Cultura

Após 8 anos e 2500 shows, Studio SP fecha suas portas

Um dos sócios da casa, Alê Youssef, destacou a falta de incentivo das gestões Serra e Kassab para a cultura noturna da cidade

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Por Paloma Rodrigues

 

 

Após 8 anos e cerca de 2500 shows, o Studio SP, famosa casa noturna paulistana localizada na região da rua Augusta, vai encerrar suas atividades. A casa, conhecida por lançar e apoiar novos artistas no cenário musical, fez o anúncio nesta quinta-feira 12. Em conversa à CartaCapital, um dos sócios do empreendimento, Alê Youssef, disse que novos projetos profissionais e pessoais os levaram à decisão de fechar o Studio, além das dificuldades que a gestão enfrentou para manter o espaço aberto, dentre eles a crescente especulação imobiliária da região.

Dentre os artistas que iniciaram suas carreiras no Studio SP estão Tulipa Ruiz, B. Negão, Mallu Magalhães e Céu. “Vivemos um ciclo muito bacana e estamos em um momento muito bom. É ótimo poder terminar com a casa em alta e de boa maneira”, diz ele.

O empresário também atribui o fechamento a problemas criados por governos municipais passados. “Nossos últimos oito anos de Studio coincidem com os oito piores anos da gestão pública paulistana com relação à noite. As gestões de Serra e Kassab foram desastrosas pra cultura urbana, criativa e jovem da cidade”, aponta Youssef. Para ele, faltou sensibilidade para se fazer projetos de fomento da noite. “Milhões de coisas podem ser feitas, desde transporte público e segurança especializada até o controle da especulação imobiliária desordenada, mas o que a gente teve foi um zero absoluto”.

A nota oficial que anunciou o fechamento do Studio informou, que desde 2005, foram realizados em média 300 shows por ano, além de apresentações de teatro, literatura e de projetos que misturavam música e circo, como o Show de Talentos e o Cabaré Volátil.

A casa Studio RJ, sede fruto da casa original fundada em São Paulo, manterá suas atividades. “O projeto do Studio SP está se encerrando, mas o Studio RJ ainda está iniciando seu ciclo e está indo muito bem”, diz Youssef. O Bloco Acadêmicos do Baixo Augusta também permanecerá vivo, já que agora é formalmente constituído como associacão sem fins lucrativos.

Youssef recorda de momentos marcantes, como o Seleta Coletiva, projeto desenvolvido pelo grupo e que durou sete anos e coordenado por Daniel Ganjaman. “Esse talvez seja o projeto que tenha mais me marcado. Ele lançou tantos e tantos artistas dentro do cenário musical, em especial o Criolo, que talvez seja o ícone dessa geração”.

As atividades programas para o mês de abril serão mantidas.

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