Economia

Chegou a hora de o Brasil mostrar como se faz

O empresário Abilio Diniz descreve as lições que extraiu das crises que enfrentou no Grupo Pão de Açúcar

O Brasil é um país em crescimento num mundo conturbado, com grande recessão e dificuldades nos mercados maduros. Foto: Masao Goto Filho
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Por Vanderlei Campos

O empresário Abilio Diniz descreve as lições que extraiu das crises que enfrentou no Grupo Pão de Açúcar e considera que os fundamentos da economia brasileira continuam sólidos a ponto de sustentar o crescimento do País mesmo com os problemas de ordem internacional. “Este é o momento de nós, brasileiros, darmos o exemplo de como se faz”, afirma.

Ele é um dos empresários mais admirados do Brasil, premiação de CartaCapital que apresenta na próxima segunda-feira 1º.

Carta Capital: Pouco mais de 20 anos após ter enfrentado uma forte crise na companhia, o senhor passou por outro período bastante desafiador recentemente. Embora sejam adversidades bem diferentes, há paralelos e aprendizados entre uma experiência e outra?

Abilio Diniz: Os meus desafios no Grupo Pão de Açúcar sempre estiveram relacionados à busca do crescimento dos negócios e do melhor para a companhia, considerando todos os envolvidos: funcionários, clientes, fornecedores, acionistas e a sociedade. Abri o capital, profissionalizei a gestão da empresa, adquiri redes varejistas importantes no mercado brasileiro e busquei um parceiro internacional sempre com o objetivo de crescer. Para vencer esses desafios, segui princípios sólidos, que, em minha opinião, são muito valiosos: humildade, determinação e garra, disciplina e equilíbrio emocional. E sempre aprendo com as dificuldades. Costumo dizer que tudo o que passei na vida resultou em lições e mudanças para melhor. Além disso, sempre busco, e recomendo tanto para os gestores e colaboradores do Pão de Açúcar quanto para os meus alunos na Fundação Getúlio Vargas, a manutenção do equilíbrio entre a vida pessoal e profissional. A felicidade depende disso.

 

 CC: Para lideranças empresariais, seu conselho é manter a organização preparada para enfrentar conjunturas de crise. O que teria a dizer em relação ao Brasil? A organização foi preparada para passar pela crise?

AD: Sim. Acredito que a nossa economia continuará crescendo, pois seus fundamentos são muito sólidos. Claro que sofremos os efeitos da crise internacional, principalmente com relação às exportações, mas se seguirmos a mesma fórmula de 2008, de trocar o consumo externo pelo interno, o crescimento continuará. Percebo que o governo está determinado em manter o plano de crescimento econômico e a distribuição de renda, que são chaves para o desenvolvimento do País.

 

CC: Além de empresário e professor, o senhor teve uma experiência no Conselho Monetário Nacional (CMN). Hoje, qual a sua avaliação da redução da taxa de juros? Ainda há espaço para expansão do crédito?

AD: Sou otimista com relação ao rumo da economia brasileira e acho que o governo está tomando a direção certa. Sim, acredito que ainda haja espaço para a expansão do crédito principalmente no setor varejista, pois o consumo neste setor é alinhado à evolução da renda da população. No entanto, é preciso acompanhar de perto o crescimento da inadimplência, pois a sustentabilidade do sistema financeiro impacta naturalmente todos os setores da economia.

 

CC: Quais suas expectativas para a economia no Brasil e no mundo em um futuro próximo?

AD: O Brasil é um país em crescimento num mundo conturbado, com grande recessão e dificuldades nos mercados maduros. Mesmo assim, apesar da crise internacional e da tendência de queda do PIB brasileiro, continuamos crescendo. Por isso, confio no cenário econômico nacional, principalmente no que se refere à geração de emprego e renda. Este é o momento de nós, brasileiros, darmos o exemplo de como se faz.

 

CC: Qual tem sido sua rotina de atividades esportivas atualmente? Além da corrida, tem praticado outras modalidades?

AD: Eu me levanto às 6 horas e treino todos os dias. Além da corrida, costumo fazer musculação e alongamento e pratico squash, para manter a agilidade e os reflexos. O fato de ter dois filhos pequenos me dá ainda mais motivação para me manter saudável e bem disposto. Na verdade, a atividade física, a alimentação saudável e o controle do estresse, assim como o autoconhecimento, o amor e a espiritualidade e fé são pilares para uma vida com mais qualidade e plena.

CC: Quais características o fariam incluir um líder empresarial entre os mais admirados?

AD: Os líderes não são iguais. Nem sempre uma pessoa nessa posição reúne as mesmas condições e características de outra na mesma posição. No meu caso, elegi algumas características que julgo importantes: humildade, determinação, disciplina e equilíbrio emocional.

Por Vanderlei Campos

O empresário Abilio Diniz descreve as lições que extraiu das crises que enfrentou no Grupo Pão de Açúcar e considera que os fundamentos da economia brasileira continuam sólidos a ponto de sustentar o crescimento do País mesmo com os problemas de ordem internacional. “Este é o momento de nós, brasileiros, darmos o exemplo de como se faz”, afirma.

Ele é um dos empresários mais admirados do Brasil, premiação de CartaCapital que apresenta na próxima segunda-feira 1º.

Carta Capital: Pouco mais de 20 anos após ter enfrentado uma forte crise na companhia, o senhor passou por outro período bastante desafiador recentemente. Embora sejam adversidades bem diferentes, há paralelos e aprendizados entre uma experiência e outra?

Abilio Diniz: Os meus desafios no Grupo Pão de Açúcar sempre estiveram relacionados à busca do crescimento dos negócios e do melhor para a companhia, considerando todos os envolvidos: funcionários, clientes, fornecedores, acionistas e a sociedade. Abri o capital, profissionalizei a gestão da empresa, adquiri redes varejistas importantes no mercado brasileiro e busquei um parceiro internacional sempre com o objetivo de crescer. Para vencer esses desafios, segui princípios sólidos, que, em minha opinião, são muito valiosos: humildade, determinação e garra, disciplina e equilíbrio emocional. E sempre aprendo com as dificuldades. Costumo dizer que tudo o que passei na vida resultou em lições e mudanças para melhor. Além disso, sempre busco, e recomendo tanto para os gestores e colaboradores do Pão de Açúcar quanto para os meus alunos na Fundação Getúlio Vargas, a manutenção do equilíbrio entre a vida pessoal e profissional. A felicidade depende disso.

 

 CC: Para lideranças empresariais, seu conselho é manter a organização preparada para enfrentar conjunturas de crise. O que teria a dizer em relação ao Brasil? A organização foi preparada para passar pela crise?

AD: Sim. Acredito que a nossa economia continuará crescendo, pois seus fundamentos são muito sólidos. Claro que sofremos os efeitos da crise internacional, principalmente com relação às exportações, mas se seguirmos a mesma fórmula de 2008, de trocar o consumo externo pelo interno, o crescimento continuará. Percebo que o governo está determinado em manter o plano de crescimento econômico e a distribuição de renda, que são chaves para o desenvolvimento do País.

 

CC: Além de empresário e professor, o senhor teve uma experiência no Conselho Monetário Nacional (CMN). Hoje, qual a sua avaliação da redução da taxa de juros? Ainda há espaço para expansão do crédito?

AD: Sou otimista com relação ao rumo da economia brasileira e acho que o governo está tomando a direção certa. Sim, acredito que ainda haja espaço para a expansão do crédito principalmente no setor varejista, pois o consumo neste setor é alinhado à evolução da renda da população. No entanto, é preciso acompanhar de perto o crescimento da inadimplência, pois a sustentabilidade do sistema financeiro impacta naturalmente todos os setores da economia.

 

CC: Quais suas expectativas para a economia no Brasil e no mundo em um futuro próximo?

AD: O Brasil é um país em crescimento num mundo conturbado, com grande recessão e dificuldades nos mercados maduros. Mesmo assim, apesar da crise internacional e da tendência de queda do PIB brasileiro, continuamos crescendo. Por isso, confio no cenário econômico nacional, principalmente no que se refere à geração de emprego e renda. Este é o momento de nós, brasileiros, darmos o exemplo de como se faz.

 

CC: Qual tem sido sua rotina de atividades esportivas atualmente? Além da corrida, tem praticado outras modalidades?

AD: Eu me levanto às 6 horas e treino todos os dias. Além da corrida, costumo fazer musculação e alongamento e pratico squash, para manter a agilidade e os reflexos. O fato de ter dois filhos pequenos me dá ainda mais motivação para me manter saudável e bem disposto. Na verdade, a atividade física, a alimentação saudável e o controle do estresse, assim como o autoconhecimento, o amor e a espiritualidade e fé são pilares para uma vida com mais qualidade e plena.

CC: Quais características o fariam incluir um líder empresarial entre os mais admirados?

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