Cultura
Um bom ressurgir
No momento atual do cinema italiano, olhar para o passado pode ser uma boa saída. É este o estratagema usado sem discrição em A Primeira Coisa Bela
A primeira coisa bela
Paolo Virzi
No momento atual do cinema italiano, olhar para o passado pode ser uma boa saída. É este o estratagema usado sem discrição em A Primeira Coisa Bela, estreia desta sexta 15. O filme de Paolo Virzi, diretor reconhecido por flertar diretamente com a comédia clássica do país, não chega para renovar a produção atual, em busca de frescor e originalidade. Faz uso, isso sim, dos elementos motivadores daqueles tempos áureos de Mario Monicelli e Dino Risi para manter-se, e bem, de pé. O nome de Risi, inclusive, é requisitado numa assumida homenagem como o diretor do filme dentro do filme. Com a mistura certa de melodrama e do tragicômico, temos um bom programa como antigamente nos reservavam os mestres cômicos.
A proposta se impõe logo de início quando Anna, a bela mãe de um vilarejo (Micaela Ramazzotti), é eleita Miss Mamma local em 1971, para orgulho da filha Valéria, desgosto do filho Bruno e ciúme do marido, que num acesso de raiva a obrigará a fugir com as crianças. Quando a trama avança para o presente, encontramos Bruno (Valerio Mastandrea) como um professor agitado e confuso com sua vida, um tipo desestruturado emocionalmente que terá contas a acertar com a mãe (agora Stefania Sandrelli), vítima de doença terminal. Corre então a história do trio, com o jovem sempre envergonhado do despojamento e liberalidade de Anna para com parceiros e seu jeito de encarar o destino. Na iminência de um abuso da emoção barata, Virzi sempre reserva um trunfo que nos devolve o riso, à maneira surpreendente como trabalhavam seus inspiradores.
A primeira coisa bela
Paolo Virzi
No momento atual do cinema italiano, olhar para o passado pode ser uma boa saída. É este o estratagema usado sem discrição em A Primeira Coisa Bela, estreia desta sexta 15. O filme de Paolo Virzi, diretor reconhecido por flertar diretamente com a comédia clássica do país, não chega para renovar a produção atual, em busca de frescor e originalidade. Faz uso, isso sim, dos elementos motivadores daqueles tempos áureos de Mario Monicelli e Dino Risi para manter-se, e bem, de pé. O nome de Risi, inclusive, é requisitado numa assumida homenagem como o diretor do filme dentro do filme. Com a mistura certa de melodrama e do tragicômico, temos um bom programa como antigamente nos reservavam os mestres cômicos.
A proposta se impõe logo de início quando Anna, a bela mãe de um vilarejo (Micaela Ramazzotti), é eleita Miss Mamma local em 1971, para orgulho da filha Valéria, desgosto do filho Bruno e ciúme do marido, que num acesso de raiva a obrigará a fugir com as crianças. Quando a trama avança para o presente, encontramos Bruno (Valerio Mastandrea) como um professor agitado e confuso com sua vida, um tipo desestruturado emocionalmente que terá contas a acertar com a mãe (agora Stefania Sandrelli), vítima de doença terminal. Corre então a história do trio, com o jovem sempre envergonhado do despojamento e liberalidade de Anna para com parceiros e seu jeito de encarar o destino. Na iminência de um abuso da emoção barata, Virzi sempre reserva um trunfo que nos devolve o riso, à maneira surpreendente como trabalhavam seus inspiradores.
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