual estabelece uma relação orgânica de existência.

Portanto, não se pode dizer, por exemplo: “até aqui vai a economia e a partir daqui segue a politica”. Por outro lado, a realidade em si mesma não é uma caótica mistura de movimentos sem direção, mas sim, um processo evolutivo que pode possuir internamente tendências mais ou menos acentuadas.

Neste sentido, cabe ao cientista social, analisar a realidade e sua totalidade para descobrir as relações existentes entre os fenômenos de modo a poder explica-los e interferir de maneira apropriada sobre eles.

Embora alguns sempre queiram exaltar o tecnicismo econômico, é sempre bom afirmar que a ciência econômica é uma ciência social, portanto, os modelinhos matemáticos e econométricos dificilmente explicarão ou entenderão a realidade na qual estamos inseridos que é apresentada de uma só vez em toda sua complexidade com suas múltiplas relações, determinações, reciprocidades e contradições.

O próprio Marx, em uma célebre passagem do prefácio à Para a crítica da Economia Política, afirma que “o modo de produção da vida material condiciona, em geral, o processo social, político e espiritual da vida”. Não se trata de afirmar que a economia é mais importante que a política, o direito, as artes etc. A esfera econômica, por si só, refere-se aos entes múltiplos e concretos da realidade predominantemente pela própria materialidade do ser social, que depende primariamente da produção e reprodução de suas condições materiais de existência, tanto em nível biológico como social.

O que pode caracterizar um ser social? A característica especial que distingue o ser humano de um ser meramente biológico é o trabalho, entendido como atividade orientada para uma finalidade previamente concebida e criadora de novas objetividades. A evolução do trabalho simples até a as formas mais complexas, é a base para o desenvolvimento do ser social, fazendo recuar constantemente as barreiras naturais. Acompanhando o crescente processo de socialização do ser, vários outros complexos e complexidades aparecem e se desenvolvem também para garantir sua reprodução material.

 

Entre as mais diversas complexidades que surgem, estão a política e o Estado cujo objetivo é regular de modo sistemático as relações econômicas entre os seres humanos, que em última instância visa a escolher os meios adequados de organização da sociedade produtora.

A sistematização dessas atividades acaba por consolidar relações de dominação, que adquirem estabilidade e autonomia frente aos processos imediatamente produtivos. Centraliza-se o controle ao mesmo tempo em que uma parte dos membros da sociedade passa a responder politicamente pelas decisões de sobrevivência daquele sistema em nível geral. Os interesses do Estado se põem como interesses em si e para si, tornando-se valores objetivos, de validade social. Esses valores, que passam a fazer parte da reprodução social, interferem na vida dos sujeitos e são impostos à comunidade a despeito de sua vontade e consciência. Disso, naturalmente, podem surgir conflitos, que o Estado dirime usando a força ou por meios não diretamente violentos.

O Estado moderno se particulariza como prática humana justamente pela dinâmica de dominação e de conservação da ordem social, ou seja, a sociedade capitalista. Continuamente, para sua própria reprodução como elemento de garantia da dominação de classe, o Estado precisa se tornar autônomo da esfera da produção e reprodução imediatas. A política é o campo em que as diferentes forças sociais lutam pelo controle desse poder de autoridade sobre as leis, o aparto militar, o orçamento etc. Essa é a gênese da autonomia relativa do político e do Estado como esferas de valores e campos específicos de atuação.

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Portanto, não se pode dizer, por exemplo: “até aqui vai a economia e a partir daqui segue a politica”. Por outro lado, a realidade em si mesma não é uma caótica mistura de movimentos sem direção, mas sim, um processo evolutivo que pode possuir internamente tendências mais ou menos acentuadas.

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